Portuense de gema, Miguel Castro e Silva cedo se dedicou à música. Tocou piano, guitarra e baixo e, na década de 1980, trabalhou nos estúdios da Valentim de Carvalho. Participou na gravação do primeiro disco de António Variações, o concerto dos Trovante, ocorrido na Aula Magna, está no seu currículo e é amigo de infância de Rui Veloso. Estudou Biologia em Kiel, cidade localizada no Norte da Alemanha, onde cozinhou bastante para os amigos, e, mais tarde, foi diretor de produto na área textil. Mas a vida trocou-lhe as voltas e, no início da década de 1990, os restaurantes tornaram-se o seu palco, sobretudo, graças aos seus jantares, onde os vinhos também ganharam protagonismo.
Senhoras e senhores, eis Miguel Castro e Silva, chef português, que, em 2022, completa 30 anos de carreira. A ocasião será assinalada a 12 de Janeiro, na 13.ª edição dos Prémios Mesa Marcada, com direito a distinção: Prémio Especial Cutipol Carreira. A nomeação contou com a maioria dos votos de 22 chefs de cozinha.
Sobre o percurso de Miguel Castro e Silva na cozinha, é de destacar a abertura do Quinta dos Vales, na Maia, em 1992, o seu primeiro restaurante, seguindo-se, em 1994, o Restaurante do Miguel, na Foz da Cidade Invicta, onde os jantares vínicos ganharam expressão. O expoente máximo da sua carreira foi conquistado com o Bull & Bear, estreado em 1997, no Porto. Em 2009, abriu o deCastro Elias, em Lisboa, dedicou-se ao Restaurante Largo, em 2010, sucedendo-se outras novidades, na altura: o deCastro Flores, o Less, na Embaixada, e o restaurante Lumni, no Hotel Lumiares. O regresso à sua cidade natal teve lugar em 2018, onde cumpre a função de chef consultor no Casario, o restaurante da Gran Cruz House, na Ribeira, função partilhada no deCastro Gaia, instalado no topo do espaço Porto Cruz, em Vila Nova de Gaia, bem como na Cantina de Ventozelo, no Ventozelo Hotel & Quinta, em Ervedosa do Douro.
Destas três décadas, Miguel Castro e Silva soma distinções dentro e fora de portas, as colaborações com a Sonae e a Vista Alegre, a publicação de livros e de três receitas na famosa enciclopédia culinária designada de Larousse Gastronomique, a consultoria na Fundação Serralves, no Porto, e na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e, entretanto, desenvolve o uso do sous-vide, ou seja, a acção de cozinhar a vácuo e a baixa temperatura.