Sai um Paris Brest, com recheio de pastel de nata, canela e Vinho do Porto, e um choux com recheio de pastel de nata. Este é o resultado da troca de experiências entre alunos Centre d’Excellence des Formations Culinaires de Paris e de escolas de hotelaria e turismo portuguesas.
Quatro escolas de hotelaria e turismo do nosso país receberam, entre 16 e 21 de Maio, nove alunos de pastelaria do Centre d’Excellence des Formations Culinaires de Paris, no âmbito do programa Erasmus +, com o intuito deste programa abranger igucalmente os formandos de estabelecimento de formação profissional, para conhecerem outras culturas gastronómicas e, simultaneamente, partilhar ideias. “A mobilidade europeia e o Erasmus + que temos em mente é para os jovens universitários e, para o futuro destes estudantes de pastelaria, seria igualmente importante abrirem-se também para a parte europeia, ou seja, não se cingirem apenas a França”, explicou Xavier Geoffroy, Director do CEPROC.
Assim aconteceu durante seis dias, nas escolas de hotelaria e turismo de Setúbal, Lisboa e do Oeste e na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. “Estiveram dois dias alojados no hotel da escola”, o 11 Hotel Escola, na avenida principal da cidade de Setúbal, informou Helena Lucas, Directora da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal. “O primeiro dia foi dedicado a experiências e o segundo dia foi preenchido por workshops, por forma a reforçar o intercâmbio entre os alunos. No último jantar, o grupo de alunos francês fizeram uma degustação de doces conventuais, com os quais ficaram impressionados e muito agradados.” Quanto a visitas, “estiveram na Fábrica das Tortas de Azeitão e na José Maria da Fonseca”, acrescentou a Helena Lucas.
Nicolas Cauchard, responsável pela parte pedagógica do CEPROC, reforçou a importância sobre a prova de doces conventuais. “Foi um autêntico choque, porque os alunos não entenderam o porquê daquela quantidade de ovos”, mas logo perceberam face à história contada sobre o tão badalado aproveitamento das gemas, para a feitura de doces. Enalteceu ainda “os aspectos técnicos, que são completamente diferentes dos de França” e da surpresa que tiveram quando comeram o pastel de nata. “A receita é incrível e aquela massa tão fina!” Esta troca de ideias foi amplamente enriquecedora para ambas as partes. “A abertura de espírito por parte dos nossos alunos foi incrível! Afinal, a felicidade está ao alcance de quem sabe saboreá-la”, concluiu Nicolas Cauchard.
Quanto à Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, localizada em Caldas da Rainha, “os alunos andaram um dia pela região do Oeste”, com a vila histórica de Óbidos no epicentro da visita. Durante este roteiro, “tiveram a oportunidade de provar o Pastel de Feijão de Torres Vedras, a palha de Abrantes e, claro, o pastel de nata”, acrescentou Daniel Pinto, Director da escola.
No culminar desta visita por terras lusas, os nove alunos da CEPROC concretizaram o desafio apresentado por Florence Manguin, Embaixadora de França em Portugal. Aquele traduzia-se na “fusão da doçaria nacional com a pastelaria francesa e no símbolo da amizade entre os dois países”, de acordo com as palavras de Thomas Bertin, encarregado dos negócios chefe interino da Embaixada de França em Portugal, onde decorreu a apresentação do resultado do trabalho realizado pelos discentes de pastelaria franceses. O resultado converteu-se na criação de um Paris Brest, com recheio de pastel de nata, canela e Vinho do Porto e um pastel de massa choux com recheio de pastel de nata.
“Nós temos todo o interesse em estender estas parcerias com as escolas de hotelaria francesas”, porque as experiências nestes estabelecimentos de ensino “são muito relevantes”, enfatiza Paulo Revés, Director do Departamento de Dinamização Escolar e Cooperação Internacional, do Turismo de Portugal. “Temos muito a aprender com eles e poder desenvolver as nossas competências profissionais.”
Graças a esta oportunidade, segundo Xavier Geoffroy, “há um professor português, que, em Setembro ou Outubro vai estar na CEPROC e, mais tarde, talvez na Primavera, será a vez de um grupo de alunos ir para lá e, deste modo, dar-se seguimento a este projecto”.
