2020 é ano redondo para os conimbricences Birds are Indie. Razão? Nada mais nada menos que andarem a espalhar charme, com suas penas, há 10 anos. Número redondo. Conta certa. Música a preceito.
Para celebrar, nada mais acertado que lançar um novo álbum de originais e músicas re-visitadas. Afinal, quando já se viaja há muito, há sempre bagagem que gostamos de continuar a levar connosco e que, por vezes e tantas vezes, gostamos de reorganizar com diferentes arranjos.
O álbum, o 5.º para esta banda bem produtiva – do qual ainda não vos revelaremos todo o conteúdo, mas que garantimos estar no ponto exacto do que são os Birds are Indie passados estes 10 anos – chegar-vos-á em duas edições distintas, uma em CD e outra em vinyl.
Ambos os formatos contam com cinco canções re-visitadas da anterior discografia da banda, reinterpretadas e regravadas no estúdio Blue House, em Coimbra – a tal bagagem que inevitavelmente levamos connosco, a cada nova viagem, sempre indispensável, pois sem ela a viagem perde parte da bitola já adquirida.
Porém, e como estes pássaros têm uma queda nata para criar novas sonoridades, há também espaço, nesta nova viagem, para 10 novas canções, cinco no CD (a editar dia 17 de abril) e outras cinco no vinyl (com lançamento em setembro).
A primeira viagem a ser editada – o CD, em abril – chegar-nos-á com o título “Migrations – The Travel Diaries #1” e, claro, mais uma vez pela mão da editora Lux Records que não deixa escapar estes afinados pássaros independentes.
Todo o alinhamento conta com a sábia mistura e masterização de João Rui (a Jigsaw), todas as faixas tiveram a participação especial no baixo e algumas teclas do convidado “da casa” Jorri (a Jigsaw), que também colaborou na gravação. A liderar esse processo, como habitualmente, ficou o Henrique Toscano, e o mesmo aconteceu com o artwork e o design, feitos pela pena da Joana Corker.
Quanto à geografia musical deste trio – Ricardo Jerónimo, Joana Corker e Henrique Toscano – essa é conhecida e vincada: “o seu ninho foi construído em forma de bedroom pop, com a folk pelo meio, numa postura DIY minimalista, própria dos primeiros voos, tal como aconteceu com Belle and Sebastian, Yo La Tengo, Moldy Peaches ou Juan Wauters. Com o tempo, as asas da sua pop foram crescendo e aproximaram-se do rock que lhes foi ensinado por nomes como Lou Reed, Dean Wareham, Black Francis e Stephen Malkmus.”
“Ao longo destes 10 anos de história(s), os Birds Are Indie acumularam diversas viagens, umas físicas e outras sonoras. Se muitas vezes se aventuraram à descoberta, noutras preferiram voltar ao ponto de partida. Com dificuldade em estar muito tempo no mesmo lugar, foram migrando entre conforto e desprendimento, atravessando latitudes bem conhecidas e meridianos algo esquecidos.”
Neste novo trabalho, que se preparam para apresentar, “está muito presente a ideia de ida e regresso, seja porque o disco vagueia entre diferentes períodos na vida musical e pessoal de Ricardo Jerónimo, Joana Corker e Henrique Toscano, seja porque o mote para as letras que o compõem é a sua própria inquietude, ora desamparada, ora desafiante. No fundo, quem vive entre o aqui e o ali, prefere é estar além, como a mestria de Variações tão bem sintetizou.”
Para aliviar a nossa e vossa espera até ao dia 17 de abril, o trio presenteia-nos com o single de lançamento, estreado há dois dias – “Black (or the art of letting go)” – em modo teledisco onde o conceito e edição ficou a cargo do trio de pássaros e a gravação a cargo de Bruno Pires, no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra.
O single, que “mostra uma determinação materializada num ritmo tenso e intenso [e viciante que não queremos que termine], em guitarras sujas e teclados acutilantes“, é a primeira música do alinhamento de “Migrations – The Travel Diaries #1” e está aí para ser ouvido em loop, ficando gravado, no imediato, na vossa memória auditiva, garantimos. Estes pássaros não desiludem e continuam a surpreender.
E assim, 10 anos depois, inicia-se mais uma viagem com estes palcos já confirmados:
09/04 – Salão Brazil, Coimbra.
17/04 – Sabotage, Lisboa.
29/04 – Casa da Música, Porto.
20/05 – Costello, Madrid.
21/05 – Asklepios, Valladolid.
22/05 – Sala Creedence, Zaragoza.
23/05 – Llimac Elèctric, Lleida.
24/05 – Panorámic, Barcelona.
06/07 – Festival UKP Day, Ribadavia.
11/09 – Festival Xiria Pop, Carballo.