O Open House Lisboa regressa, este ano, no fim-de-semana de 10 e 11 de maio, tendo como tema “A Invenção de Lisboa”, que convida a uma reflexão sobre a cidade feita de edifícios individuais, mas também de infra-estruturas, espaços visíveis e invisíveis que percorremos todos os dias e que ligam toda a cidade.
Comissariada pela dupla de arquitectos Daniela Sá e João Carmo Simões, a iniciativa apresenta uma lista de 72 espaços dos quais 23 em estreia absoluta no Open House. O programa inclui ainda os Percursos Urbanos, com quatro novos trajectos acompanhados por especialistas; as visitas acessíveis, que incluem 21 espaços; os Passeios Sonoros, o Programa Plus e ainda o Programa Júnior, com actividades desenhadas pelo serviço educativo e parceiros.
Nas estreias do roteiro Open House, salientamos espaços marcantes na arquitectura da cidade, como o Panteão Nacional, o Palácio Vilalva – Provedoria da Justiça, ou o Camões Instituto, mas também propostas que se distinguem pela sua singularidade, como o Palácio Fronteira; o surpreendente UNI Cocktail Bar; e projectos de reabilitação que cruzam arquitectura e arte numa tipologia de habitação, como o apartamento Casa no Castelo.
“As cidades nasceram para conversarmos. São a invenção do lugar para estarmos juntos. E isso é complexo e difícil, mas é também a maior invenção humana que, colectivamente, construímos. O modo como desenhamos um cidade tem um impacto decisivo na qualidade de vida de quem a habita, por isso, o nosso convite é para todos: abrir as portas, ver e pensar sobre aquilo que constrói Lisboa, é pensar como queremos viver em conjunto.
Por onde ando? Como ando? O que vejo até lá? Como entro e saio de um lugar? Como sei onde estou, e o que vejo daqui? Como são os panos de fundo das nossas memórias? Que palco é este que circunda as nossas vidas? O que faz Lisboa ser Lisboa? Que peças são essas que constroem uma ideia de Lisboa? A cidade faz-se de edifícios individuais e da infra-estrutura, esses espaços visíveis e invisíveis por onde andamos, que tudo ligam e unem. É neles que está a invenção da arquitectura da cidade, esse sistema complexo de camadas de que nem sempre temos consciência, mas que construímos e que determinam decisivamente o nosso dia-a-dia.
Das ligações subterrâneas às aéreas, das entradas por terra e por mar, dos grandes planos urbanos aos pequenos sinais que se repetem pelas ruas, dos museus e palácios às casas que todos habitamos, dos espaços vedados ao público àqueles pelos quais passamos todos os dias, mas nunca olhámos bem. São eles que determinam o dia-a-dia na cidade, que marcam o modo como vivemos. Olhar para a arquitectura da cidade de Lisboa é não só compreendê-la, é a possibilidade de poder imaginá-la. Como, afinal, queremos conversar? Como inventamos Lisboa?” Daniela Sá e João Carmo Simões.
Destaques dos Espaços em Visita nesta edição de 2025:
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Casa Ásia – Coleção Francisco Capelo
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InSound
Atendendo às necessidades de dois amigos músicos, que desejavam encontrar em Lisboa um núcleo criativo de estúdios insonorizados para profissionais, o InSound surge no espaço de um antigo armazém farmacêutico, no bairro das Olaias.
Por se tratar de um armazém, o projecto teve como condicionantes a falta de luz natural
e o espaço em open-space, frio e sem qualquer característica arquitectónica relevante. A proposta do atelier Entre — campo surge naturalmente como se de um casulo se tratasse: escuro, acolhedor e confortável. A cor preta foi o veículo de toda a proposta, utilizada no ambiente de vivência dos espaços comuns, instalações sanitárias e técnicas como se de uma gruta se tratasse. A partir daqui a iluminação ganha forma e delimita as portas de todos os estúdios criando ambientes de exploração e descoberta.
