A colheita mais recente é de 2015. Nela estão castas tintas colhidas em vinhas velhas da Quinta do Caêdo, representativas da homenagem à figura emblemática da Sogrape e visionária no eclético mundo dos vinhos.
Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinta Amarela, Sousão, Cornifesto, Periquita, Malvasia Preta, Mourisco, Tinta Francisca. Estas são algumas das variedades de uva que constam na interminável lista de castas nomeadas por Luís Sottomayor, enólogo responsável pelos vinhos do Douro da Sogrape, a respeito da vinha tipicamente duriense plantada, em 1910, na Quinta do Caêdo.
Nesta propriedade vitivinícola de 30 hectares pertencente à Sogrape Vinhos e localizada em Ervedosa do Douro, na sub-região de Cima Corgo, a montante do Pinhão, “o xisto permite absorver a humidade e, por conseguinte, obter a concentração hídrica que as videiras necessitam”. A esta característica o nosso anfitrião soma a viticultura de precisão e de carácter biológico – o uso de pesticidas está posto de parte –, assim como a amplitude térmica mais acentuada nos dias de maior calor, com temperaturas extremamente altas e noites fritas.
Está definido o terroir das oito a dez toneladas de uvas tintas submetidas a uma maturação em barricas e tonéis de carvalho francês, ao longo de cerca de 30 meses, resultar em um “produto em que a intervenção do enólogo é mínima” e “o que há de diferente são as características do ano”. As declarações de Luís Sottomayor remetem para o Legado tinto de 2015. À semelhança das colheitas anteriores, este vinho reflecte a “sabedoria que uma vinha de cem anos tem”, continua o enólogo, além de que se trata de “uma forma de celebrar o passado e de projectar o futuro”, tal como era desejado por Fernando Guedes, mentor deste Legado.
A história repete-se desde 2008. O então presidente da Sogrape, Fernando Guedes (1930-2018), sonhava com um vinho que expressasse a paixão que sentia pelo Douro e, ao mesmo tempo, preservasse e convertesse o saber e os valores do seu negócio familiar num projecto destinado às gerações vindouras. A partir dessa data, as uvas vindimadas nas vinhas velhas da Quinta do Caêdo passaram a ter como destino este vinho feito em sua homenagem.
Legado tinto 2015 é, deste modo, a oitava colheita desta referência vínica e, simultaneamente, a prova de que o seu trabalho perdura no tempo graças à dedicação dos seus filhos – Fernando Cunha Guedes, CEO da Sogrape Vinhos, Salvador Guedes e Manuel Guedes, para quem o Legado “é um vinho que não se quer sempre perfeito, mas sobretudo autêntico” – que convidaram Alexandre Farto, a.k.a. Vhils, um dos nomes mais conhecidos da arte urbana nacional, para dar forma ao rosto emblemático da Sogrape num mural exposto nos jardins da sede da empresa, em Avintes.
A (a)guardar para brindar em breve!