O Vinho do Porto à prova em Lisboa

No bairro da Bica, na capital portuguesa, Florence Bourguignon dá a conhecer o néctar dos deuses que envelhece nos cascos das caves de Vila Nova de Gaia a quem de fora o quer degustar e sabe mais sobre este património tão nosso.

Abre-se a porta do n.º 38 A da Travessa da Portuguesa, em Lisboa, e Florence Bourguignon cumprimenta quem entra, pedindo para sentar à mesa onde os copos estão dispostos, à nossa espera. Mas antes de começar a prova é dada prioridade às perguntas sobre o L’Atelier Porto de portas abertas desde Março de 2016, a respeito do qual fez questão de salientar: “Não é um wine bar para beber, é um wine bar para provar.”

Afinal, como aconteceu esta reviravolta na vida da nossa anfitriã?

A história começa em 2012, quando Florence Bourguignon, natural de Lyon, em França, descobriu o Douro aquando uma viagem pela mais antiga região demarcada do mundo. Pouco tempo depois, em 2013, João Filipe Duhard, o fundador do wine bar Vinologia, na Invicta, deu-lhe a saber mais sobre o Vinho do Porto, aprendizagem que complementou com as visitas a duas quintas. “Assim nasceu a minha paixão pelo Vinho do Porto”, declarou a mentora do L’Atelier Porto que trocou França por Portugal, para dar lugar à prova do Vinho do Porto na capital, à semelhança do que se faz nas caves de Vila Nova de Gaia e pelo Douro vinhateiro.

Como é feita a carta de Vinhos do Porto?

Apesar de ser muito procurado por estrangeiros, sobretudo por franceses, o L’Atelier Porto quer-se para os portugueses que pouco ou nada sabem sobre o Vinho do Porto. Para o efeito, Florence Bourguignon apresenta cerca de 100 referências de tão prezado néctar proveniente de 28 produtores durienses, selecção que resultou de muitas provas de vinhos feitas em Dezembro de 2015.

Em números, a carta é composta por 23 brancos, 26 Tawnies e 30 Ruby’s da região do Douro e cada uma das três categorias é explicada ao detalhe, com o convite para a iniciação à prova de Vinhos do Porto a copo, para descobrir ou explorar, as quais incluem três referências distintas. O objectivo é dar a conhecer as diferenças entre os Late Bottled Vintage e os Vintage na categoria dos Ruby’s, ou entre os Taunies de 10, 20 e 30 anos, por exemplo, a juntar às provas de Vinho do Porto caracterizadas como excepcionais (com seis referências), às de selecção L’Atelier Porto (com oito referências).

Porém, e para quem assim o desejar, é possível eleger uma garrafa da lista a fim de fazer a prova ou levar para casa – “se não conseguirem levar na bagagem, eu providencio a expedição”. E para que a degustação seja feita a preceito, Florence Bourguignon tem sempre à mesa uma tábua de queijos nacionais (de São Jorge, da Serra da Estrela, de Évora e um outro) e uma tábuas de charcutaria cuja origem é do norte de Portugal, enquanto comenta cada momento em francês, inglês e português.

Mas terá sido fácil aprender tudo sobre o Vinho do Porto?

Com mais de dez anos de experiência na região vinícola de Rhône e uma especialização em Prática de Degustação, na Universidade de Bourgogne, em Dijon, França, após a qual criou uma estrutura comercial para diferentes produtores de vinhos e champanhe franceses para a região Rhône-Alpes, e de ter sido responsável comercial de uma sociedade importadora de bebidas espirituosas,Florence Bourguignon respondeu: “Foi fácil compreender o Vinho do Porto”.

O L’Aterlier do Porto, em Lisboa, está de portas abertas de terça a sábado,  das 16 às 00 horas, onde Florence Bourguignon faz também workshops privados e para empresas, podendo a marcação ser feita através do 21 139 59 35. •

+ L’Atelier Porto

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