Ao todo foram 3000 as garrafas da colheita de 2014 que percorreram 10.291 milhas náuticas em 81 dias, no porão de um bacalhoeiro, onde estagiou por cerca de três meses numa travessia oceânica com destino à Terra Nova, Canadá.
Bem de Oliveira, Oficial de Máquinas, Manuel Silva Santos, da delegação Centro do COMM, o enólogo João Silva e Sousa, o Presidente do COMM Jorge Ribeiro, o administrador da Lua Cheia em Vinhas Velhas, Manuel Dias, Luís Esteves, Vice-Presidente do COMM, e o enólogo Francisco Baptista (1.º da direita)
Da aliança profunda entre o deus grego dos mares e Baco, o deus da mitologia romana do vinho, estabelece-se a essência do Lua Cheia em Vinhas Velhas Poseidon tinto 2014. Eis o nome da referência que herda o nome do deus grego dos mares, um vinho DOC (Denominação de Origem Controlada) do Douro feito a partir das uvas de vinhas velhas da Quinta de Vale Mendiz, do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas que, em parceria com o Clube de Oficiais da Marinha Mercante recuperou o “vinho da volta”, a vetusta tradição outrora realizada pelo Vinho da Madeira que, na época, atravessava o alto mar com destino à Índia e às Antilhas.
Em contraponto, a viagem que aqui falamos fez-se até aos Grandes Bancos da Terra Nova, a bordo do bacalhoeiro Coimbra. A partida de Aveiro aconteceu a 7 de Junho de 2016 e a chegada à “Veneza portuguesa” registou-se a 26 de Agosto, ou seja, cerca de três meses depois, tendo a tripulação seguido a tradição de, a 200 milhas de terra, atirar um copo de vinho e moedas às águas para dar sorte. Objectivo: Fazer com que o estágio em garrafa fosse acelerado, o que é possível graças ao balanço da água em alto mar.
Apesar desta confirmação ditada pela interferência do movimento das águas oceânicas no estágio do vinho, João Silva e Sousa que, em conjunto com Francisco Baptista, forma a equipa de enologia, declarou que está em curso uma investigação feita com a Universidade de Aveiro, com o propósito de perceber o que aconteceu, em concreto, durante a viagem.
Limitada a 3000 garrafas numeradas e acompanhadas por um certificado do Clube de Oficiais da Marinha Mercante (COMM), esta edição do Lua Cheia em Vinhas Velhas Poseidon tinto 2014 foi submetida à prova a par que ficou a estagiar “em terra”, para dar a conhecer as diferenças entre ambos, no COMM, em Lisboa, na presença do Presidente do Clube, Jorge Ribeiro.
Quanto a esta acção, “estão em projecto novas iniciativas”, estando já previsto um novo embarque em Janeiro de 2017, declarou Manuel Dias, administrador do Lua Cheia em Vinhas Velhas, do qual é co-fundador com os enólogos João Silva e Sousa e Francisco Baptista e Manuel Dias.
Só para relembrar, a Lua Cheia em Vinhas Velhas começou a mostrar as suas interpretações da mais antiga região demarcada do Mundo, o Douro, em 2009, ano em que se inicia a história da empresa – primeiro com os vinhos brancos de Murça, em 2010, com o investimento na adega em Martim, no Douro, em 2012, na região berço do Alvarinho, Monção e, em 2013, com uma parceria no Alentejo. Foi, então, que passaram também a vinificar em instalações de terceiros as uvas escolhidas e adquiridas na região de Estremoz.
Brindemos! •