Festival Rescaldo / Música de vanguarda

Ao longo de seis noites, Lisboa está determinada a evidenciar o melhor da música de vanguarda no panorama nacional de criação contemporânea. Ao todo são 12 concertos, 1 DJ set, 1 exposição e novidades da editora Shhpuma . Falamos da 7.ª edição do Festival Rescaldo , com início marcado para esta quinta feira, dia 20 de fevereiro, no novíssimo, e recomendado, Trem Azul Record Shop Bar , em Lisboa.

A inaugurar o cartaz estão 10 000 Russos, duo portuense com registo de um psicadelismo da década de 1980′ numa fusão garage-punk. A noite prossegue com The Jack Shits, composto por um trio do garage-rock nacional: Diogo Augusto e Samuel Silva, dos Sonic Reverends e Los Saguaros, e Nick Nicotine, escritor de canções e músico, que vem sem a Nicotine’s Orchestra, numa conversão, dizem os entendidos, entre dois pólos de movimentações de rock no país – Marinha Grande e Barreiro.

No dia 21, é a vez da Culturgest receber o fundador dos Mler If Dada, Nuno Rebelo, pioneiro da música de vanguarda da década de 1980′. Segue-se o primeiro encontro entre Rodrigo Pinheiro, pianista e o pilar dos conceituados Red Trio, e Thomas Lehn, músico alemão, tido como o mago da música electrónica analógica. A noite de 22 está entregue às declamações de Maria Leite, acompanhada ao piano, ao harmónio e ao órgão, por Tiago Sousa; e à voz de Eduardo Raon, que lançou “On the drive for impulsive actions”, na Shhpuma, onde explora a harpa e, neste concerto, aparece ao lado do contrabaixista e compositor esloveno Tomaz Grom.
O regresso à Culturgest acontece cinco dias depois, a 27, com Simão Costa, pianista premiado além fronteiras, que apresenta um novo trabalho a editar pela Shhpuma. Na mesma noite vamos ouvir os Sturqen – César Rodrigues e David Arantes –, dois estetas sonoros de sintetizadores, pedais, rádios; assim como Fat Freddy, um cruzamento improvável entre Mão Morta e Pink Floyd. O cartaz de 28 de fevereiro integra, por sua vez, o percussionista e compositor portuense Nuno Aroso, membro dos Drumming e colaborador da Remix Ensemble, que traz “Ásperes”, um espectáculo de percussão ritmado por uma vasta palete sonora, numa noite que termina com Pedro Cardoso (Peixe e fundador dos Ornatos Violeta e dos Pluto) cujos bons sons viaja entre o jazz, a música portuguesa e os blues.

A 1 de março encerra o festival, desta feita no Trem Azul Record Shop Bar, com Killimanjaro a abrir com sonoridades do rock do novo milénio, seguidos por Vítor Rua, uma das figuras marcantes da história das sonoridade de vanguarda em Portugal e membro fundador dos GNR, e que, com o seu DJ Set, transporta-nos numa viagem imprevisível pela música.

Durante o evento, ou seja, de 20 de fevereiro a 1 de março, a jovem artista Amanda Baeza apresenta uma exposição de originais, no âmbito da parceria entre o Rescaldo e a Associação Chili com Carne , a visitar no Trem Azul Record Shop Bar. Tudo a postos para sair à noite? •