Há toalhas e mantas pelo chão entre amigos e famílias com crianças. Há boa disposição e o respeito pelo ambiente. Há comida de casa e street fooders, e o que beber. Há crianças divertidas e a divertirem-se em grupo. E há música, boas sonoridades de dentro e fora de portas.
O parque da Tapada da Ajuda, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, é o palco eleito para o Piknic Électronik, um evento destinado a quem gosta de música electrónica e de piquenique. “Um conceito diferenciador que pretende ‘descolar-se’ da noite”, diz-nos André Rebelo, da MAG e um dos responsáveis pela organização, e que foi trazido por Dino Leprevost, um dos sócios do projeto em Barcelona, “pois a capital portuguesa já é considerada a Califónia da Europa”, continua.
No alinhamento do programa marcado para os domingos – o último de julho e os que atravessam o mês de agosto –, o evento tem os Buraka Som Sistema como os convidados do próximo dia 16, “um dia especial”, segundo o nosso entrevistado que não gosta de conotar o Piknic Électronik de festival.
Longe disso, o evento, que é transversal a todas as idades – sim, desde os mais pequenos aos mais idosos – começa com as toalhas e mantas estendidas pelo chão, rodeadas de miúdos e graúdos, e sobre as quais estão dispostas as iguarias de um piquenique que se quer a preceito. Porém, comida e bebida não faltam no menu dos street fooders, como as típicas sandes e a fruta “a copo” ou no cone, assim como as bebidas refrescantes e os cocktails que servem as tendências feitos a preceito por especialistas na matéria.
Depois, chega a hora de dispersar. Enquanto as conversas preenchem a tarde dos adultos, os mais novos entram na romaria à zona do Petit Piknic, espaço reservado à diversão, com trampolim, jogos tradicionais, balões, pinturas faciais workshops que dão azo à imaginação e ateliers que dão corda ao raciocínio, entre outros jogos aos quais nem jovens e adultos bão dispensam em dar uma mão e partilhar da boa disposição. Afinal, a pequenada até aos 12 anos tem entrada gratuita, tudo boas razões para convencerem os pais a voltar.
Quando o calor aperta, há remédio santo! Basta procurar um dos pontos de vaporizadores de água espalhados pelo recinto e refrescar-se. Ou optar pelas bebidas servidas num copo de plástico – o ecocopo –, pelo qual é paga uma caução de um euro, sendo aquele “trocado ao balção” mediante outro pedido, sendo o dinheiro devolvido no fim. Uma boa ideia para quem investe na sustentabilidade e, acima de tudo, na limpeza do espaço da Tapada da Ajuda reservada a este evento que dispõe, à entrada, de cinzeiros ecológicos e reutilizáveis em bambu, para usar no recinto, onde estão espalhados baldes com areia com a mesma finalidade.
Assim que a noite cai, as famílias arredam pé e o espaço junto ao palco parece ficar cada vez mais pequeno para o aglomerado de fãs que dançam entusiasticamente ao som da música electrónica deste (ler aqui o artigo de Sara Quaresma Capitão), no qual há registo de uma “grande adesão de estrangeiros, sobretudo espanhóis e franceses”, remata André Rebelo.
A ir! •
+ Piknic Électronik
© Fotografia: João Pedro Rato
Partilhe com os amigos