Neste meio de janeiro e meio de semana, falemos de uma estreia nacional com o filme-ensaio “Uma Ópera do Mundo” (2017), da autoria de Manthia Diawara, que realizar-se-á na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema (Lisboa) e na Fundação de Serralves (Porto), com a presença do autor e do curador e produtor do filme, Jürgen Bock.
“Uma Ópera do Mundo” é uma produção da Maumaus / Lumiar Cité, com o apoio financeiro de Prince Claus Fund for Culture and Development, ZDF/3sat, documenta 14 e Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes. A sua estreia internacional aconteceu na documenta 14 (Atenas e Kassel), tendo sido posteriormente apresentado no ICA – Institute of Contemporary Arts (Londres), Centre Pompidou (Paris) e Serpentine Galleries (Londres), entre outros espaços e eventos dedicados à arte contemporânea. Agora, é a vez de Lisboa e Porto receberem esta Ópera.
O filme-ensaio é “baseado na ópera africana Bintou Wéré. Un opéra du Sahel, uma narrativa em torno do eterno drama da migração. A ópera filmada em Bamako em 2007, serve de espelho para Manthia Diawara construir uma história estética e reflexiva, através da música e da dança, sobre a atual crise dos refugiados e a tragédia intemporal da migração entre Sul e Norte, examinando a realidade dos encontros culturais através dos conceitos de mestiçagem e hibridismo. O sucesso e o limite da fusão das perspetivas africana e europeia são testados pelas interpretações entrelaçadas da ópera Bintou Wéré. Un opéra du Sahel com arquivos do passado e do presente relativos a imagens de migrações, com árias clássicas europeias e com entrevistas a intelectuais, artistas e ativistas sociais, europeus e africanos, incluindo Alexander Kluge, Fatou Diome, Nicole Lapierre e Richard Sennett“.
Manthia Diawara (Mali) vive e trabalha em Nova Iorque, onde é Professor no Institute of African American Affairs (New York University). Antes de emigrar para os Estados Unidos da América para prosseguir os estudos, Diawara foi educado em Bamako (Mali), Conacri (Guiné) e Paris (França). Manthia Diawara é um prolífico escritor e cineasta. Os seus ensaios sobre arte, cinema e política foram publicados em The New Times Magazine, LA Times, Libération, Mediapart e Artforum. Para além da autoria de diversas publicações sobre cinema africano e das suas diásporas, destacam-se os seus livros de memórias: We Won’t Budge: An African in the World (Basic Books, 2008 / Não Arredamos Pé, Europress, 2010) e In Search of Africa (Harvard University Press, 2000). Os seus filmes de ensaio incluem: Uma Ópera do Mundo (2017), Negritude, um Diálogo entre Soyinka e Senghor (2015), Édouard Glissant, One World in Relation (2010), Maison Tropicale (2008) e Rouch In Reverse (1995).
Para a sua agenda, as datas a reservar:
02/02, 21h30 – Sala M. Félix Ribeiro, Cinemateca Portuguesa, Lisboa. (A sessão é apresentada por Manthia Diawara e Jürgen Bock).
03/02, 18h00 Auditório, Fundação de Serralves, Porto. (A sessão é seguida por uma conversa com Manthia Diawara, Suzanne Cotter e Jürgen Bock).
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