Com o outono à espreita e a querer anunciar – com uma tal tempestade Danielle – a sua chegada é tempo de falarmos, novamente, de RE/FORMA. Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC), Jazz ao Centro Clube (JACC) e Blue House (BH). Três entidades que formam uma obrigatória RE/FORMA. Tudo para assinalar, como bem se recorda, os 250 anos da Reforma Pombalina com Arte, Natureza, Ciência e Educação neste 2022, prolongando a programação até 2023.
O RE/FORMA é um evento multidisciplinar que visa celebrar, de forma ativa e crítica, os 250 anos da Reforma Pombalina na Universidade de Coimbra. Desde junho de 2022 – e terminando em abril de 2023 -, o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) e o Seminário Maior de Coimbra (SMC) acolhem um conjunto de atividades que colocam em diálogo a Arte, a Natureza, a Ciência e a Educação. O RE/FORMA é uma experimentação em curso que nasce da vontade de interagir em simbiose com o meio envolvente, promovendo novas formas de fruição pública, com o objetivo de contribuir para a regeneração do ambiente cultural da cidade.
O projeto divide-se em três blocos contínuos: verão (pode relembrar a programação aqui), outono/inverno (que hoje vos revelamos a programação) e primavera, tendo dois eixos: 1) programação cultural diversificada e multidisciplinar aberta a todos/as; 2) serviço educativo durante as férias escolares.
O JBUC e o SMC receberam um fim-de-semana de programação no verão (30 e 31 de julho), agora preparam-se para receber dois dias de outono/inverno (01 e 02 de outubro) e a primavera não será excepção e também terá direito a um fim-de-semana (25 e 26 de março). Tudo fruto do projeto multidisciplinar que é o RE/FORMA. A relação entre Arte e Natureza é explorada criticamente e reconfigurada, através de ferramentas e processos criativos. À paisagem sonora do jardim, juntam-se, em harmonia, texturas musicais e vocais repletas de sentido embebido no espaço. O RE/FORMA continua a criar raízes em estreita relação com o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, diversificando a sua oferta e adequando- a às diferentes estações do ano.
Neste outono mesmo a começar, o mundo natural transforma-se e renova-se, com as primeiras chuvas e a queda das folhas, que vão adquirindo cores quentes à medida que o céu se pinta de tonalidades mais frias. O solo recebe os ingredientes necessários para se tornar mais fértil e nutrido, enquanto o RE/FORMA apresenta, nos dias 1 e 2 de outubro, mais uma colheita de concertos, oficinas e visitas. Neste fim-de-semana, ocupam-se novos espaços com atividades para todas as idades, tais como a Estufa Tropical ou o Tanque rodeado pelo vasto bambuzal, num processo de contínua valorização dos diferentes locais que compõem a singularidade do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.
Aos nomes sonantes que representam a continuidade de quem há décadas constrói carreira e se reinventa, juntam-se artistas emergentes que expandem os limites das categorias musicais, cruzando influências e reivindicando espaços para afirmar as suas identidades e existências.
Sem mais latim e rodeios, a programação imperdível de mais um fim-de-semana RE/FORMA
01 de outubro
10h00 – Oficina Construção Marionetas por Rui Sousa | Casa dos Narcisos, JBUC.
Nesta oficina, ir-se-á construir uma marioneta de varas de madeira usando materiais reciclados. A partir de caixas de ovos, retalhos de tecido e outros elementos, com a ajuda de tesoura e cola, ir-se-á transformar matéria em arte. Nunca foi tão fácil dar vida a uma marioneta, excelente companhia para brincadeiras e uma valiosa ferramenta pedagógica que poderão levar para casa.
•
11h30 – Florilégio de Contos por Miguel Gouveia | Recanto Tropical, JBUC.
Miguel Gouveia, fundador da editora de álbuns ilustrados e estúdio de design gráfico Bruáa, levará um florilégio de contos: uma sessão de narração oral de onde todos sairão com um ramalhete de contos feitos de terra, água, animais e plantas.
•
15h00 – Teatro: Marionetas Musicais por Rui Sousa | Casa dos Narcisos, JBUC.
Esta aventura musical com marionetas de fios, construídas pelo prolífico Rui Sousa, que há mais de 20 anos convive e manipula estes objetos que imitam pessoas, leva o público a viajar de um lado para o outro do mundo, sem sair do lugar. Do jazz ao samba, passando pela soul e pela música popular de alguns outros países, este espetáculo contará com a presença de diferentes personagens, cada um com as suas particularidades.
•
16h00 – Ruído Vário – Ana Deus e Luca Argel | Tanque do Bambuzal, JBUC.
A artista Ana Deus, cantora na mítica banda pop Ban, durante os anos 1980, e membro dos projetos Três Tristes Tigres, Osso Vaidoso e Bruta, junta-se ao músico carioca Luca Argel, radicado no Porto. Unidos pelas encruzilhadas da vida, decidem transformar e atualizar a obra de Fernando Pessoa, sobrepondo voz, guitarra e poesia para criar o espetáculo Ruído Vário.
