A Salmarim pelas bocas do mundo / Mar Portátil

Oito caixas. Seis autores. Eis a súmula, em totais, da Designers Collection do Mar Portátil, da Salmarim, cuja viagem começa na salina de Sandra Madeira e Jorge Raiado, em terras algarvias e, sem fim à vista, leva Portugal para os quatro cantos do planeta.

Uma janela de Lisboa pelo olhar de Patrícia Conde

A Inês Eva sonhou, a Patrícia Conde criou e o Jorge Raiado acreditou. Assim se deu inicio, em 2014, a um projeto da marca de flor de Sal de Castro Marim, a Salmarim, chamado Mar Portátil que, agora, reúne seis artistas portugueses numa Designers Collection, onde o traço se converte numa pitada de arte para levar no bolso pelo mundo, como se de um passaporte de Portugal se tratasse.

Outra janela de Patrícia Conde, o cardume de Pedro Emanuel Santos e o mar azul de Vanessa Teodoro

Por essa razão, e em jeito de roteiro com direito à casa partida, espreitemos pel’ as janelas de Patrícia Conde, a criativa, ilustradora e a designer residente deste projeto que se inspirou em Lisboa, uma cidade que é uma janela virada para o mar, e na cumplicidade de quem espreita e é espreitada/o pelo olhar curioso, atrevido ou singelo de alguém que passa e de quem fica rendido à capital portuguesa.

Ou mergulhemos no mar. Deixemo-nos rodear pelos (dois) cardumes de Pedro Emanuel Santos, o ilustrador e designer gráfico natural de Santo Tirso, que nos faz voar pela sua escrita, na Mutante, ou pelas suas ilustrações nas crónicas da Ana Paula Figueira, no Diário do Alentejo, ou neste mar generoso onde os peixes se deixam temperar por uma “Curiosidade em Flor” bolso fora e, uma vez mais, pela nossa Mutante.

Juntemos, então, o mar azul de Vanessa Teodoro (a.k.a. Super Van), ilustradora e artista plástica, e street arter, com nome gravado no mundo da pintura que, para o Mar Portátil, ilustrou a paixão e o desejo de cruzar mundos por mares desconhecidos, deixando uma caixa com boa onda.

O “Periplus” de Amélia Muge e do grego Michales Loukovikas, a onda da dupla António Leal e Francisco Cipriano, e a lata da Conserveira de Lisboa por Tiago Cabral Ferreira e Miguel Duarte

Embarquemos no “Periplus” de Amélia Muge, cantora, autora, compositora, instrumentista, ilustradora, mulher das sete artes que apresenta uma viagem pelo maravilhoso Mediterrâneo, ao lado do grego Michales Loukovikas, num CD-livro com estórias a escutar ou nesta caixa que transporta a flor de sal de Castro Marim.

Entremos na crista da onda da dupla que fez o primeiro guia bilingue dos melhores locais para surfar em Portugal – António Leal, que estudou filosofia e está ligado ao surf desde finais da década de 1990’, e Francisco Cipriano, que da geografia virou-se para a moda, a escrita, a fotografia, as viagens –, a qual, tal como os pequenos cristais saídos da salina de Sandra Madeira e Jorge Raiado, é única e tempera emoções fortes como se de um momento único se tratasse e é retratado numa das caixas de Mar Portátil com uma fotografia registada pela lente de André Carvalho, porque “Home is where the waves are”.

Terminemos com a lata da Conserveira de Lisboa que virou uma caixa de papel concebida por Tiago Cabral Ferreira e Miguel Duarte, pois não vá ser preciso intensificar o sabor ou apimentar o apetite de um pitéu de uma das conservas de uma marca nascida em 1930 e reinventada pelas exigências dos tempos para, depois, e desta feita, tornar a viajar pelo mundo, pelos sete mares, porque até o sal tem muita lata.

E eis que a caixa de dentro se abre. De fora está a resenha sobre o que é a Salmarim e como pode, este Mar Portátil, este mar de flor de sal guardado em três versões – ao natural, com chili (vermelho) e com óregãos e salsa (verde) –, viajar pelo mundo, levando também dois outros sabores – o fumado da Quinta da Folga, da Soalheiro, nas encostas do rio Minho que, pelas mãos de Renato Cunha, o chef do restaurante Ferrugem, em Vila Nova de Famalicão, nos convida a entrar fumeiro a dentro para dele sentir o cheiro de sabores ancestrais; e o picante, de Dias de Aromas, da serrania algarvia, onde arbustos de malagueta crescem onde, outrora, as pedras dominavam a paisagem, graças à estima de Laura Mendonça.

Em suma, levemos o nosso país para o resto do mundo. •

Leia aqui o artigo “A fina flor do sal em Castro Marim”.

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