A edição do Jazz em Agosto 2025 contará com 14 concertos, numa ampla variedade de propostas, para ver no Anfiteatro ao Ar Livre, Grande Auditório e Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em mês agosto.
Destaque para uma série de seis concertos, onde será possível redescobrir a arte da música em trio. O Heart Trio (William Parker, Cooper-Moore e Hamid Drake), no concerto de abertura, revisita as músicas ancestrais africanas e asiáticas; o trio da pianista Kris Davis (com Robert Hurst e Jonathan Blake), homenageia mulheres pianistas fundamentais no seu percurso; o trio do saxofonista Darius Jones (com Chris Lightcap e Gerald Clever), apresenta o projeto Legend of e’Boi, um manifesto e uma reflexão acutilante sobre o mundo; o trio do trompetista Luís Vicente (com Gonçalo Almeida e Pedro Melo Alves), em constante jogo de aproximação e recuo ao ritmo, à estrutura e à melodia; os Aleuchatistas 3 (Shane Parish, Trevor Dunn e Danny Piechocki) apresentam a sua música tão cerebral quanto lúdica, jogando com subtis melodias politonais, e, por fim, os Thumbscrew (Mary Halvorson, Michael Formanek, Tomas Fujiwara), criativamente vivos e vibrantes onde a cumplicidade existente afirma uma incomparável assinatura coletiva.
Ainda em trio, mas agora com a participação de dois convidados especiais, a ativista e vocalista Moor Mother e o rapper Dälek, os MOPCUT (Audrey Chen, Julien Desprez, Lukas König) apresentam, em estreia mundial, o seu álbum RYOK, uma sonoridade indomada pontuada pela declamação e pelo hip-hop mais experimental.
O quarteto do contrabaixista João Próspero (Joaquim Festas, Miguel Meirinho, Gonçalo Ribeiro), traz o seu álbum de estreia Sopros, inspirado pela leitura do escritor japonês Haruki Murakami.
Presença assídua nas últimas edições do festival, o pianista Pat Thomas, regressa a bordo dum coletivo da mais arrojada cena contemporânea de Londres, os X-Ray Hex Tet (com Seymour Wright, Crystabel Riley, Edward George, Paul Abbott, Billy Steiger), que exploram os limites e o nexo entre o som e a palavra.
Haverá ainda Rafael Toral, com o aclamado projeto Spectral Evolution, sons eletrónicos evocando luxuriantes sons da natureza, que levam o músico a comparar este inebriante assombro sonoro a um jardim tomado por flores silvestres.
O guitarrista Shane Parish, agora em versão acústica, explora uma sonoridade fundada na música folk norte-americana, com uma fortíssima qualidade visual e narrativa, o seu último trabalho Repertoire junta muito dos arranjos para guitarra em que tem trabalhado, do jazz à eletrónica, e de tudo o que possa haver pelo meio.
A DJ, performer e improvisadora Mariam Rezaei, com uma abordagem altamente experimental dos sons produzidos a partir dum gira-discos, promete uma atuação surpreendente, provocadora e de uma criatividade transbordante, a quem se juntam, como convidados, o guitarrista Julien Desprez e o baterista Lukas König.
O festival termina no dia 10 com Antumbra, de Elias Stemeseder e Christian Lillinger, um duo eletroacústico dedicado à exploração das porosas zonas de fronteira da música contemporânea, e com o percussivo e brilhante Breaking Stretch, do septeto da vibrafonista Patricia Brennan, uma das escolhas unânimes nas listas de melhores álbuns de 2024.
Um festival que há muito se tornou referência no nosso panorama musical de verão. Um programa que prima sempre pela excelência dos músicos escolhidos. Para informação completa do programa (dias e horas) basta seguir o link abaixo.
A colocar em destaque na sua agenda de agosto. •