A paixão pelo vinho e o sonho de criar um néctar de Baco autêntico e exclusivo, para desfrutar com a família e os amigos, levaram José Manuel Ruivo a adquirir uma propriedade na região do Dão, em Janeiro de 1997: a Casa de Darei.
Inserida em três regiões demarcadas – vinho do Dão, Queijo da Serra da Estrela e maçã Bravo de Esmolfe –, a Casa de Darei, uma propriedade de 140 hectares, localizada em Darei – aldeia de 40 habitantes, no concelho de Mangualde, distrito de Viseu –, é atravessada pelo rio Dão e, ao fundo, banhada pelas águas da albufeira formada pela Barragem de Fagilde, a montante, formando uma pequena península onde, em setembro de 1997 – nove meses depois da aquisição da propriedade –, foi plantada a primeira vinha de 0,8 hectares num primeiro ensaio, com a ajuda dos filhos e da restante família, e dos amigos, na qual a casta Alfrocheiro é a protagonista.
Mas estamos apenas no início. Sequioso por ver resultados, o fundador prossegue à reconstrução da antiga adega da casa senhorial, na qual, ainda hoje, funcionam as cubas originais, reconstruídas nesse mesmo ano, revestidas com époxi, e dois lagares tradicionais, em granito. Por sua vez, e em resposta à exigência dos tempos, a temperatura das cubas e dos lagares são controladas por meio da tecnologia sendo, a posteriori, reerguido o solar de acordo com a traça original de cada época – dos séculos XIII, nas traseiras, e XVIII, na fachada.
Seis anos depois, ou seja, em 2003, chega a vez da segunda plantação, com 4,4 hectares, dividida em quatro patamares de solo granítico arenoso, onde são plantadas, de forma organizada, as castas tintas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen, e as castas brancas Encruzado, Malvasia, Bical, Cercial, Verdelho e Arinto.
Os vinhos da Casa de Darei, denominados de Casa de Darei e Lagar de Darei, são, por conseguinte, a expressão do terroir do Dão, uma vez que são feitos a partir de castas típicas daquela região vitivinícola em conjunto com o enólogo Pedro Pereira, que participa neste desafio desde a plantação da primeira vinha, em 1997. Porém, a exigência de José Manuel Ruivo, que se auto-define de “adegueiro”, leva-o a supervisionar a produção dos vinhos Casa de Darei Reserva e Casa de Darei Private Selection, gesto de manifesta dedicação à sua casa de família, à sua Casa de Darei, que há pouco tempo deu as boas-vindas a José, um tinto de 2004 que é um tributo ao fundador e feito, unicamente, a partir das primeiras vinhas plantadas. O mote para celebrar os 15 anos da primeira vindima do produtor num edição limitada de 1200 garrafas e um néctar de Baco que se junta ao Lagar de Darei Reserva, ao Lagar de Darei Sem Abrigo e ao Lagar de Darei Branco Private Selection.
Terminamos com a referênica ao (eno)turismo da Casa de Darei que, dentro da modalidade de Casa de Campo, é composta por Solar, Casa do Pátio, Casa do Tanque e Casa 4 Elementos. Sobre a casa senhorial, decorada a preceito no que toca às épocas em que foi erigida, destacamos as aguarelas de Roque Gameiro e a 2.ª edição – de 2000 – do gigante “Tratado de Vitivinicultura”, expostos na sala de provas, assim como a cozinha, nas traseiras da casa, que surpreende pela enorme lareira em pedra e onde apetece passar o dia à conversa, a provar as iguarias da região e um bom vinho, o da ‘casa’, em família – porque esta casa é reservada a famílias, nada mais –, após a visita guiada à vinha e à vetusta adega. Já os amigos podem ficar nas restantes três casas e desfrutar de um jardim com vista para o enorme lago da barragem, ao fundo, na companhia do silêncio. •
+ Casa de Darei
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