A carta de Inverno é ponto assente neste restaurante do Príncipe Real, em Lisboa, com comida de conforto para experimentar todos os dias, sem descurar a carta de vinhos escolhidos a dedo para acompanhar o repasto.
O n.º 44 da Rua D. Pedro V, em pleno Príncipe Real, Lisboa, rendeu-se aos sabores invernais criados pelo jovem chef José Lopes que entra em cena depois do couvert.
Das seis entradas sugeridas na carta, o creme de abóbora com pernil de porco e castanhas é a que melhor rima com a estação em vigor. O mesmo se poderá escrever acerca da meia desfeita de bacalhau com pickles de cebola roxa, grão, salsa e ovo cozinhado a baixa temperatura, um bálsamo para as papoilas gustativas. A feijoada de camarão, com bolinhas de alheira, entre outros enchidos, coentros e folhas crocantes de arroz foi, porém, a entrada que reuniu mais consenso à mesa, sobretudo pelo factor surpresa.
Na secção do peixe estão o bacalhau e o cozido do chef, bem como o peixe do dia servido com xerém de berbigão, algas e coentros. Nas carnes também constam duas propostas: hambúrguer de cordeiro em pão brioche com bacon e cebola, e as bochechas de porco, camarão e couve-flor.
Dentro da textura e cozedura exigidas numa cozinha, saiu o jarret (corte do músculo) de vitela confitada por 36 horas acompanhada por cogumelos salteados, puré de batata fumado e o molho da própria carne. É de comer, literalmente, até ao tutano. Este é já considerado um dos quatro pratos clássicos do Pão à Mesa. Na mesma linha estão o arroz de pato do chefe José Lopes, o polvo de Santa Luzia fumado com batata-doce e o arroz de peixe e marisco da nossa costa.
Para os apreciadores de comida vegetariana, o chef apresenta o caril de legumes com iogurte de coco, basmati e coentros, além do ravioli de aipo com legumes da época.
Apesar de curta, a lista de sobremesas dificulta a escolha dos mais gulosos. Sem mais delongas, fiquemos pela mousse de chocolate em texturas diferentes “com cheirinho”, isto é, com pérolas de brandy; pelo pudim Abade de Priscos com sorbet e gomos de tangerina – o chef também costuma optar por tângera –, e gel de limão, para equilibrar a doçura deste doce conventual; e pela tarte de maçã – uma óptima escolha para substituir o pêssego – com creme de pasteleiro e merengue italiano.
A selecção de vinhos esteve à altura deste repasto ou não tivesse a carta vínica referências desde a Região Demarcada do vinhos Verdes ao Alentejo, passando por Trás-os-Montes, Douro, Beira Interior, Dão, Bairrada, Tejo, Lisboa e Península de Setúbal.
É de salientar, ainda, que o Pão à Mesa apresenta, diariamente, o Menu Executivo (€9) constituído por prato – a escolher entre peixe, carne e vegetariano – e bebida.
É ir! Bom apetite! •