Três estreias e um trio de novas colheitas feitas a partir de castas autóctones daquele território vitivinícola prometem acompanhar a época de estio que se avizinha.

O desfile de boas novas, das estreias às novas colheitas da Quinta do Bustelo
A compra do Casal da Vinha Grande, em 2016, na Aldeia Galega da Merceana, no concelho de Alenquer, onde está instalado o boutique hotel, com três suítes, e uma vinha, marca o início do projeto vitivinícola Cas’Amaro, do empresário Paulo Amaro. Entre 2020 e 2024, continuaram as aquisições de propriedades espalhadas por outras regiões do país: a Quinta Fontalta, no Dão, a Herdade Monte Castelête, no Alentejo, a Quinta de São João e a Quinta de São Joaquim, no Douro, e a Quinta do Bustelo, nos Vinhos Verdes. Soma-se a adega e a Cas’Amaro Wine Shop & Bar, que também é um restaurante, situadas na Aldeia Gavinha, em Alenquer.
Falemos acerca das novidades da Quinta do Bustelo, com 25 hectares de terra localizados em Marco de Canaveses, na sub-região de Amarante, da Região Demarcada dos Vinhos Verdes. Como nos disse Rui Costa, diretor geral da Cas’Amaro, “vamos mostrar o potencial que estamos a fazer”, referindo-se às três estreias e ao trio de novas colheitas feitas a partir de uvas vindimadas nesta propriedade inserida na Rota Românica do norte do país. “É o tesourinho mais bonito do património da Cas’Amaro”, reforça, enumerando os atributos, como o solar antigo, a capela e a paisagem verdejante, onde se inserem a mancha de floresta e os seis hectares de vinha, em relação à qual Ricardo Santos, diretor de enologia da Cas’Amaro, destaca que as “vinhas mais velhas são de Arinto” plantadas na década de 70 do século XX.

Os croquetes de pato e os pastéis de massa tenra de pampo, do restaurante Orquídea, outro projeto com a chancela da Cas’Amaro, abriram os hostes à apresentação dos vinhos Bustelo
No universo dos inéditos, comecemos pelo Bustelo rosé 2024 (€9,75), elaborado a partir de uvas vindimadas numa espécie de field blend na ramada, nome atribuído ao sistema de condução tradicional das videiras na região dos Vinhos Verdes, em que as ramificações se estendem na horizontal. Do trabalho da adega, resulta numa ode a este território vitivinícola e, simultaneamente, um vinho que rima com o verão, ou não se revelasse uma boa companhia para os tão apetecíveis churrascos, mas também de sushi, para gáudio dos apreciadores da cozinha asiática. O Bustelo Reserva Arinto 2023 (€17,50) apresenta alguma complexidade, a par com a frescura e a acidez características da casta, e entra em harmonia com pratos de peixes gordos e carnes brancas. Já o balanço entre a doçura e a ligeira acidez, sem descurar da frescura do Bustelo Doce Azal 2023 (€12,80), “pede” para combinar com sobremesas.
O elenco das novas colheitas da Quinta do Bustelo é determinado pelos clássicos desta região, todos com um perfil aromático que facilmente remete para este território. Neste alinhamento, apresentam-se o Bustelo Alvarinho 2024 (€10,37), que denota a frescura da casta branca, que promete fazer companhia a saladas frescas e marisco; o Bustelo Arinto 2024 (€9,55), cujas notas florais, a acidez presente e a frescura mostram potencial para ter à mesa pratos asiáticos ou o clássico bacalhau à Brás; e o Bustelo Colheita Selecionada 2024 (€9,55), feito a partir de Loureiro e Arinto, com um perfil aromático, subtis notas de especiarias, uma acidez bem presente e complexidade, que, no seu conjunto, permite fazer frente a pratos com caril.
Entretanto, a Quinta do Bustelo está a ser palco dos trabalhos de recuperação do solar, o futuro boutique hotel da Região Demarcada dos Vinhos Verdes sob a égide da Cas’Amaro. Terá entre seis a oito suítes a comungar com a excelência do serviço, bem como com “muita arquitetura, design de interiores e muita arte”, garante o diretor geral da empresa, à semelhança do projeto de Lisboa.
Brindemos!