Quinta do Pôpa apresenta Pôpa Fiction

Do terroir do Douro nascem três tintos de três estórias protagonizadas por três personagens complexas da autoria dos irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira, no âmbito de um novo projeto: Pôpa Art Projects. E ao que parece, a estória está mesmo no início…

A trilogia de tintos dão azo a três estórias para provar

Viremos o disco para o lado B. “O lado mais irreverente, mais ousado, mais criativo da Quinta do Pôpa”. Assim começa Vanessa que, em conjunto com o irmão, Stéphane – os célebres irmãos Ferreira que criaram a marca Quinta do Pôpa, no Douro vinhateiro –, criaram o Pôpa Art Projects, no âmbito do qual realizaram a primeira edição limitada a 2550 garrafas, composta por uma trilogia de tintos policiais da coleção Pôpa Fiction – sem Quentim Tarantino à mistura – produzida por Ricardo Henriques, escritor, Mário Belém, ilustrados e artista de rua, e João Menezes, enólogo.

Falamos de Hot Lips, In The Flesh e The Grape Escape, os três protagonistas do Pôpa Fiction com assinatura Pôpa Art Projects.

Stéphane e Vanessa Ferreira, os famosos “netos do Pôpa”

Porque cada vinho é uma personagem, passemos à apresentação feita por Ricardo Henriques: “Criei as histórias que passei ao Mário Belém, que passou ao enólogo. São histórias um bocadinho marotas” ilustradas com um rótulo, com a assinatura de Mário Belém, que foge do convencional – “contém lombadas de livros para os quais inventei os títulos inspirados no cinema noir, uma cultura que ganhou uma influência para este imaginário do vinho”. O trabalho é rematado por João Menezes e apresentado pelos art dealers Stéphane e Vanessa Ferreira.

“Querido, este vinho não é o que estás a pensar.”
Hot Lips tinto 2012, um DOC Douro. Eis a estória de um vinho jovem e quente, graças à intensidade na fruta vermelha, que o torna apetecível no nariz e guloso na boca, para acompanhar pratos tradicionais sem exagero nas especiarias.

“Atenção! Este vinho é um pedaço de mau caminho.”
In the flesh tinto 2012, um DOC Douro. Aqui, o enredo arrebatador é protagonizado por uma freira, a Severa, que revela o contrário do que que é – mais adulta do que o primeiro, um caso sério resultante de um estágio em barrica, que lhe confere um aroma final a especiarias representado por um tanino intenso, mas equilibrado, de boca. Uma recomendação: Para evoluir em garrafa e harmonizar, sem rodeios, com pratos de caça.

“Este vinho é um assalto em frente. Copos ao alto!”
The Grape Escape tinto 2012, um DOC Douro convertido num policial noir cuja ação é servida num copo. Primeiro o nariz, onde os aromas revelam a evolução em barrica; depois a boca, com um bom tanino e alguma acidez que deixa adivinhar a frescura e a fruta aparece de surpresa. Os cúmplices? Enchidos, fumados e queijos de cabra e de ovelha.

O vinho e a arte

Depois do Feeling Grape . Wine & Food Atelier, no Porto, chega a vez do Pôpa Art Projects, o mais novo desafio criado pelos já conhecidos “netos do Pôpa” (leia a suma da história aqui) que apresentaram na Taberna Tosca, em Lisboa, e uma vez mais (relembrando a dupla vínica Lolita & Milf)), um projeto irreverente com um toque de romantismo, ao estilo da ficção da literatura de cordel, e dotado de um humor disciplinado pela ousadia por intermédio das palavras de Ricardo Henriques e a imagem de Mário Belém, depois de dois anos a fermentar e outros tanto a estagiar. Tudo porque o vinho é uma arte e ambos se encontram para contar três estórias guardadas em garrafas de litro, escolha feita pelo artista português numa ode ao antigo, à tradição elevada ao expoente. Segundo Vanessa Ferreira: “São três formatos de vinho grande demais para andar na mala e bonitas demais para ficarem na prateleira.”

Para já, os vinhos são vendidos em separado, a 29 euros cada garrafa – através da página de facebook do Pôpa Art Projects e no Encontro com o Vinho e Sabores 2015, agendado para 30 de outubro a 2 de novembro, no Centro de Congressos, em Lisboa – e, no futuro, quem sabe, as estórias estarão disponíveis num pack.

Porém, o pôpa Art Projects não vai ficar por aqui, pois a próxima temporada promete com os terroirs da Bairrada e o do Alentejo a estrear, para o ano, numa garrafeira perto de si.

Vamos a um brinde? •

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+ Mário Belém
© Fotografia: João Pedro Rato

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