“Venham viver uma experiência única às portas de Lisboa”. A frase, em jeito de slogan, resulta de um desafio apresentado a um dos presentes, ao jantar, e assenta bem neste montado mergulhado na natureza em pleno coração da Estremadura. Sejam bem-vindos às Casas do Moinho Novo.
À chegada, a serenidade do campo fala em nome do silêncio num refúgio “às portas de Lisboa”. Em Canha, no Montijo, para sermos mais precisos. Onde a Herdade do Moinho Novo, uma exploração agrícola com uma vertente ludico-pedagógica, integra as Casas do Moinho Novo, uma unidade de agro-turismo composta por oito casas de madeira, cada uma com o seu nome e estilo próprios (Futuro, Belle Époque, Vintage, Sem Nome, Floresta, Industrial, Central e Colonial), erigidas em harmonia com a natureza, numa encosta decorada com sobreiros.
A vista é de excelência, graças à envolvente paisagística, intocável e serena, convertida num cenário campestre de charme, que conquista ao primeiro olhar e convida à preguiça na varanda. Defronte, a piscina infinita, contígua ao lago, estende-se ao sol, assim como as espreguiçadeiras e as poltronas coloridas que decoram o relvado em redor, deixando-nos indecisos na escolha do local para passar a tarde.
No interior, a casa onde ficamos veste-se sem preconceitos, numa alusão à célebre Belle Époque, num amplo open space muito cosy, onde a sala comunga, sem interferências, com a kitchnet, de um lado, e o quarto do outro. Para os mais reservados, há as portas de correr ao fundo da cama e aos mais novos – surpresa das surpresas – desvendamos o segredo por trás de três portas do armário de parede que escondem dois beliches. Abrimos sem cerimónias!
Já o fim do dia se faz adivinhar e os sapos, no pequeno lago, iniciam o ensaio para a noite que se aproxima. Na Casa Central, dá-se corda aos preparativos para o jantar que anima a noite num ambiente descontraído e acompanhado por uma agradável conversa sobre a Herdade do Moinho Novo. Adquirida em 1997 por José Carlos e Rita que, de malas e bagagens, rumaram ao Montijo para criarem avestruzes e, apesar das voltas saírem trocadas, quis o tempo que ali nascesse “a produção de bovinos em modo biológico”, afirma José Carlos.
Aos poucos surge a quinta pedagógica, que todas as semanas recebe visitas de “escolinhas”. Outra das atividades da herdade está relacionada com a horta biológica e o convite aos hóspedes de todas as idades a serem agricultores por um dia. Há ainda um campo de férias, “onde os miúdos podem contactar com o mundo agrícola” cujo programa da última semana de julho inclui, este ano, “desportos radicais”, revela José Carlos; um hotel do cão, para os cães dos hóspedes passarem a noite ou acolher os de quem prefere uma pausa para férias sem o seu animal de estimação; espaço para festas e eventos, e workshops.
A manhã seguinte acorda soalheira. É tempo para tomar o pequeno almoço na Casa Central e correr – ação para aplicar apenas às crianças – até à quinta para visitar o burro Gaspar e o bode António, entre tantos outros bichos, mesmo os de fora de portas, como os porcos vietnamitas, que não deixam os pequenos indiferentes e divertidos, pois está na hora de alimentar os animais.
Espaço não falta para caminhar, passear de bicicleta, montar a cavalo ou explorar o montado de jipe. No fim, desfrute da tranquilidade e da beleza deste refúgio no campo enquanto os mais novos brincam no parque infantil… mas só para aventureiros em ponto pequeno. Boa estadia! •
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© Fotografia: João Pedro Rato