De 18 a 20 de outubro, a FLIFA (Festa do Livro Independente) traz às bancas do Mercado de Arroios os livros de mais de uma centena de editoras e livrarias independentes.
A terceira edição da FLIFA, evento organizado pela Junta de Freguesia de Arroios, conta com a participação de editoras e livrarias de norte a sul do país, como por exemplo a Officina Noctua de Amarante, a Dafne e a UPA do Porto ou a Limoeiro Real de Tavira, Algarve. Dos Açores, virá a Araucária da ilha de São Miguel, enquanto a freguesia de Arroios estará representada pelas editoras e livrarias It’s a Book, Piena, Greta e XYZ Books.
Da programação da FLIFA, desenvolvida pelas próprias editoras e livrarias participantes, destaque para as diversas atividades para crianças e bebés e leituras multilingues de poesia, conversas com chá ou doces algarvios. Oficinas de edição independente e escrita criativa, lançamentos e outras encenações, marcarão também estes três dias da festa dos livros. Destaque ainda para as mesas redondas “Tomar a Palavra” onde livreiras, editoras e autoras são convidadas a refletir sobre o papel da mulher no panorama literário português.
A entrada e participação em todas as atividades da FLIFA é livre e gratuita.
Sexta-feira, 18 de outubro: 17-21h
Sábado e domingo, 19 e 20 de outubro: 11-19h
FLIFA 2024 – PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira, 18 de OUTUBRO
18h | O livro circular por Maria Remédio
Uma oficina de ilustração inspirada nos livros Leporello da autora Kveta Pakovska. Com a ajuda da ilustradora Maria Remédio, cada participante irá realizar uma ilustração com recortes e pop-ups simples que no final darão origem a um livro circular com o contributo de todos.
Faixa etária: 5-10 anos
Inscrições: flifarroios@gmail.com
18h30 | NO(c)TÍVAGOS
Apresentação-performance dos livros A Inveja das Aves de Iv. Christian Marr’s e Arqueulogia de H. Fortunato editados pela Adelaide Books e Miosótis. Através de momentos de leitura declamada e acompanhada musicalmente pelos próprios, os autores põem em evidência o espírito que define cada uma das obras.
19h | Fernando Alvim + 7 magníficos tradutores da Shantarin. Soirée de poesia em várias línguas!
Leitura de poemas portugueses em chinês (Zhou Ning), espanhol (Juan Vivanco Gefaell e María Matta), francês (Elodie Dupau), inglês (Martin Earl), italiano (Paola D’Agostino e Serena Cacchioli) e português (o povo da Festa!). Com open mic e sob a batuta de Fernando Alvim.
Sábado, 19 de OUTUBRO
11h | O esqueleto do mercado (Trienal de Lisboa)
Afinal para que serve um mercado? Para vender e ler, ou vender e comer? Que forma tem? Tem portas e janelas? Tem escadas? Vem descobrir os elementos que constroem este mercado a partir das ilustrações do livro Uma casa é uma montanha é um chapéu. Depois, com colagens, vamos revelar o esqueleto do mercado.
Faixa etária: 6-10 anos
Inscrições: flifarroios@gmail.com
11h15 | Chá nos Açores – Uma tarde na Gorreana: apresentação do livro e prova de chá
Porque é sempre bom tomar chá e falar de livros, nada melhor que uma boa conversa à volta de uma chávena de chá verde ou orange pekoe da Gorreana com as autoras do livro Chá nos Açores. Uma tarde na Gorreana editado pela Araucária. Uma conversa sobre como se fez o livro, como nasceram as ilustrações, como se cultiva e faz chá, como chegou aos Açores, e mais!
12h | Colecção elemeNtário (Flan de Tal)
Apresentação de Potássio, de Inês Francisco Jacob, por Fernanda Drummond, e de Mercúrio, de Vasco Oliveira, por Miguel Zenha, com os autores e o editor João Pedro Azul.
15h | Laboratório de Escrita Criativa (PIENA)
Um laboratório de escrita com Sara Cappai para explorar, através das palavras, os nossos mundos interiores e exteriores. Faremos um breve exercício de escrita criativa e partilharemos os resultados. Deixe o julgamento e a timidez em casa, e aqueça a caneta, vai ser mais divertido do que imagina!
Inscrições: flifarroios@gmail.com
15h | Jogadores de Pau Miró (Artistas Unidos)
Com Américo Silva, António Simão, João Meireles e Pedro Carraca
É como se estas personagens se tivessem esquecido do texto e estivessem à espera que voltasse. Perderam o pulsar do mundo, e só têm uma maneira de o recuperar, talvez demasiado arriscada, seguramente demasiado perigosa. E louca. E também desesperada. Ao fim e ao cabo, no entanto, a única maneira. M12
16h | Apresentação de livro da Pato Lógico
17h | Tomar a palavra I: Mulheres Autoras no Panorama Literário Português
Mesa redonda com as autoras Fernanda Drummond, Paola d’Agostino e Rita Canas Mendes.
O que acontece quando se é mulher, se escreve e se publica, em Portugal? Como são as suas obras recebidas pelas editoras, pelo público e pela crítica? O que está por trás da ideia generalizada de que «há cada vez mais autoras a publicar», quando continuam conspicuamente ausentes de prémios, listas de leitura e (polémico conceito) do cânone? Escrever e publicar enquanto mulher significa ainda ser periférica? E quereremos escrever e publicar de outra forma?
