O que é viajar? Segundo o dicionário, é apenas deslocarmo-nos do ponto A ao B. Para mim, é um manancial de aventuras, desafios e oportunidades de descobrir novos horizontes, a fim de obter mais conhecimento.

Desde a viagem de carro a Chamonix, nos Alpes franceses, com os meus pais e uns amigos, em 2016, quando tinha apenas 7 anos, que me apaixonei pela caminhada em alta montanha, nos seus perigosos trilhos à beira do precipício, tanto escalando, como correndo, ou caminhando em esforço, de tantos quilómetros percorridos e outros tantos a percorrer.
Com muito boas experiências, entre as quais, as duas subidas ao Mulhacén, pico mais alto da Península Ibérica, com 3478 metros de altitude, tendo eu apenas 12 anos da primeira vez, este sentimento só poderia ter vindo a intensificar-se ao longo dos anos.

Acrescido a isto, o amor pelo Mar Mediterrâneo, com a sua água quente e paisagens belas, não excluindo a passagem pelas cidades, na sua maioria banhadas por este mar tão próximo, em teoria, pois os quilómetros que nos separam são relativamente poucos, porém, como só estamos na presença um do outro durante as nossas viagens, torna esses momentos únicos. Muitas vezes sinto falta deste elemento na vida: um lugar onde posso relaxar quando é preciso, mergulhando nas suas ondas aconchegantes, assim como é possível divertir-me grandemente, desde correr dentro de água, até os jogos com bola, acompanhado pelo meu pai e pela minha mãe. Apenas o pequeno parênteses da comum presença de alforrecas pode impedir estes momentos de serem tão perfeitos quanto poderiam ser, apesar de a perfeição não existir, pois tudo pode sempre ser melhor.
37 dias por trilhos mediterrânicos e alpinos
diário de Rodrigo Rato
Catapultado pelas inúmeras vezes que o meu pai me desafiou a escrever, noutros anos, enquanto viajávamos, a fim de conseguirmos guardar recordações para, no futuro, continuarmos a lembrar-nos das nossas aventuras, acrescido do gosto pela leitura, acabei por me decidir a escrever este diário de viagem, durante a última destas viagens. As referências às anteriores são recorrentes, para que estas não caiam em esquecimento, pois precisamos de recordar todos os momentos, sejam eles bons ou maus e, preferencialmente, relatá-los, para que outros possam desfrutar da sua leitura, enquanto se inspiram para viajar e, quem sabe, escrever também o seu diário.