Depois do sucesso de “Diálogos com O Piano”, no mês passado, neste Abril de uma tímida Primavera, a Lugar Comum dá-nos House of Wolves – o projecto do norte-americano Rey Villalobos – e Castello Branco. O primeiro, estreia-se em Portugal trazendo na bagagem os seus discos de composições folk onde a sua voz se alia aos belíssimos arranjos de cordas; o segundo, é um dos nomes mais relevantes da actual música independente brasileira e vem mostrar o seu novo disco – “Sintoma”.
Há muito que a Lugar Comum segue a pista do californiano Rey Villalobos, de quem o projecto House of Wolves “percorre os infindáveis trilhos da folk/americana, assumindo um registo nocturno (‘Fold In The Wind’, 2011), por vezes crepuscular (‘Daughter of the Sea’, 2015) e, nos tempos mais recentes, luminoso (‘House of Wolves’, 2016). Para tal revelou-se instrumental a recomposição do papel dominante que o piano ocupava na relação entre o músico norte-americano e as suas canções. Contando com a produção de John Morgan Askew, que no passado trabalhou com Alela Diane ou The Dodos, o seu último álbum ganha em amplitude e claridade, privilegiando os arranjos de cordas e a secção rítmica, aportando uma maior completude e maturidade ao respectivo percurso“. Referências como Elliott Smith ou Neil Young aparecem no caminho, partilhando responsabilidades no crescimento e afirmação de Villalobos, o qual rumou a Portland para, naquela cidade e apenas em três dias, gravar o seu mais recente álbum homónimo.
Este último trabalho de originais, que virá na bagagem do músico norte-americano, será apresentado em Coimbra, no CAV – Centro de Artes Visuais, na noite de 07 de Abril, num espectáculo a solo que coincidirá com a última data europeia de uma tour iniciada em meados de Março. Oportunidade rara para testemunhar a evolução de um músico, agora que se encontra consolidado o seu registo no estúdio e no palco. Proibido ficar em casa. (Dada a lotação limitada da sala, a garantia de lugar é aconselhada e pode ser efectuada mediante o envio de e-mail para lugarcomum.pt@gmail.com – indicando nome completo e número de documento de identificação para posterior confirmação. As entradas reservadas deverão ser levantadas na data e local do concerto, entre as 21h30 e as 21h55, sob pena de perderem o seu efeito).
Rumando aos 20’s de Abril, desde a edição de “Serviço” (2013), o seu primeiro álbum de originais, Castello Branco “tem vindo a demarcar e a consolidar o seu espaço no vasto território da música brasileira. Após ter trocado o seu Rio de Janeiro por São Paulo, onde se fixou e passou a produzir periódicos eventos de música electrónica, gradualmente incorporando a mesma nas suas próprias criações, ensaiou igualmente a primeira aventura no domínio da escrita, editando uma colecção de poemas intitulada ‘Simpatia’ (2016), cuja apresentação ao público ocorreu na Feira do Livro do Porto“. Em verdade, sua ligação a Portugal tem vindo a ser reforçada nos últimos anos, tendo por três vezes, em diferentes momentos, percorrido salas e teatros do nosso país, apresentando as suas composições e conquistando o público. Nesta sua quarta incursão em território nacional, a tour revela-se um pouco mais ambiciosa. Com oito concertos marcados, entre os quais destacamos aqui o de Coimbra, o “músico brasileiro apresentar-se-à em formato banda, deixando para trás a veste de cantautor e o intimismo característico de uma actuação a solo. É deste modo que a sua evolução sonora dos últimos anos, que o deixa actualmente a meio caminho entre a folk e a electrónica, melhor poderá ser testemunhada e compreendida. Não deixando um registo minimal e depurado, privilegiando ainda e sempre a lírica e a voz, na nova vida de Castello Branco os sintetizadores habitam a MPB, abrindo portas à modernidade“.
https://www.youtube.com/watch?v=oef0ci4kSzM&feature=youtu.be
No próximo dia 26 de Abril, o músico brasileiro apresenta-se no Salão Brazil, trazendo consigo o segundo capítulo da sua discografia – “Sintoma” (2017) -, álbum que recolheu o entusiasmo da crítica, confirmando Castello Branco como um dos nomes mais relevantes da actual música independente brasileira, e cuja reprodução perante o público português será peça central dos seus concertos.
A tomar nota dos concertos. A ir, em Coimbra, pela mão da Lugar Comum. •
