Longas e curtas metragens preenchem a agenda do festival de cinema de dentro e fora de portas, que regressa, amanhã, à cidade das sete colinas, com destaque para o cinema português, a homenagem a Monoel de Oliveira, a sétima arte para os mais novos e a história da música.
A natureza bucólica no filmes “Para lá do Marão”, de José Manuel Fernandes, no âmbito do destaque do cinema português no festival
Falemos, primeiro, da abertura da edição de 2015 do IndieLisboa 2015, com data marcada para amanhã, dia 23 de abril. No grande ecrã há espaço para três momentos: A estreia de “Capitão Falcão”, de João Leitão, às 18.30 horas, na sala Manoel de Oliveira, do Cinema São Jorge, o mesmo espaço onde será projetado o filme “Around the world in 50 concerts”, de Heddy Honigmann, antecedido de um concerto do Alis Ubbo Ensemble, em colaboração com Os Dias da Música do CCB, às 21.30 horas; e a estreia nacional de “While we’re young”, de Noah Baumbach, considerada a comédia mais aguardada do ano, com lugar reservado para as 21.30 horas, no Grando Auditório, da Culturgest.
Sobre o cinema português, o IndieLisboa 2015 concede autonomia à secção denominada Competição Nacional, composta por longas e curtas metragens, as quais são avaliadas por um júri próprio e, a maioria, conta com a primeira apresentação mundial neste evento dedicado à sétima arte. Com uma forte presença no festival, os filmes portugueses mostram a realidade através da ficção, abordando temáticas tão díspares, como a família ou o trabalho industrial, outros enquanto outros denotam a influência da literatura e do teatro. A competição nacional é composta por quatro longas metragens e dezasseis curtas.
No alinhamento da importância da filmografia nacional, avençamos para a secção competitiva Novíssimos, a qual volta a evidenciar os mais novos cineastas portugueses, e para a Director’s Cut, com destaque para “Rabo de Peixe – Director’s Cut”, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, uma versão remontada e final do documentário cuja rodagem começou em 1999.
Marta Pessoa leva “O medo à espreita” ao festival de cinema, para mostrar as memórias de quem viveu a perseguição pessoal e política na primeira pessoa durante o Estado Novo
A produção nacional integra seis filmes nas Sessões Especiais, com “Capitão Falcão”, de João Leitão, “O medo à espreita”, de Marta Pessoa, “A Arte da luz tem 20.000 anos” e “Nos campos em volta”, ambos de João Botelho, “A casa das mães”, de Philippe Costantini, e “Aqui, em Lisboa”, o filme-encomenda do IndieLisboa a Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier.
A assinalar o cunho português no grande ecrã, o IndieLisboa prepara, em conjunto com a Câmara Municipal do Porto, um momento especial traduzido numa homenagem a Manoel de Oliveira, com a sessão de “Les gants blancs”, de Louise Traon. A apresentação do filme está marcado para as 19 horas, do dia 30 de abril, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, e às 18.30 horas, de 2 de maio, no Teatro Municipal do Porto – Rivoli. Em complemento, é projetado “O estranho caso de Angélica”, a 30 de abril, às 15 horas, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.
No universo eclético da música, em 2015, também se canta em português, com os irreverentes Tochapestana e os partygoers das noites IndiebyNight do festival, onde o metal, o punk e o rock são ouvidos noite dentro.
As crianças e o cinema
“Tantas florestas”, de Burcu Sankur e Geoffrey Godet / Filme de animação para escolas do 1.º ciclo
O IndieJúnior tem programadas sessões distribuídos por cada faixa etária, destinadas a famílias, uma informação que se encontra disponível aqui, no calendário famílias , e para escolas cujas inscrições para os filmes são feitas através do site e de acordo com asfaixas etárias pretendidas.
O IndieJúnior associa-se ainda às sessões de cinema dos Dias da Música com uma selecção de filmes para maiores de três anos, nos quais as imagens aliam-se à música, sem diálogos, numa celebração dos sentidos. Para mais informações sobre estes filmes, o melhor é consultar a programação no site do CCB .
No alinhamento do programa para as crianças, há a Festa do Bairro IndieJúnior, a qual é destinada a todas as idades e está agendada para, domingo, dia 26 de abril, com uma sessão no Grande Auditório da Culturgest, às 15 horas passando, depois, para o jardim do edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.
Mas há mais. Há os ateliers dirigidos aos mais novos, compostas por cinco ações:
• Biblioteca do Bairro
/ Em parceria com as Bibliotecas Municipais de Lisboa
Enquanto uns ilustram e recriam o corvo Indie do festival, outros ouvem e leem histórias de encantar.
• Cinema do Bairro
/ Em parceria com o Serviço Educativo da Culturgest
É na sala de cinema mais pequena do festival que as crianças podem ver filmes bem divertidos e participar na oficina de stop motion, onde massas e riscos darão vida a uma tela em branco.
• Arte do Bairro
/ Em parceria com o Serviço Educativo do Museu Berardo
Aqui está o espaço “Imagina e constrói”, o qual desafia os convidados a criar o seu museu com o que estiver à mão!
• Ciência do Bairro
/ Em parceria com o Pavilhão do Conhecimento
As bicicletas científicas aparecem a qualquer momento, em qualquer sítio. Que tal desafiar os seus filhos a participar em diferentes experiências?
Ainda sobre o universo infantil do IndieLisboa, há concerto no Bairro com os TRiSoNTe, às 17.15 horas, no qual Ricardo Barriga (guitarra), Gonçalo Prazeres (saxofone) Luís Candeias (bateria) vão querer a improvisação e a interação do público. Tudo a postos?
De volta ao universo dos adultos
Force Majeure, realizado por Ruben Östlund, é projetado na sessão de encerramento do IndieLisboa 2015
O IndieLisboa 2015 conta ainda com o terror animado aliado à realidade ficcionada, no âmbito da Competição Internacional, a nova secção do festival; Silvestre, esta marcada pelo regresso de cineastas que por aqui passaram, o mundo da bondage sob o olhar atento do alemão Jan Soldat; convidados, como os realizadores homenageados na secção Herói Independente, Mia Hansen-Løve e Whit Stillman, para as duas retrospectivas integrais, e Jan Soldat, cujo trabalho está em foco na secção Silvestre, entre muitos outros; e as LisbonTalks Universidade Lusófona, com o intuito de prolongar a experiência do cinema em conversas e debates.
Na sessão de encerramento, com data marcada para 3 de maio, é “Force majeure”, de Ruben Östlund, a película eleita para ser projetada a partir das 21.30 horas, no Grande Auditório da Culturgest, dia em que serão conhecidos os filmes vencedores do festival.
Destaque ainda para uma importante Sessão Especial do festival, com o documentário “Concerning violence”, de Göran Olsson, uma história sobre o racismo e o colonialismo europeu no continente africano, narrado por Lauryn Hill. Esta sessão realiza-se a 29 de abril, às 21 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, seguida de um debate com o público.
São muitas as curtas e longas, destinadas a todas as idades, para anotar na agenda e ir, de 23 de abril a 3 de maio. •
+ IndieLisboa 2015
Legenda da foto de entrada: Imagem de “Capitão Falcão”, de João Leitão, na cerimónia de abertura
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