17h30 | O Colar Mágico: hora do Conto e Mini-Oficina com Luiza Reis (BAOBÁ)
Um rumor surpreendente corre pela savana. Karamoko, o grande feiticeiro, está a criar um colar mágico, que tornará invencível quem o usar! Todos os animais o querem, mas só um vai herdar o tão desejado gri-gri. No fim da história, vamos criar os nossos próprios colares mágicos!
Faixa etária: +3 anos
18h | Tomar a palavra II: Mulheres Editoras no Panorama Literário Português
Mesa redonda com as editoras Blanca Martín-Calero, Patrícia Azevedo Silva e Rosa Azevedo
Um dos grandes equívocos acerca da edição é que se trata de um «mundo de mulheres»; sendo a mão de obra de facto maioritariamente feminina, os cargos de decisão são avassaladoramente ocupados por homens. Como se vive, gere ou combate a desigualdade de género no contexto profissional da edição? Que horizontalidade de estruturas se pode pensar e ensaiar? E de que forma é que essa intenção de horizontalidade passa pela definição de catálogo, pelas estratégias comerciais e de comunicação, etc.?
Domingo, 20 de OUTUBRO
11h | O chapeleiro e os macacos: animação participativa do livro de Baba Wagué Diakite (Falas Afrikanas)
O chapeleiro BaMusa foi participar num festival numa aldeia longínqua, onde ia poder vender muitos chapéus. A meio caminho ficou tão cansado e esfomeado, que teve de parar para dormir uma sesta na sombra de uma árvore. Mas quando acordou, os chapéus tão coloridos tinham desaparecido. Será que BaMusa conseguiu recuperar os seus chapéus? E como?
Faixa etária: +5 anos
Inscrições: flifarroios@gmail.com
12h | Figos secos, páginas doces: A propósito do livro A Construção do Algarve, de Ricardo Agarez (Dafne/ Doçaria do Sul)
Indecisos entre a linha recta da arquitectura moderna e as curvas do figo seco, esta oficina mergulha na doçaria algarvia para acentuar o sabor dos livros de história. A partir das páginas que revelam as tensões regionais e internacionais da arquitectura do Algarve, os participantes vão dar novas formas a um dos símbolos doces da região: o figo seco. Uma oficina experimental entre o conteúdo de um livro, a arte de modelar e o saber construir, com uma pitada de vernacular em forma de sobremesa.
Inscrições: dafne@dafne.pt
15h | Do papel ao papel: oficina de edição com Rosa Azevedo (SNOB)
O que é preciso fazer desde que pensamos um livro até que está impresso? Pensar um livro passa por muitas paragens, dos direitos à revisão, da paginação à distribuição, do autor à livraria. Juntem-se à editora Rosa Azevedo para uma oficina de introdução à edição.
Inscrições: flifarroios@gmail.com
15h | A Arte de Prologar (Antítese)
À conversa com o editor Gonçalo Losada Rodrigues e o tradutor Diogo Fernandes, apresentar-se-á o livro de Macedonio Fernández, Museu do Romance da Eterna, procurando-se compreender o impacto que esta obra única de 60 prólogos teve na vanguarda literária Argentina do século XX e em escritores tão importantes como Jorge Luis Borges e Julio Cortázar.
16h | O Gosto é Fugitivo, a Sorte Escassa (Officina Noctua)
Apresentação da antologia de poesia do Abade de Jazente
16h30 | O hábito faz o monstro (Oficinas do Vale Mau)
Lançamento do livro O hábito faz o monstro no47 e conversa sobre desenho, hábitos e monstros.
17h | As mãos dos pretos de Luís Bernardo Honwana (Falas Afrikanas)
Espectáculo a partir do conto As mãos dos pretos de Luís Bernardo Honwana, inserido no livro Nós matámos o cão tinhoso publicado pela primeira vez em Moçambique há 60 anos e reeditado este ano pela editora Maldoror. Encenação pelo ator e dramaturgo moçambicano Klemente Tsamba.
17h | Oficina do Vento com Catarina Pires Silva (UPA editora)
Nesta oficina vamos dar as boas vindas ao inverno, desenhar o que nos aquece nos dias frios e o que nos faz tiritar como a gelatina. Nos ramos despidos os desenhos dançam ao vento! Vuuuuuuu! De nariz frio, vamos dar um passeio juntos pelo inverno o e construir um mobile para levar para casa.
Faixa etária: 5-10 anos acompanhadas por um adulto
Inscrições: flifarroios@gmail.com
18h | Contaconta lengalengas: Sessão de histórias pela voz da escritora Isabel Peixeiro (UPA editora)
Juntos, vamos partir de leituras e cantilenas; faremos uso da voz, da entoação e do ritmo para brincarmos com as palavras e as ilustrações que saltam da cesta das histórias da UPA editora.
Faixa etária: famílias com bebés e crianças
19h | Tomar a palavra III: Mulheres Livreiras no Panorama Literário Português
Mesa redonda com as livreiras Lorena Travassos (Livraria Greta), Elisa Sartor (Piena Libreria), Rosa Azevedo (Livraria SNOB) e Ana Coelho (Palavra de Viajante)
Abrir uma livraria é um sonho mais ou menos universal (pelo menos na perspetiva dos bibliófilos); manter uma livraria aberta é toda uma outra realidade, sobretudo no contexto português. Vamos falar um pouco sobre as glórias e misérias das livrarias independentes, a diversidade e riqueza que representam, e a importância da liberdade curatorial, com um enfoque nos casos específicos em que este sonho universal foi concretizado por sonhadoras.