O Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival regressa para a sua 11.ª edição de 31 de outubro a 07 de novembro, no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Casa do Comum e Goethe Institut, em Lisboa. Com a missão de divulgar o cinema feito por mulheres oriundas de países do Mediterrâneo, o Festival apresenta uma vasta programação, constituída por 67 filmes de 28 países, a maioria em estreia nacional.
O Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival traz novamente ao público filmes de vários géneros cinematográficos (documentário, ficção, animação, experimental), de realizadoras afirmadas e debutantes, que se debruçam sobre os temas mais variados, incluindo a identidade de género, a amizade, o amor, a memória, a família, as redes sociais, mas também as migrações, os colonialismos passados e presentes e as lutas pela liberdade.
“Uma selecção de filmes norteada pela vontade de trazer ao público representações não estereotipadas de pessoas, relações e realidades sociais e, a partir daí, promover diálogo, curiosidade pelo Outro e mudanças sociais.“, afirmam as organizadoras do Festival.
Palestina é o país convidado desta edição. Nesta 11.ª edição, o Festival programa na Cinemateca Portuguesa filmes de realizadoras da diáspora palestiniana, numa secção intitulada Olhares da Palestina composta por 5 longas-metragens e 3 curtas-metragens (ficção, documentário, experimental). Entre as obras apresentadas, o público poderá ver “Salt of this Sea” um filme de 2008 da premiada realizadora Annemarie Jacir, que teve estreia no Festival Cannes, e “3000 Nights”, obra de 2015 apresentado no TIFF, de Mai Masri, realizadora e produtora pioneira do cinema palestiniano a partir dos anos 1980.
Quatro secções competitivas. O Festival apresenta 51 filmes em competição, organizados em quatro secções: Competição geral longas-metragens, Competição geral curtas-metragens, Secção Especial Travessias, composta por filmes sobre migrações, racismo e colonialismo e a Competição Começar a Olhar, com filmes de escola.
Um programa de actividades paralelas do Olhares. O Festival programa ainda inúmeras atividades paralelas, como debates a partir de alguns dos filmes programado: “A Vida dos Corpos”, “Violências de Género”, “Maria India – Genealogias de Migração e Colonização”, “Debate Travessias: Menores refugiados e migrantes” e “Colonialismo/decolonialismo e as suas representações”. O público poderá também participar em vários workshops, entre os quais: “Género, Autoconhecimento e Empatia” com Laura Falésia e André Tecedeiro (FLECHA), “Como (e Quando) Falar da Deficiência?” com Joana Reais e Maria Vlachou e “Cantos do Mediterrâneo: viagem aos seus portos” com Camilla Piccolo e Laura Venturini.
Novidades desta edição. Entre as novidades deste ano, destaque para o programa “Olhares do Mediterrâneo with Eurimages for equality” que inclui um “awareness workshop” sobre estereótipos de género e sexism [se em português não existe “sexismo” pôr o equivalemte português, não sei se é machismo ou outra] no cinema, ministrado por Valeriya Golovina (NYU Abu Dhabi) e Blanca Rey (Generamma), assim como um workshop de introdução à escrita cinematográfica focado na criação de personagens femininas e queer não estereotipadas, ministrado pela realizadora Fernanda Polacow. Este programa é financiado por uma EURIMAGES Gender Equality Sponsorship 2024.
O festival programa ainda a sessão “Cinco curtas andaluzas”, curada pelas programadoras de GENERAMMA – Festival de Cine Realizado por Mujeres de Chiclana (Blanca Rey, Oliva Acosta, Montserrat Ogalla), que estarão presentes para apresentar os filmes e falar dos desafios de fazer filmes e festivais de cinema de mulheres no sul da Europa.
Eventos de Warm Up. Como tem sido habitual, o Festival programa algumas atividades antes das datas oficiais de arranque da 11.ª edição. Este ano, a 17 de outubro, às 19h00, no Terraço do Graal haverá uma sessão de solidariedade com apresentação de curtas-metragens da associação Shashat Woman Cinema, a única organização palestiniana de cinema de mulheres a operar em Gaza e na Cisjordania. Já no dia 24 de outubro, na Casa do Comum, inaugura a exposição “Fragments of the Mediterranean. Visual Arts Program 2024-2025”, com curadoria da produtora cultural grega Alexia Alexandropoulou. Esta exposição inclui instalações e performances e fica patente até 10 de novembro.
Por último, no dia 25 de outubro, às 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés realiza-se uma conferência intitulada “As Mulheres no Cinema em Portugal”, com as realizadoras Cláudia Clemente e Margarida Gil e moderação de Rita Bénis da Associação Mutim.
O Festival vai trazer a Lisboa várias convidadas, a anunciar muito brevemente.
Olhares do Mediterrâneo – Women Film Festival é o mais antigo festival de cinema no feminino em Portugal, e é o único dedicado à cinematografia da bacia do Mediterrâneo. O Festival é um projeto de Olhares do Mediterrâneo – Associação Cultural e CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia.
Um festival que já é obrigatório na sua agenda cinéfila. Para mais informações e programa é clicar no link no final desta nota. •