Casa de cortiça de Ricardo Jacinto / Gulbenkian

Casa de cortiça do artista Ricardo Jacinto na Gulbenkian para concerto de 20 dias. Nem mais, nem menos.

Com o apoio da Corticeira Amorim, que se tem demarcado pela aplicação da cortiça a todo um universo de inovação, arte e design, uma casa temporária de cortiça está instalada no anfiteatro ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian e recebe, durante 20 dias consecutivos, desde 09 até ao dia 29 de abril, o pianista italiano Marino Formenti para a performance “Nowhere”.

O artista Ricardo Jacinto criou uma residência temporária de cortiça que será habitada por Marino Formenti, que ali se senta ao piano, toca, dorme, come e vive. Sobre o projeto arquitetónico, Ricardo Jacinto explica que “surge de um convite para desenhar uma habitação temporária para performance do pianista Marino Formenti.” “Neste contexto, as propriedades acústicas e térmicas da cortiça, associadas a um sistema construtivo que privilegiava a rapidez de montagem e facilidade de transformação do material em obra, foram determinantes para a sua escolha”, detalha o artista.

A casa integra cortiça cedida pelas empresas Amorim Cork Composites e Amorim Isolamentos, mais especificamente, 300 blocos de aglomerado de cortiça expandida, um material que se assume como o elemento estrutural das paredes deste espaço, e diversas soluções de compósitos de cortiça, que asseguram o revestimento exterior da cobertura, do pavimento e do teto, num total de cerca de 200m2.

Diariamente, entre as 10h00 e as 20h00, o público é convidado a entrar e sair livremente, a voltar, a ouvir música ao vivo, num reportório que abarca John Cage, Morton Feldman, Erik Satie, Brian Ero, Jean-Henri d’Anglebert, Gaspard le Roux ou Bjork, entre o barroco e o contemporâneo, numa performance/concerto no âmbito da BoCA – Biennial of Contemporary Arts. Uma experiência ímpar! Com streaming 24h/dia, a partir do site da BoCA (www.bocabienal.org) a performance/concerto “Nowhere” pode ser acompanhada à distância desde o primeiro dia, caso não lhe seja possível um passeio até à Gulbenkian.

Sobre Marino Formenti & Ricardo Jacinto podemos acrescentar:
Marino Formenti é um dos músicos mais interessantes do nosso tempo destacado em 2009 com o Belmont Prize de música contemporânea, pela Forberg-Schneider Foundation em Munique.
Está constantemente à procura de redefinir a experiência musical. Elogiado pelo Los Angeles Times como o “Glenn Gould do séc. XXI”, o seu gosto por experimentar combinações novas e inesperadas levou ao desenvolvimento de projectos únicos e de formatos alternativos de concertos. Em “Nowhere”, Marino Formenti toca, dorme e come durante várias semanas, continuamente, numa casa temporária aberta ao público, desejando “desaparecer” através da música.

Ricardo Jacinto é artista plástico e músico concentrando-se principalmente na relação entre som e espaço. É actualmente investigador no Sonic Arts Research Center (Belfast). Mantém uma actividade regular na área da música experimental e improvisada. Apresentou o seu trabalho em diversas exposições individuais e coletivas como: Project Room CCB, CAM, Círculo de Belas Artes (Espanha), MUDAM (Luxemburgo), Centro Cultural Gulbenkian (Paris), Manifesta 08_Bienal Europeia de Arte Contemporânea de Itália, Frac (França), Museu de Serralves, OK CENTRE (Áustria), Culturgest, Casa da Música, CIAJG. Em 2006 representou Portugal na Bienal de Veneza de Arquitectura num projecto em co-autoria com o Arq. Pancho Guedes.

Dois nomes a seguir de perto, sem dúvida. Na ficha técnica desta casa e performance temos: “Nowhere”- Concepção e performance de Marino Formenti. Arquitetura de Ricardo Jacinto. Cálculo estrutural de Eng. Tiago Pereira. Coprodução de BoCA, Fundação Calouste Gulbenkian.

Nesta Páscoa, aproveite um dos dias de descanso para rumar à Gulbenkian e ser parte desta performance. •

Gulbenkian Música

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