“Uma mão cheia de arte” / Conrad

Cinco nomes. Cinco artistas nacionais. Eis a exposição coletiva da Private Gallery que reúne “Uma mão cheia de arte” no hotel Conrad, em Almancil.

Os pintores Graça Morais, José de Guimarães, Manuel Cargaleiro e Guiherme Parente, e o escultor Rogério Timóteo compõem o “quinteto” da mostra de arte contemporânea portuguesa no hotel Conrad Algarve, na Quinta do Lago, a convite da Private Gallery, que celebra, assim, o seu 15.º aniversário em terras algarvias.

Com inauguração oficial no passado dia 1 de agosto, a exposição “Uma mão cheia de arte” é a resposta ao desafio apresentado a Pedro Alvito, mentor da Private Gallery, no sentido de promover a arte portuguesa no Conrad Algarve, motivo que o levou a “mostrar nomes incontornáveis da arte portuguesa”, os quais “nunca tinham estado juntos”. Sobre o empenho dos visitantes de fora de portas, realça a “fantástica adesão” e o reconhecimento das obras apresentadas. A respeito dos ilustres no universo das artes, os cinco artistas apresentam obras recentes, exceto Manuel Cargaleiro (a fotografia de entrada é um quadro da autoria do pintor) – com painéis de azulejo na estação de metro de Champs Elysées-Clémenceau, em Paris, e na do Colégio Militar-Luz, em Lisboa – “por razões de idade”, justifica o mentor da Private Gallery.

Mas comecemos pelas senhoras. A pintora Graça Morais, que aos nove anos recebe a primeira caixa de aguarelas das mãos de seu pai, fala de “quadros que têm desenhos dentro, com qualidade, para fazer companhia ao José de Guimarães, ao Cargaleiro e aos outros artistas”; quadros que “são uma persistência na minha vida”, que espelham a “relação afetiva” com Trás-os Montes, onde a ligação com o ciclo da natureza é uma constante na obra da pintora. “São quadros que têm a ver com memórias, mas também com uma grande fantasia”, agora expostos a sul, para um “público de verão, descontraído”, remata Graça Morais, a autora dos painéis das estações de metro de Bielorrússia, em Moscovo, e da Falagueira-Amadora e estação de comboios do Fogueteiro, no Seixal, e que tem um Centro de Arte Contemporânea com o seu nome, em Bragança.

Passemos a José de Guimarães, cujos quadros da mostra se fundem na “temática da comunicação entre culturas, entre os cidadãos, nas grandes cidades”. Uma abordagem “sociológica e antropológica”, até porque, diz, “a arte tem o poder de comunicar sem precisar de tradução” por ser “uma linguagem universal”. E é esta linguagem pictórica constante na obra de José de Guimarães que denota a identidade do artista plástico português traduzida na “simbiose entre a cultura ocidental e a cultura africana” desenvolvida após “uma passagem de sete anos por África”. Relembramos que o artista plástico criou o Centro Internacional das Artes com o seu nome, em Guimarães, bem como o símbolo do Turismo de Portugal, e é o autor das obras representadas nas paredes das estações de metro na Cidade do México e em Carnide, Lisboa.

Por seu turno, Guilherme Parente apresenta “vários temas” nesta exposição, sem que de uma sequência se tratasse, porque reconhece a pintura como “um acontecimento” perante o qual cada um interpreta à sua maneira. “É uma abertura da imaginação”, afirma o pintor que se encontra representado no Ministério da Cultura, na Fundação Nacional Soares dos Reis, no Museu Nacional de Arte Contemporânea e na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e no Museu Machado de Castro, em Coimbra.

Já no campo da escultura, Rogério Timóteo, com mais de 20 obras públicas na região de Lisboa e exposições nos Estados Unidos, em Espanha e no Luxemburgo, enaltece a “grande honra” que é “estar ao lado de quatro nomes consagrados do mundo da arte” numa mostra onde as suas obras, “escolhidas aleatoriamente”, fazem parte “da minha temática de vida, que é o corpo humano”, das quais sobressai o encanto pela mitologia grega, em particular pela figura de Ícaro. “A maior de todas” encontra-se exposta no lounge do Conrad Algarve, tendo sido “preparada para este espaço”.

Todas as obras de “Uma mão cheia de arte” podem ser visitadas até 24 de agosto, data em que terminam também as visitas guiadas à exposição, agendadas para as quartas-feiras, às 10.30 horas, e aos sábados, às 19.

Tome nota e inclua o Conrad Algarve, na Quinta do Lago, em Almancil, no roteiro das suas férias pelo sul do país e, já agora, experimente a cozinha gourmet do restaurante Gusto by Heinz Beck (em breve, na Mutante). •

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