•
17h00 – LaBaq | Quadrado Central, JBUC.
LaBaq flutua entre a pop brasileira e a música experimental, num estilo próprio que a crítica espanhola tentou definir como se situando em “algum lugar entre Björk e Caetano”. A sua música atravessa fronteiras: o seu segundo disco – “Lux” – foi editado no Brasil (Voa Music), Portugal (Omnichord) e Espanha (Raso Estudio). Em 2022, integra o trio Fado Bicha e lança, a solo, o single DÓIDÓIDÓI, um resumo dos últimos anos como pessoa não binária e artista imigrante a viver em Portugal.
•
18h00 – Visita Encenada #1 por Ricardo Kalash | Portão dos Arcos, JBUC.
O ‘Guarda Chaves’, personagem perene e em permanente evolução do ator Ricardo Kalash, convida o público a descobrir os segredos bem guardados do Jardim Botânico de Coimbra, através de uma visita encenada e performática. O passeio pelo Botânico transforma-se numa ocasião especial, em que se desvendam histórias de um passado e se brinca com a poética das plantas.
•
19h30 – Tó Trips + Pedro Medeiros | Salão de São Tomás, SMC.
Tó Trips é um dos gigantes incontornáveis da música nacional, recentemente conhecido pela criação e participação nos míticos Dead Combo, resultado de um feliz encontro com Pedro Gonçalves. Neste espetáculo, apresentar-se-á enquanto guitarrista do melancólico e do luminoso, aceitando o desafio de tocar imerso nas artes visuais produzidas pelo fotógrafo e artista Pedro Medeiros, especialmente preparadas para este espetáculo.
•
22h00 – Yamandu Costa | Estufa Tropical, JBUC.
Yamandu Costa é um premiado e reconhecido guitarrista brasileiro. Carrega a marca da música sul americana, mas aventura-se por diferentes géneros musicais, formando junto com seu violão de sete cordas uma rara simbiose. Dono de uma já longa carreira, subiu ao palco pela primeira vez aos cinco anos de idade e soma álbuns e prémios ao longo da sua vida, com destaque para o Grammy Latino que recebeu em 2021.
•••
•••
•••
02 de outubro
11h00 – Visita Encenada #2 por Ricardo Kalash | Portão dos Arcos, JBUC.
O ‘Guarda Chaves’, personagem personificada pelo ator da Escola da Noite, Ricardo Kalash, convida o público a passar a manhã de domingo no Jardim Botânico de Coimbra. Através de um cruzamento entre a dramaturgia, a linguagem das plantas e a intemporalidade em movimento da arquitetura, realiza-se uma visita aos diferentes locais que compõem a magia do corredor verde que liga a Baixa à Alta da cidade.
•
15h00 – Leitura Sonora: CAULE por Miguel Gouveia | Tanque do Bambuzal, JBUC.
Entre o autor-raiz e os ouvintes-folha, o leitor-caule: o canal por onde passam os “nutrientes” em voz alta. Com a botânica como ponto comum e o Jardim Botânico como cenário, aqui fazer-se-á a sementeira de textos que prometem bom fruto.
•
16h00 – Maree Lawn | Estufa Fria, JBUC.
Maree Lawn sempre se dedicou à música, fazendo dela a força motriz da sua caminhada, que inclui uma licenciatura na principal Universidade de Jazz da Nova Zelândia, atuações em festivais de música, criação de bandas sonoras para a Netflix e colaborações em tours internacionais com :papercutz (no Japão) e The Periwigs (Suíça). O seu projeto a solo é uma exploração sonora autobiográfica ao interior do seu próprio mundo, através de produções que vão do trip hop, neo soul ao jazz, dark experimental e eletrónica e sustentam as suas vocalizações.
•
17h00 – O Gajo | Quadrado Central, JBUC.
Após vinte e oito anos a gravitar no universo do punk rock, João Morais escolhe a viola campaniça para expressar a sua arte, um instrumento popular alentejano, que enraíza a música d’O Gajo no território que o viu nascer. Através das mãos d’O Gajo, a maior das violas portuguesas, composta por cinco ordens de cordas, adquire uma nova dimensão e reinventa-se para explorar novos territórios sonoros. O músico apresenta o álbum lançado em 2021 – “Subterrâneos” -, com canções de cheiro atlântico e cor
mediterrânea.
•
18h30 – A Azenha | Salão de São Tomás, SMC.
A Azenha é um concerto ilustrado no qual a guitarra de Rui Carvalho, também conhecido por Filho da Mãe, conta uma história, enquanto Cláudia Guerreiro, artista plástica e baixista dos Linda Martini, cria cenários de cor e papel, usa figuras em jeito de marionetas e movimenta luz num vidro que é filmado e projetado. Tudo, em tempo real.
•
JBUC – Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
SMC – Seminário Maior de Coimbra
Um(a) RE/FORMA que continuamos a abraçar, sem hesitar, como Media Partners.
Abaixo, os links das três entidades que dão vida a este evento. Não tenha medo de reformas e continue a abraçar, connosco, este inovador RE/FORMA, na cidade de Coimbra. •
