O reconhecido cantor e autor brasileiro, Alceu Valença, completa 40 anos de carreira em 2014, com mais de 35 discos editados. As celebrações deste momento especial chegam a Portugal com o lançamento de um álbum que percorre os maiores êxitos da sua carreira – “Valencianas”.
Alceu Valença é alma brasileira cheia com uma riqueza sonora singular que, cremos, já todos ouviram algum dia, em algum momento. Com regência do Maestro Rodrigo Toffolo e Alceu Valença como solista, este álbum “Valencianas” recria o cancioneiro do cantor e compositor pernambucano que, pela primeira vez, tem parte significativa da sua obra arranjada para orquestra, recriando o seu universo musical dando-lhe uma nova e ainda mais rica leitura.
“Valencianas” foi traçado tendo como referência a vasta biografia musical de Alceu, incluindo os seus maiores sucessos, e explora particularidades que tornaram a obra do cantor um marco forte na história da música popular brasileira. Assim, guitarra, violão, baixo elétrico, bateria e percussão entram em diálogo natural e seguro com instrumentos típicos da sonoridade nordestina como sanfona, zabumba, tampa de panela, rabeca e marimbau que, por sua vez, se unem a uma orquestra de cordas. Uma aliança única do instrumento clássico ao popular brasileiro. Com o lançamento do disco “Valencianas” agendado para novembro em Portugal, Alceu Valença irá regressar, ao nosso país, no próximo janeiro de 2015 para dois espetáculos com participação muito especial da Orquestra Ouro Preto. Os espetáculos serão em Lisboa e Porto e os bilhetes podem ser adquiridos no momento da compra do disco no âmbito de uma campanha disco-bilhete desenvolvida entre editora do artista em Portugal e a FNAC, um álbum que lhe dá acesso a um concerto que não deve perder – boa soma.
Alceu Valença cresceu em convívio direto com os elementos vivos que ajudaram a consolidar a cultura brasileira contemporânea como o canto dos aboiadores, emboladores, violeiros e cantadores de feira são algumas das influências que assimilou da cultura e música do Agreste e do Sertão. Na década de 80, viu o seu nome subir alto no reconhecimento público, altura em que se recriou enquanto artista e formatou o estilo que o consagraria como um dos maiores poetas, cantores e compositores brasileiros. Hoje é, indubitavelmente, uma referência obrigatória se quer conhecer bem todo o mundo musical brasileiro e sua evolução.
O compromisso com a identidade cultural nordestina é assumido e visível em músicas como “Coração Bobo”, “Anunciação”, “Tropicana”, “Belle de Jour” (este última uma das mais tocadas e, quiçá, das mais belas), entre muitas outras que marcaram a sua carreira ao longo dos últimos 40 anos. É, ainda, um dos artistas brasileiros que mais exaltam a influência portuguesa e ibérica na canção brasileira, especialmente em géneros desenvolvidos no Nordeste, como o frevo-canção, a marcha rancho, o xote e a toada. Portugal está presente em vários temas de Valença, como “Loa de Lisboa”, “Oropa, França e Bahia”, “P da Paixão”, “Marinheiro José”, entre outros. Recentemente, Alceu Valença lançou o seu primeiro longa-metragem como diretor, “A Luneta do Tempo”, premiado no Festival de Cinema de Gramado e presente no Festival do Rio e na Mostra São Paulo de Cinema. O artista prepara, também, o lançamento do seu primeiro livro de crónicas e poesia, “O Poeta da Madrugada”, a ser lançado em Portugal, em Janeiro de 2015, pela Editora do Chiado.
Um artista completo, com uma riqueza cultural ímpar que deve descobrir e ouvir: Alceu Valença. •
+ Alceu Valença
© Fotografia: Naty Torres.
