Torre de Palma Reserva da Família tinto 2017, um vinho que traz da vinha do Alto Alentejo a sua expressão máxima.
Antes do vinho, vamos recuar no tempo e saber como tudo começou.
360 graus sobre a planície alentejana
A subida à Torre de Palma pode deixar marcas a qualquer um, que o digam Isabel e Paulo Barradas Rebelo que, depois da a escalarem pela primeira vez, mesmo com o edifício em ruínas e a herdade abandonada, pensaram que estava ali o espaço que procuravam há algum tempo no Alentejo. É no cimo da torre que Isabel Barradas nos conta um pouco da história dos 15 hectares da herdade que terão sido o jardim de uma outra com cerca de dois mil hectares.
A data do primeiro documento referente à Herdade de Palma de 1338, ano em que a propriedade passa para a família real (D. Afonso IV, filho da Rainha Santa Isabel, faz uma doação destas terras ao seu irmão, e filho bastardo, D. Pedro Afonso). A partir do século XV, a herdade passa por várias famílias da burguesia e, no final do século XIX, é composta por casa principal, casas dos trabalhadores, celeiro, capela e forno comunitário, passando a ser auto-suficiente. Depois do 25 de Abril é ocupada por uma Unidade Colectiva de Produção, acabando por ficar ao abandono. Só ao fim de 30 anos é que os proprietários a conseguiram recuperar, colocando-a à venda.
Depois da paixão pelo sítio, o casal, que vive e trabalha em Coimbra, adquiriu o terreno em 2009, dando início à construção do hotel rural de cinco estrelas, em Março de 2012. Este foi apenas o começo do que pretendem criar – uma marca de produtos, que visa promover o melhor do Alentejo. Para isso, procuraram rodear-se dos melhores profissionais em cada uma das áreas.
A arquitectura do edificado e dos exteriores, que procurou respeitar ao máximo o existente, inclui 19 quartos distribuídos por oito casas alentejanas, cinco quartos no loft rural, cinco quartos no antigo celeiro e uma suíte principal, um restaurante e uma horta biológica, uma adega, um centro equestre, uma piscina exterior e um Spa, uma capela e o edifício principal. Tudo com a assinatura do arquiteto João Mendes Ribeiro. Os interiores ficaram nas mãos da decoradora Rosarinho Gabriel, que aproveitou a maioria dos materiais que sobraram das obras.
O conceito do Torre de Palma Wine Hotel tem como base as experiências, contempla também diversos programas de aventura e cultura, com atividades aquáticas, passeios de jipe, moto 4 ou a cavalo e de balão de ar quente, passeios históricos e culturais por aldeias, vilas e cidades alentejanas e trilhos de BTT. No picadeiro de nível internacional é possível ter aulas de equitação, graças a uma parceria com a Coudelaria Paulo Caetano.
Sob a batuta do chef Miguel Laffan, no Restaurante Palma, a cozinha combina os sabores tradicionais do Alentejo, com uma apresentação sofisticada. Ali podemos encontrar alguns pratos icónicos, como a lula portuguesa grelhada com molho béarnaise acompanhada pelo Torre de Palma Reserva da Família Branco 2019 ou o pernil de borrego com batatas e chalotas que tão bem combinou com o Torre de Palma Reserva da Família Tinto 2017. As harmonizações da noite ficaram nas mãos dos sommeliers António Lopes e André Figuinha, embaixadores da marca Torre de Palma.

7 hectares de vinha, 7 castas plantadas
Além da adega, há sete hectares de vinha, plantados de raíz com sete castas. Quatro tintas (Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Tinta Miúda) e três brancas (Arinto, Alvarinho e Antão Vaz). À frente do projeto vínico está o enólogo Duarte de Deus, um apaixonado pelo Alto Alentejo e que afirma: “para os vinhos manterem características locais, o trabalho na vinha é cada vez mais importante para o enólogo”. As vinhas, plantadas em 2012, a mais de 300 metros de altitude, seguem um modo de produção integrada, sem uso de pesticidas.
No âmbito do enoturismo, além de outras salas para provas de vinhos, foi inaugurada, nesta ocasião, a Enoteca, um novo espaço de provas e de guarda da coleção privada de vinhos da família. O design deste espaço tem assinatura de Margarida Moura, do Magàri Studio.
Torre de Palma Reserva da Família Tinto 2017: 7 anos = 2 de barrica + 5 de garrafa
Dez anos passaram desde a abertura e é hora de marcar o momento com o lançamento de um vinho que tem como ambição ser uma referência do Alentejo. Ao Torre de Palma Reserva da Família Branco, que já conta com edições de 2017, 2018 e 2019, junta-se agora o Torre de Palma Reserva da Família Tinto 2017.
Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Tinta Miúda, cada uma vindimada no momento propício, deram origem a um vinho que transporta consigo os aromas do bosque e do campo, como as ervas aromáticas de água, de onde sobressai a hortelã. É importante referir, que nas vinhas de Torre de Palma chove mais do que na generalidade do Alentejo. Depois da vindima manual selecionada e do tradicional pisa a pé em lagares de mármore, o vinho estagiou 24 meses em tonel de 2500 litros de carvalho francês e cinco anos em garrafa. “Prefiro dar mais tempo ao vinho em garrafa do que em barrica“, refere o enólogo Duarte de Deus. De complexidade elegante é um vinho com taninos firmes, mas suaves, com um final untuoso e fresco.
O lançamento deste vinho representa aquilo que foi sempre o nosso sonho de fazer um grande vinho do Alentejo e de Portugal, desafio que demos ao nosso enólogo Duarte de Deus desde o primeiro dia. Para chegar a esta data, foi necessário dar tempo ao vinho para se revelar e aguardámos com entusiasmo pelo momento ótimo para o lançar ao consumidor.
Paulo Barradas Rebelo
proprietário de Torre de Palma
No rótulo da garrafa, destaque para a ilustração de Ana Miranda, artista plástica do Porto. O desenho representa os seis elementos da família: mãe, pai e os quatro filhos (três raparigas e um rapaz), no final de um dia de vindima.
O vinho Torre de Palma Reserva da Família Tinto 2017 pode ser encontrado na loja online de Torre de Palma com o PVP de €170, e em várias garrafeiras do país.