Paço dos Infantes, marca icónica da década de 1980 é uma das apostas da família Cardoso, proprietária da Herdade da Lisboa, nome que é estreia em rótulo no portefólio deste produtor vitivinícola.
Situada na aldeia de Selmes, entre a Ribeira de Selminhos e a Ribeira do Freixo, na Vidigueira, Alentejo, a Herdade da Lisboa é adquirida, em 2011, pela família Cardoso, que tem vindo a investir, na última década, no sector do vinho. À reestruturação e requalificação da propriedade, acresce a construção de uma adega, onde estão instaladas as condições e as valências necessárias para avançar com este projecto numa das mais promissoras sub-regiões vitivinícolas do país.
Nos 350 hectares de área total, estão incluídos os cem hectares de vinha. Desta, 80 por cento remontam ao período entre 2006 e 2008, e os restantes 20 datam de 2016 e 2017. Plantada em suaves declives característicos da paisagem, é de destacar a predominância dos solos argilo-xistosos “uma vantagem para a frescura dos vinhos”, segundo Ricardo Silva, enólogo na Herdade da Lisboa desde 2019.
Paço dos Infantes, o renascer de um clássico do Alentejo, da década de 1980
A frescura é precisamente um dos predicados do novo Paço dos Infantes Chardonnay 2020 (€13,50), bem como a acidez, sendo esta a histórica marca que prestigiou, na década de 1980, a então Casa Agrícola Almodôvar – assim se chamava na altura, tendo sido o enólogo João Portugal Ramos quem “esteve envolvido no lançamento da marca”, afirma Joaquim Cândido da Silva, Director de Projecto da Herdade da Lisboa. Hoje, o rótulo Paço dos Infantes representa uma mais-valia para o património da família Cardoso, que eleva a sua cultura vitivinícola, com a sua gama premium.
A gama premium recebe o nome da propriedade, Herdade da Lisboa
Esta última recebe o nome Herdade da Lisboa e foi criada com o intuito de “expressar a casta que naquele ano teve um comportamento excepcional na vinha e que permita ter um conjunto de vinhos de excelência”, afirma Ricardo Silva. Herdade da Lisboa Viognier 2019 e Herdade da Lisboa Trincadeira 2019 (€56 cada) marcam a estreia deste rótulo, tendo representado, a primeira, um desafio para o enólogo, que conseguiu provar “que é possível fazer um Viognier na Vidigueira”. Quanto à Trincadeira, que “dá corpo” à segunda referência monovarietal, fica a recomendação para guardar e degustar daqui por cinco anos.
Brindemos, até porque as boas novas não ficam por aqui! A forte aposta no enoturimo envolve a criação de espaço de restauração e alojamento, bem como de um museu, na Herdade da Lisboa.