Festival Lux Interior 2023

O Festival Lux Interior é um abençoado projecto da editora Lux Records que visa promover os artistas do seu catálogo e imortalizar, ao mesmo tempo, uma das figuras mais emblemáticas e inspiradoras das bandas de rock conimbricenses, o inesquecível Lux Interior, líder dos míticos Cramps.

Fundada em 1995, a Lux Records tem, desde então, dado a conhecer muita da melhor música com génese na cidade de Coimbra: Belle Chase Hotel, Tédio Boys, Legendary Tigerman, Sean Riley & The Slowriders, D3O, Wraygunn, Bunnyranch, Tiguana Bibles, Ruby Ann & The Boppin’ Boozers, É Mas Foi-se, Ghost Hunt, António Olaio & João Taborda, Azembla’s Quartet, Victor Torpedo, Tracy Vandal, Bodhi, The Walks, Millions, Raquel Ralha & Pedro Renato, Wipeout Beat, Birds Are Indie, Mancines, Animais, Twist Connection, Spicy Noodles, Tricycles, From Atomic, John Mercy, Peter Suede e Eigreen. Um cardápio bem apetecível a ouvidos ecléticos.

Mas nem só de Coimbra vive a história da vetusta Lux Records: Mão Morta de Braga, X-Wife do Porto, Unplayable Sofa Guitar e Madame Godard de Viana do Castelo, Born A Lion da Marinha Grande, Houdini Blues de Évora, Dirty Coal Train de Viseu, Ray de Lisboa, e até os Swell de São Francisco (E.U.A.), Dean Wareham dos nova-iorquinos Luna (E.U.A.) e os Catenary Wires (de Kent, Reino Unido) têm a sua história marcada pelo selo da Lux Records.
Depois da pausa devido à pandemia, o Festival Lux Interior está de regresso e no local onde tudo começou: o Convento São Francisco, em Coimbra.
Nos próximos dias 17, 18 e 19 de março de 2023, a quarta edição do Festival Lux Interior não será só uma compilação da actividade da editora ao longo de mais de duas décadas, mas também e principalmente, um abrir de novos horizontes para a produção musical da cidade de Coimbra.

Sem mais demoras, o alinhamento para três dias obrigatórios de música, na Lusa Atenas.

© Clã, João Octávio Peixoto

17/03, 21h30CLÃ / Grande Auditório, Convento São Francisco.
Os Clã formam-se em Novembro de 1992, e o seu álbum de estreia, Lusoqualquercoisa, é editado em 1996. Desde cedo se conhece a colaboração dos Clã com vários autores e artistas – Carlos Tê, parceiro na escrita de canções e produtor dos primeiros álbuns da banda, é um grande cúmplice da banda. Destaque também para o trabalho com Sérgio Godinho, Arnaldo Antunes, Adolfo Luxúria Canibal, Pato Fu, Regina Guimarães, Manel Cruz, entre outros. 2020 marcou o regresso dos Clã aos discos. “Véspera” chegou com a Primavera, sob o signo da estranheza destes tempos que vivemos. Os temas de avanço – “Tudo no Amor”, “Sinais”, “Armário” e “Jogos Florais” – são presenças constantes nas rádios nacionais.
Em 2021, foram eleitos como Melhor Grupo nos Play – Prémios Música Portuguesa, e o single “Tudo no Amor” foi considerado o Melhor Tema de Música Popular pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Na abertura desta noite de 17/03, dos Clã, estarão os Eigreen, (às 21h30), Grande Auditório, Convento São Francisco.
Vindo do desejo de Francisco Frutuoso (voz e teclas) de transpor o seu imaginário para a música, nasce o projeto Eigreen. Retidas no baú durante 8 anos, as canções foram descobertas pela sua irmã gémea Luísa Levi (voz), que desde logo as quis começar a cantar. Daí, foi um ápice até o convencer a juntar um grupo de amigos para lhes dar mais forma: Carlos Serra (baixo), João Ribeiro (guitarra) e Rui Pedro Martins (bateria).
O álbum de estreia, homónimo, foi gravado nos estúdios Blue House, misturado por Niki Moss nos estúdios Pontiaq, e foi lançado em Maio de 2022 com o selo da Lux Records.

© Eigreen, Tiago Cerveira

17/03, 19h30Duques do Precariado, Café Concerto, Convento São Francisco.
Os duques são precários. Foram dois, foram cinco, agora talvez sejam mais, talvez sejam menos.
Editaram um disco agora. Mas o disco foi feito há muito tempo. É difícil explicar. Têm pouco a dizer e muito a esconder.
Os duques são do passado e cheiram a mofo. Às vezes arejam e, queiram os astros, também tocam ao vivo.
O primeiro single dos Duques do Precariado chama-se “Lacerda”, e o álbum de estreia será lançado no Festival Lux Interior.

© Sensible Soccers, Vera Marmelo

18/03, 21h30SENSIBLE SOCCERS, Grande Auditório, Convento São Francisco.
Os Sensible Soccers são André Simão, Hugo Gomes e Manuel Justo. Editaram o seu primeiro EP em 2011, ano em que também se estrearam nas atuações ao vivo.
Além do primeiro EP, editaram também “Fornelo Tapes Vol.1”, o single “Sofrendo Por Você”, e em 2014 lançaram o primeiro longa- duração, intitulado “8”, unanimemente considerado pela imprensa nacional como um dos melhores discos do respectivo ano.
O ano de 2018 foi passado a compor “Aurora”, terceiro LP de originais da banda, e que conta com a produção de B fachada. O disco recebeu excelentes críticas e as edições em vinil e cd esgotaram em poucos meses. O seu quarto álbum de originais resulta da composição de uma banda sonora para dois filmes (“Douro, Faina Fluvial” e “O Pintor e a Cidade”) do aclamado realizador Manoel de Oliveira. Este projeto, que se desenrola ao longo de um ano e com o apoio do Criatório da C.M. do Porto, culmina com a edição de “Manoel”, a 1 de outubro de 2021.

