“Da penumbra ergue-se uma sombra, aflora um gesto, ecoa um som nunca ouvido – fragmentos de memória das coisas e de um corpo que não se conhece mas se reconhece. O fluir do tempo, que tudo arrasta e dilui, é veículo da torrente da memória que desagua no mar e impele à partida, ao sonho e ao desassombro. Por isso se precisa de um cais, onde o imaginário colectivo encontra terra firme e preenche o vazio de quem fica, de quem eternamente regressa e de quem finalmente aí se reencontra.”
Acima, a sinopse do espetáculo que pode ver hoje, dia 09 de junho pelas 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) pelo Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC). Um novo espectáculo “De Novo Mar”, como parte integrante da Edição de 2017 da Mostra de Teatro Universitário.
Com concepção artística do GEFAC em colaboração com Filipa Malva (cenografia e figurinos), Leonor Barata (coreografia), Eduardo Pinto (vídeo) e Jonathan Azevedo (desenho de luz) o espectáculo, estreado em Coimbra no passado mês de abril, aborda a memória individual e colectiva como pontos de partida essenciais para a construção do futuro e de uma nova sociedade. Tendo a diáspora como referência socio-demográfica e as manifestações populares de devoção ao Espírito Santo no Arquipélago dos Açores como pano de fundo etnográfico, o espectáculo pretende explorar as diferentes dinâmicas da memória para lançar ao público um desafio: Qual o valor actual da etnografia na representação de quem somos e na construção de novos caminhos?
Se ainda não tinha programa para hoje, aqui fica uma dica para um bom serão, em Coimbra. •