É um encontro de culturas, pretexto para reforçar a inclusão social, e um festival centrado na comunidade local, nas cozinheiras de mão cheia e em chefs, que vão marcar presença entre 12 e 14 de setembro, na Amadora.
Comecemos pelo momento da apresentação do É Um Encontro, quando o Mercado da Mina d’Água, contíguo ao Parque Central da Amadora, abriu portas para acicatar o apetite para este festival. O momento contou com pratos de outras latitudes do mundo, confecionados por cinco mulheres de diferentes nacionalidades.
Baraa Alfetuni trocou a matemática, na Síria, pela magia de multiplicar as receitas do país de origem, em Portugal, dividindo texturas e sabores, pela prazeirosa soma de acalentar alma e estômago. Chegou em 2017 e, volvidos sete anos, abriu o próprio restaurante, ao lado do marido, no n.º 387, da Estrada de Benfica, em Lisboa. Chama-se Baraa Kitchen e, ao que parece, é um templo da gastronomia síria. Fez os crocantes falafel, salgados feitos a partir de grão-de-bico.
Fátima Vera Cruz, é natural de São Tomé e Príncipe e há muito que trouxe os sabores e os cheiros de África. Entretanto, a vontade de aprimorar o conhecimento determinou que fizesse formação em Cozinha e Pastelaria, na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, bacharelato em Gestão de Empresas Turísticas e Hoteleiras e licenciatura em Planeamento e Desenvolvimento Turístico, tríade de aprendizagem complementada com a fundação do projeto “Gastronomia em Movimento”. No currículo, consta ainda a função de presidente da Associação Mén Non –Associação de Mulheres de São Tomé e Príncipe em Portugal, com a qual mantém presentemente ligação. Confecionou molho no fogo, prato típico da terra-natal, cuja preparação inclui peixe – tem de ser um que não se desfaça com a cozedura, daí que Fátima Vera Cruz tenha optado pelo atum. Este prato tem, ainda, como ingredientes berinjela, malagueta, pão, óleo de palma, banana-pão assada, entre outros ingredientes.
A fusão dos pratos portugueses com os africanos estende-se a Cabo Verde, mais concretamente a Paula Tavares, nascida na Cidade da Praia, na ilha de Santiago. Aprendeu a cozinhar com a avó e, há 25 anos, veio para Portugal. Trabalhou em restaurantes dentro de portas e em França. No regresso, continuou a dar provas do gosto pela comida portuguesa e africana, com o objetivo de, um dia, abrir o próprio restaurante. Para comprovar a sabedoria, Paula Tavares, com a amiga Beca Pina, cabo-verdiana, serviu uma cachupa rica, que contém carne.
Rosana Pena ou Rosana Maria de Andrade nasceu em Salvador da Bahia, no Brasil. A paixão pela cultura afro-brasileira está-lhe no sangue e o resultado adoçou a boca dos presentes, ao mesmo tempo que explicou o significado do acarajé. Não conhece? Então, o melhor é ir a este encontro de culturas no Parque Central da Amadora.
Eis alguns dos rostos do É Um Encontro, o festival de comidas do mundo organizado pela Associação CRESCER e o apoio do município da Amadora, com agenda fixa para os dias 12, 13 e 14 de setembro num dos espaços mais multiculturais do país. À semelhança do que acontece à mesa de cada casa, a gastronomia é o ponto de partida para a partilha e neste contexto, a inclusão social.
De acordo com o programa (aqui), fica a promessa da valorização da identidade de diferentes países, ou não fosse a Amadora casa de cerca de 120 nacionalidades. Por essa razão, os showcookings estão divididos três temáticas: “Tradição” (pessoas da comunidade confecionam pratos com raízes locais), “Fusão” (chefs profissionais e membros da comunidade criam, em conjunto, interpretações de receitas), e “Chefs” (com nomes reconhecidos da gastronomia nacional).
A par com os aromas e os sabores dos pratos, esta edição do É Um Encontro ganha escala a diversidade cultural, com a presença do artista urbano Odeith e da judoca olímpica Taís Pina, das músicas de Guto Pires, Memé Landin e do DJ Riot, as Batucadeiras de São Miguel de Arcanjo e as Batucadeiras Bandeirinha Panafrikanista, e os grupos nepalese de dança Barsha e Kirat Rai Society.

Chef Nuno Bergonse
O festival É Um Encontro surge no âmbito das Comunidades em Ação e conta com o empenho do chef Nuno Bergonse, embaixador e consultor dos espaços de restauração, todos em Lisboa, da Associação CRESCER – É Um Restaurante (rua de São José, 56), É Uma Mesa (Bairro Padre Cruz – só para eventos), É Uma Esplanada (Museu de São Roque), É Uma Copa (Cofidis) e É Um Almoço (Ageas), projeto social a que se dedica desde 2017.
Horário
Dia 12 • das 18h00 às 00h00
Dia 13 • das 12h00 às 00h00
Dia 14 • das 12h00 às 22h00
COMO CHEGAR
Autocarro: 1502, 1508, 1601, 1717, 1009, 1714, 1510, 1514, 1712
Comboio: linhas da Azambuja e de Sintra (sair na Amadora)
Metro: linha azul (sair na Reboleira)
É Um Encontro marcado por muitas culturas. É ir!