Para abrir as hostes desta noite de 18/03, há John Mercy (21h30), Grande Auditório, Convento São Francisco.
John Mercy é o alter ego de João Rui, conhecido como vocalista e multi-instrumentista da banda portuguesa a Jigsaw (que já conta com mais de 20 anos de existência), e com uma extensa carreira musical tem sido alvo, por diversas vezes, das atenções da revista francesa Les Inrokuptibles.
A sua voz costuma ser comparada a artistas como Tom Waits, Nick Cave ou Leonard Cohen. Será porventura, da voz grave que ecoa nas canções, mas será essencialmente devido às fortes raízes literárias e aos ambientes cénicos com que são construídos os seus álbuns. O trabalho de João Rui está também intimamente ligado à literatura, particularmente a autores clássicos norte-americanos como Steinbeck, Melville, mas também Tolstoy, Dostoiévski, Nietzsche e Sá Carneiro.
Em Março de 2023, serão lançados dois álbuns com edição da Lux Records: um com o título “The Murder of Harry”, e outro com canções dedicadas a Jack Kerouac, chamado “West of The American Night”.

© John Mercy, Bruno Pires

18/03, 19h30Paul Oak, Café Concerto, Convento São Francisco.
Esta canção não é aquele hit que vocês tanto gostam e já ninguém suporta. Esta canção é a canção que vos faz fechar a noite na forma certa.
A canção que aqui se fala é a que vocês vão levar para casa e que serve de banda sonora para ilustrar isto: o momento desconfortável que é cruzarem-se com pessoas frescas pela manhã, enquanto vocês passeiam um perfume misto de álcool derramado e horas sólidas de tabaco. O irónico é que esta tal última canção não foi escrita com o propósito de fechar bares e mandar bêbados dançantes para casa. Ainda mais irónico é que muito provavelmente, foi escrita após uma noite dessas. E agora reflitam um pouco: haverá momento de maior honestidade do que chegar a casa bêbado depois de uma noite em que a canção certa encerrou a noite e brindou a manhã? Vão ouvir Paul Oak porque já (quase) ninguém fecha bares com canções assim.
O disco de estreia de Paul Oak, “Out Of His Head”, foi produzido por Paulo Jacob (Bodhi, 5a Punkada), tem o selo Lux Records, e será estreado no Festival Lux Interior.

© Club Makumba, DR

19/03, 17h00CLUB MAKUMBA, Grande Auditório, Convento São Francisco.
Club Makumba nasce da união entre Tó Trips (guitarra), João Doce (bateria), Gonçalo Prazeres (saxofone) e Gonçalo Leonardo (baixo e contrabaixo), para um exercício musical livre, espontâneo, experimental e tribalista. Abrindo a janela para uma viagem pelas sonoridades do Mediterrâneo e pela África imaginada, a música dos Club Makumba é uma bandeira de resistência hasteada em costas mediterrânicas, livre de qualquer preconceito ou fronteira geográfica ou estilística.
Depois de um 2022 com muita estrada de norte a sul do país, o próximo ano trará novos singles e o longa duração sucessor do álbum homónimo de estreia.
Club Makumba: dançar como acto de resistir!

Para abrir o apetite deste lanche musical, de dia 19/03, haverá RAY (17h00), Grande Auditório, Convento São Francisco.
“RAY.” é o primeiro disco de RAY. Ao vivo, a sua formação conta com Bones na guitarra, Kid Richards no baixo, Joana Medon na guitarra, Xico nas teclas e sintetizadores e Bruno Fernandes na bateria.
Neste disco, Luís Raimundo mantém a mão dada aos ritmos quentes do rock’n’roll e ao groove mágico de riffs envolventes e sensualmente dançantes. Com produção de Legendary Tigerman, o disco foi gravado na Riviera Francesa, dando continuidade a esta parceria violentamente produtiva entre os dois artistas. Conta, também, com as misturas de Anthony Belguise e masterização de François Fanelli. “RAY.” foi editado em Junho de 2022 pela Lux Records, e está recheado de grandes singles como “City Cowboys”, “Carmel”, “Bathtub Stories” e “Morally Dubious”. A primeira apresentação de RAY em Coimbra acontece no Festival Lux Interior.

© RAY, Kid Richards

19/03, 18h00 Peter Suede, Café Concerto, Convento São Francisco.
“Peter Suede é Pedro Baptista. O seu primeiro álbum, “Snake Skin” é composto por 7 músicas, e transpira um rock’n’roll quente e apurado com cheiro a verão e faroeste. Composto por teclados de blues e guitarras que se entranham nos ouvidos e corpos nos guia a bares de madeira com bourbon espalhado em copos e pelo chão. Os riffs são capazes de nos conduzir a paisagens alaranjadas algo desérticas onde sentimos a plenitude de canções explosivas, românticas, envolventes e coloridas.
Com Peter Suede, que está a cargo da guitarra, vozes e baixo,, estão Ricardo Brito na bateria, Miguel Cordeiro nas teclas e Victor Torpedo na guitarra. Snake Skin foi antecipado pelo lançamento do single “Stuck in My House” em videoclipe, e foi lançado a 15 de Junho de 2022 pela Lux Records. No Festival Lux Interior, Peter Suede apresentará um single em vinil com duas novas canções.

Escusado será dizer que é a não perder, pitada deste alinhamento de luxo, em Coimbra, no próximo mês de março. Festival Lux Interior para destaque, na sua agenda cultural da Região Centro. •

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