São Jorge, uma ilha para descobrir a pé / Açores

A ilha de São Jorge é um destino para quem procura um lugar tranquilo, com história, tradição e beleza natural.

Geograficamente, a ilha de São Jorge está localizada no grupo central do arquipélago dos Açores, entre as ilhas do Pico e da Terceira. É um estreito pedaço de terra que se estende ao longo de 53 km de comprimento por apenas 8 km de largura. Por estrada, sem paragens, o Farol da Ponta do Topo, a oriente, dista cerca de 01h15, do Farol dos Rosais, a ocidente. Mas pelo caminho há muitos desvios.

Com uma população constituída por cerca de oito mil almas (já ultrapassaram as 16 mil) e mais de 20 mil vacas, a ilha é atravessada por uma cordilheira montanhosa que atinge a altitude máxima de 1053 metros, no Pico da Esperança. A costa é rochosa, com arribas altas e escarpadas.

Dividida administrativamente em dois concelhos, tem a Calheta como “Capital das Fajãs”, ao passo que Velas é “Capital do Queijo”. Mas, na verdade, há fajãs e produção de queijo por toda a ilha.

São Jorge é terra abundante em água, calhaus e fajãs, terra de queijo, amêijoas e lapas, terra de músicos e fé no Espírito Santo, terra de cagarras, caminhantes e surfistas. Terra de tufo vulcânico e basalto. Terra, onde, depois da chuva intensa, brilha sempre o arco-íris. Terra de onde brotam muitas estórias para contar.

Um pouco de história

A história da ilha de São Jorge remonta ao século XV, quando foi descoberta pelos navegadores portugueses. A posterior colonização trouxe influência de diferentes culturas.  Transformou a ilha num importante centro de produção agrícola, com um grande foco no queijo, um dos produtos bandeira da ilha nos tempos que correm. Além da cultura da terra, a São Jorge carrega consigo diversas tradições, que vão da música à dança, passando pelas festividades que acontecem ao longo do ano, tornando-se um ponto de interesse para aqueles que procuram uma experiência cultural rica.

Percurso Fajã dos Cubres – Fajã de Santo Cristo

As experiências que atraem entusiastas da natureza e aventureiros

O que verdadeiramente torna São Jorge única é a combinação perfeita de beleza natural e diversidade cultural. A presença de trilhos para caminhadas, que serpenteiam entre os vales, permitindo que os visitantes explorem seus segredos naturais, oferecem a oportunidade para descobrir áreas remotas e tranquilas, miradouros panorâmicos e uma rica biodiversidade.

A hospitalidade da população local e a autenticidade das experiências oferecidas convidam os visitantes de várias partes do mundo a explorar e a vivenciar as riquezas que a ilha tem para oferecer. Os jorgenses, como são chamados os nativos desta ilha, têm uma reputação de amabilidade, que se reflete em seu estilo de vida. As interações dos visitantes com a comunidade local revelam frequentemente um profundo sentimento de acolhimento inerente a esta cultura insular. Com uma atmosfera tranquila e acolhedora, São Jorge emerge como um destino imperdível no contexto do turismo açoriano.

Miradouro da Fajã do Ouvidor

São Jorge é um verdadeiro refúgio para os admiradores da natureza. Com as suas elevações montanhosas e vales profundos, a ilha oferece uma grande diversidade de paisagens. As falésias, com impressionantes formações rochosas, proporcionam panorâmicas que se estendem até ao horizonte, revelando a imensidão do oceano Atlântico. O contraste entre as encostas verdes e as águas azuis do mar cria um cenário de beleza indescritível, atraindo fotógrafos e viajantes do mundo inteiro.

A vegetação é composta por espécies endémicas, que se adaptaram ao ambiente único da ilha, proporcionando o habitat ideal para uma imensa diversidade de fauna e flora. Gargantas e depressões formadas pela atividade vulcânica proporcionam microclimas que sustentam várias espécies, fazendo desta ilha um destino privilegiado para estudos de biodiversidade.

O Queijo São Jorge

A singularidade deste queijo está diretamente ligada ao pasto abundante da ilha, onde as vacas se alimentam de uma variedade de plantas, que conferem características únicas ao produto final.

O café

As plantas devem ter mais de 70 anos e são da espécie Arábica, que dá grãos, cujo café é “mais saboroso e com menos cafeína”. O vento e o sal que vêm do mar, o rossio, são os grandes inimigos. Mesmo assim, em 2024 produziu cerca 1300 kg. “Foi um ano muito bom”, garante Manuela Nunes.

Casas dos Vimes

São Jorge, a ilha central do Atlântico, é um destino que cativa pela sua singularidade. Com paisagens deslumbrantes que variam entre cumes montanhosos e vales verdejantes, a ilha oferece uma harmonia natural que encanta os visitantes. Os picos e as fajãs, com as suas características distintas, comparam-se a obras de arte esculpidas pelo tempo, conferindo à ilha uma beleza única.

Além das maravilhas naturais, a cultura de São Jorge é igualmente rica, refletindo a herança dos seus habitantes. As tradições locais, como as festividades populares ou a matança do porco, revelam a alegria e a força da vida em comunidade, em que a entreajuda os une desde tempos passados.

Boas descobertas!

A Mutante viajou a convite das Casas Açorianas .
As Casas Açorianas é uma Associação de Turismo Rural, que nasceu da necessidade de promover um conjunto de estabelecimentos hoteleiros nos Açores e da criação de um segmento único no turismo destas ilhas. Galardoada com a Medalha de Ouro de Mérito Turístico pelo Governo Português em 2008, as Casas Açorianas reúnem, atualmente, cerca de cinquenta associados e mais de uma centena de casas espalhadas por todas as ilhas dos Açores.

Viajámos na companhia da Sata/Azores Airlines, entidade que tem um papel crucial no desenvolvimento dos Açores, e fomos recebidos de forma calorosa pelas equipas dos municípios de Velas e da Calheta, que nos acompanharam ao longo desta visita.

© Fotografia João Manaia Rato

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