Os meses que antecedem o verão em Braga não pautam por serem comuns. O Theatro Circo, com sua majestosa sala, não pára e não quer parar, e ainda bem. Uma mão cheia de concertos internacionais, artistas nacionais, teatro e dança é o que nos propõe.
Tudo começa hoje, dia 21 de maio, 21h30, com a cantora e compositora nova iorquina Sophie Auster, filha dos escritores Paul Auster e Siri Hustvedt. Ligada ao mundo do cinema e da música, com uma carreira discreta ao longo do tempo, Sophie gravou o seu primeiro disco aos 16 anos. Com uma voz sensual e atrevida a cantora vai apresentar o seu novo álbum de originais “Next Time”. (Dia 23 de maio, Sophie sobe ao palco do Musicbox, em Lisboa, pelas 22h00).

© Sophie Auster, DR
No dia 25 de maio, 21h30, a marroquina Hindi Zahara leva na bagagem o seu mais recente disco, “Homeland”, um álbum autobiográfico e um espelho das múltiplas influências culturais que desaguam no seu país. Hindi foi comparada a Billie Holiday e a sua atitude mereceu-lhe ainda a designação de “Patti Smith do Norte de África”.
A 06 de junho (21h30), a aclamada Lisa Gerrard (dos Dead Can Dance) sobe ao palco principal com The Mystery Of The Bulgarian Voices, um dos mais prestigiados colectivos de música do mundo (se nunca ouviu… nem sabe o que anda a perder!). The Mystery Of The Bulgarian Voices venceram um Grammy em 1988 e regressam às edições discográficas 20 anos após o seu último trabalho. Aclamado pela crítica mundial como um dos mais surpreendestes discos de 2018, ‘BoocheeMIsh’ é o mote para a tournée mundial em 2019.
(Se não lhe for possível ir a Braga, dia 04 de Junho, pelas 21h30, pode ir à Casa da Música no Porto ou, dia 05 de Junho, pelas 21h00, na Aula Magna de Lisboa).
No dia 14 de junho, 21h30, há mais um concerto a que ninguém pode faltar. Já tudo se disse sobre Amadou & Mariam. O blues maliano e o afro-blues foram as suas primeiras ferramentas para comunicar histórias e costumes. Com o tempo começaram a misturá-los com o rock e a música eletrónica. Mostrando essa fusão de sons prodigiosos, o duo maliano, que já foi nomeado para os Grammys, é um coletivo incontornável na história da música africana de dimensão mundial.
No dia 29 de junho, 21h30, a banda brasileira Francisco el hombre chega pela primeira vez a Braga. Da mistura do Tropicalismo e do rock&roll norte-americano, com vestígios remotos da MPB, nasceu uma corrente musical nómada e transcultural em forma de banda ou, como os próprios diriam: o Pachanga Folk que, nas produções mais recentes, ganhou também gosto a coco, a cumbia, a maracatu, a salsa, a samba e ciranda.

© Amadou & Miriam, DR
No que respeita a música nacional, os Barry White Gone Wrong chegam ao Theatro no dia 15 de junho, 23h59, misturam rock, blues e um pouco de funk com a icónica e profunda voz de Peter – que lhes confere uma sonoridade muito própria. No dia 21 de junho, 23h59, são os Indignu banda que é englobada no estilo apelidado de post-rock de onde fazem parte bandas como os Explosions in the Sky, Godspeed You Black Emperor, Mogwai e God is na Astronaut entre outros.
A “superbanda” Paião que conta com os músicos João Pedro Coimbra (Mesa), Marlon (Os Azeitonas), Via, Jorge Benvinda (Virgem Suta) e Nuno Figueiredo (Virgem Suta, Ultraleve), chega ao Theatro Circo no dia 31 de maio, 21h30, para apresentação do disco de estreia que reflete a diversidade da obra de Carlos Paião.

© Hindi Zahra, DR
No Teatro, a peça “Anjo” (da qual já aqui vos falámos), do autor Henry Naylor, sobe ao palco no dia 24 de maio e narra a história de uma rapariga síria que é capturado pelo ISIS e se converte numa franco-atiradora, temida por estes últimos. “Selfie”, é a peça encenada por Marcus Caruso que se estreia em Braga no dia 08 de junho. “Velvet Carpet” é a performance artística apresentada pelos Palcos Instáveis – Segunda Casa; no dia 07 de junho, com direção artística de Pedro Prazeres, “Velvet Carpet” convida-nos a entrar na intemporalidade do tempo e na imaterialidade que nos rodeia.
Tudo a tomar nota. Tudo a não perder, em Braga. •