História e evolução, tradição e inovação, antigo e moderno fazem da Luiz Argenta uma vinícola singular no Rio Grande do Sul e uma das dez mais belas do mundo.
O vinho brasileiro, infante na história vitivinícola, engrenou verdadeiramente neste apaixonante e exigente mercado há menos de duas décadas. Se é verdade que temos ainda um longo caminho, é também certo que as bússolas parecem andar bem reguladas, norteando sua trilha.
Na Serra Gaúcha, mais precisamente na região de Altos Montes, que empresta o nome à recém conquistada indicação de procedência, a Luiz Argenta emerge dos planaltos que reúnem a combinação ideal dos elementos necessários à produção do néctar de Dionísio.
Ou de Baco – as raízes italianas, a majestosa paisagem e as semelhanças climáticas justificam o grande potencial deste terroir, um dos mais privilegiados do sul do Brasil. Aliando o saber-fazer deste povo alegre, hospitaleiro e trabalhador, às condições idealmente favoráveis à produção vinícola, a Luiz Argenta viria a se tornar uma justa referência na região.
Marcante sintonia: Precisão e paixão, beleza e técnica surpreendem no premiado ou acervo vínico da Luiz Argenta.
As terras foram adquiridas pelos irmãos Deunir e Itacir Neco Argenta em 1999, à ocasião da falência dos antigos produtores. Sua destinação originária foi mantida, mas o replantio das vinhas seria necessário à recondução da trajetória. Após duas safras excepcionais, 2005 e 2009, ano em que a vinícola é fundada como homenagem ao pai, nomeando os vinhos. Nascia novo referencial da vitivinicultura gaúcha. Contrasta com as belas paisagens da região a arquitetura arrojada de Vanja Hertcert, inspirada nas vinícolas da região de Rioja, harmonizando com maestria beleza e técnica. Estratégias capazes de contornar as adversidades climáticas do expressivo verão serrano são responsáveis pelo arrefecimento nos locais de produção: teto duplo e ondulado e parede em pedras conservadas na escavação do terreno.
O sistema de vinificação por gravidade aproveita-se da profundidade na construção, utilizando-se da lei natural para pressionar, fermentar e levar o vinho às barricas para o envelhecimento. Garrafas de design trazidas da Itália assumem exóticas formas, sendo manualmente rotuladas. Mas é à profundidade de 12 metros que a obra atinge o clímax: a adega incrustada na rocha é outro charmoso exemplar arquitetônico, abrigando as elegantes barricas de carvalho francês vindas da Espanha, onde os vinhos repousam ao som de suaves notas musicais que ecoam pela múltiplas abóbadas do espaço. Vinhos alegres e frutados, entre tintos e brancos, compõem a “L.A. Jovem”: notas de maracujá e pêssego marcam o Sauvignon blanc, cujo frescor é ideal para os pratos estivais e da gastronomia asiática.
Vinhos mais sérios reservam-se ao acervo Luiz Argenta, linha de safras excepcionais, com passagens mais longas por madeira. Sublinho o notável Luiz Argenta Cuvée, 50% Cabernet sauvignon e 50% Merlot, espelhando com distinção o terroir gaúcho que tão bem recebeu a casta Merlot com suas condições geoclimáticas. Os 14 meses em barrica são responsáveis pela atribuição de estrutura e complexidade a este 2005 de marcante persistência.
A alquimia resultante é um belo acervo vínico. No simbolismo dos rótulos, com sinais gráficos, o conceito da personalidade de seus vinhos e espumantes: permitem diferentes interpretações, com significado perene no tempo e arrojados no design.
A bela tarde de imersão encerra-se com o pôr-do-sol de primavera na vinícola-boutique; hora de os vinhos repousarem ao som da suave música que ecoa pela cave; hora de as vinhas prepararem-se para serem banhadas pela lua; hora de a Luiz Argenta orgulhar-se da colheita dos frutos semeados. Uma experiência a não perder. •
+ www.luizargenta.com.br
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