Em 90 minutos tudo acontece, desde a apresentação das matérias-primas e a explicação sobre o processo de fabrico à histórias e uma mão cheia de curiosidades em redor de tão apetecível bebida de veraneio produzida a partir de uma oficina numa fábrica imensa.
O itinerário da visita está inscrito na início do mesmo
O Mosteiro de Leça do Balio, em Matosinhos, ou o Palácio da Bolsa, na cidade do Porto, são o ponto de partida de uma viagem que culmina numa visita ao novo spot da Super Bock, a Casa da Cerveja, no Centro de Produção da Unicer, em Leça do Balio, que acolhe uma pequena oficina autónoma e independente – a Oficina de Cerveja Artesanal –, a qual cabe dentro de uma fábrica maior. Na primeira, quatro pessoas (duas por turno) produzem 500 mil litros de cerveja por ano; na segunda, as linhas industriais denotam capacidade para a produção de 450 milhões de litros feitos por um total de 1300.
A mistura feita a partir de malte e cevada, a qual é, depois, aromatizada com lúpulo
A Casa da Cerveja é, portanto, um museu vivo, que proporciona um roteiro com início no Pátio das Matérias Primas, nome dado ao espaço onde é explicada a importância da água – abundante em Leça do Balio e rica em magnésio – e de uma mistura feita a partir de malte e cevada, a qual dá origem a uma “sopa” que, depois, é aromatizada com lúpulo – o de Bragança é utilizado na gama Selecção 1927. Os quatro elementos formam o mosto – posto à prova do palato dos visitantes na sala de fabrico de cerveja, onde estão as caldeiras de cobre com mais de 50 anos –, que é fervido (função antibacteriana, para garantir a esterilização) e feita a levedura, a fim de despoletar a fermentação. Estamos, então, na Oficina de Cerveja Artesanal, semelhante a um laboratório – porque é um espaço reduzido e está cheia de tubos e cisternas.
A foto “de família” e as paredes feitas a partir de estilhaços de garrafas de cerveja
Passemos à Sala Dourada cujas paredes são compostas por 96 mil garrafas de Super Bock recicladas, um arquivo que é um guia pela história da CUFP (Companhia de União Fabril Portuense), fundada em 1927, o ano do registo da marca Super Bock.
Os produtores de lúpulo e Beatriz Carvalho, a mestre cervejeira da empresa
Eis o mundo cervejeiro dotado de um trabalho de mestria que define, sobretudo, a destrinça entre a Super Bock, criada em 1927, e a Super Bock Selecção 1927, nome que a Unicer atribui, desde 2013, às cervejas especiais supervisionadas pela mestre cervejeira Beatriz Carvalho e que integram esta gama composta por três referências – a Munich Dunkel, a Bengal Amber IPA e a Bavaria Weiss –, às quais se junta a boa nova, a Czech Golden Lager, uma recriação da receita do cervejeiro Josef Groll, da Bavaria (Alemanha), datada de 1842, razão pela qual os mestres cervejeiros da Unicer tiveram de recorrer a matérias-primas nacionais, como o lúpulo oriundo de Bragança para, deste modo, reforçar a entidade portuguesa numa cerveja tipicamente checa ideal para acompanhar repastos leves, saladas, queijos e pratos portugueses de peixe ou carne branca. Além disso, e no sentido de incrementar as boas novas, a gama Selecção 1927, até agora em garrafa de 75 cl, passa a estar disponível também no formato de 33 cl.
Entretanto, falemos da linha de montagem – só na linha de enchimento n.º 5 saem 80 mil garrafas por hora. Sim, por hora! À medida que vão passando nas passadeiras automáticas, cada garrafa é inspecionada, enchida, capsulada – em tempos idos, eram rolhadas, como o que se fazia com o vinho –, rotulada e, por fim, embalada.
O percurso termina no lounge, espaço onde acontecem as duas provas com harmonização
A Sala Cobre é, por sua vez, o espaço onde, em 1964, se iniciou a produção de cerveja sendo, hoje, o eleito para os eventos, quer da empresa, quer de outras entidades.
As visitas à Casa da Cerveja podem ser realizadas de quarta a domingo, das 10.30 às 15 horas, com lotação máxima de 50 pessoas e o valor dos bilhetes é de 8 euros por adulto (inclui a visita e duas provas com harmonização), estando sujeitas a reserva (leia mais aqui ).
A ir. •
+ Casa da Cerveja
© Fotografia: João Pedro Rato
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