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UNI Cocktail Bar
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Casa no Castelo
É uma das seis habitações projectadas no Palácio do Contador-Mor, localizado junto ao castelo. Retomando a vivência palaciana do século XVII, a reabilitação, da autoria de Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus, privilegiou as exigências funcionais habitacionais do século XXI. A linguagem arquitectónica assentou na recuperação do conjunto edificado para lhe devolver o seu carácter, adulterado por consecutivas alterações e por anos de abandono. A ausência de tipologias habitacionais ainda visíveis, levaram a uma alteração da morfologia e distribuição do espaço interior. A dinâmica espacial adapta-se a um programa de utilização mais plural, com a consciência de reflectir no objecto arquitectónico a influência do pré-existente. Posteriormente, foi adicionada uma peça escultórica ‘site-specific’ da autoria do artista plástico Pedro Cabrita Reis, que percorre os espaço e cria um diálogo entre arte e arquitectura. Apartamento Arroios Instituto Marquês de Valle Flôr Centro de Congressos de Lisboa Igreja Italiana de Nossa Senhora do Loreto
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Atelier RAR.STUDIO
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Palácio Fronteira
Localizado nas imediações do Parque Florestal de Monsanto, o Palácio Fronteira
conserva ainda hoje a tranquilidade e a vivência de uma quinta de recreio do século XVII. Apesar de se tratar de um Monumento Nacional e de funcionar como museu, o Palácio Fronteira continua a ser habitado pelos descendentes de Dom João de Mascarenhas, o 1.o Marquês de Fronteira, que mandou edificar o corpo principal da casa. O núcleo central parece veicular o modelo das vilas renascentistas italianas. O edifício integra-se num espaço uno, abrangendo mata, pomares, hortas e jardim, este último surgindo como cenário de aparato de forte efeito cénico, devido em grande parte ao impacto decorativo do revestimento de azulejo.
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Apartamento na Saraiva de Carvalho
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Horizon Tejo
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Galeria da Boavista
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Panteão Nacional
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Cemitério Britânico e Igreja Anglicana de St. George
Cercado por um muro alto e uma densa cortina de cedros, o Cemitério dos Ingleses
destaca-se por um certo misticismo, numa das áreas mais centrais da cidade, junto à Basílica e ao Jardim da Estrela. Teve origem no tratado de 1654 entre Portugal e Inglaterra em que o Rei D. João IV promete respeitar a religião da comunidade britânica dentro de fronteiras. Com o passar dos séculos os limites do cemitério vão sendo redefinidos, nomeadamente com a abertura da Avenida Álvares Cabral e consequente desenho da Rua de São Jorge. No interior, sobressai a Igreja de St. George, edifício de estilo vitoriano, que se mantém como espaço de culto desde a sua construção em 1889, por John Medland e Charles Edward Powell, após um incêndio que destruiu a anterior datada de 1822. Hoje, o cemitério, ainda que admita várias nacionalidades, continua na propriedade da Coroa Inglesa.
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Edifício Santos Dumont
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Apartamento Barbosa du Bocage
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Palácio Vilalva – Provedoriada Justiça
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Apartamento T
O layout tradicional japonês da cerimónia do chá serviu de inspiração para a
renovação deste apartamento, onde cada direcção do pavimento desempenha uma função específica – entrada (genkan), circulação, sala de estar e sala de jantar aqui em torno de um pilar em forma de T. O pilar é exposto e deixado em betão
aparente: a estrutura torna-se arquitectura. Em torno deste espaço principal, reabilitado pelo DUOMA, o restante programa que compõe a casa liga-se directamente ao espaço social, amplo e livre de corredores. Um dos quartos permite a flexibilidade da vida: ora fechado e isolado; ora aberto e em relação directa com o espaço social da casa.
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Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros
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Camões Instituto
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Edifício Madalena 88
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Torre FPM41
Para toda a informação completa sobre o vasto programa do Open House Lisboa 2025 basta clicar no link abaixo, no final desta nota. Se nunca alinhou num Open House, não deixe passar esta edição. Aproveite para conhecer melhor a cidade de Lisboa, na sua arquitectura de excelência e nos seus percursos urbanos. •