A edição limitada a 25 garrafas representa uma viagem no tempo, realizada em homenagem a Humberto Silva Cardoso, fundador desta propriedade vinhateira de Palmela, e elaborada com o melhor dos dois mundos, reservado em dez barricas, com atestos feitos ao longo de quatro gerações.
A apresentação teve lugar num almoço, na adega da Quinta do Piloto
“Hoje é um dia especial, é o dia de um lançamento especial.” Assim começa Filipe Cardoso, enólogo e representante da quarta geração da família Cardoso, em relação à apresentação de dois vinhos generosos raros – um feito a partir de Moscatel de Setúbal e o outro elaborado com a casta Moscatel Roxo. Ambos descendem de Humberto Silva Cardoso, que, no início do século XX, comprara esta propriedade, cuja casa mais antiga pertencera a Gaspar Ferreira Reimão, piloto e roteirista da Carreira da Índia, e piloto-mor do reino, no início do século XVII, já depois de fundar a Casa Agrícola Humberto Cardoso.
Eis, portanto, a atribuição do nome Quinta do Piloto à propriedade localizada na Serra do Louro, em Palmela, com uma vista singular sobre Lisboa e o Vale do Tejo, a respeito da qual, com o tempo, se testemunhou à ampliação dos edifícios, que termina com a construção da adega, com as suas ânforas argelinas (cubas feitas em betão, munidas de uma abertura circular, onde a fermentação dos mostos das uvas tintas liberta anidrido carbónico, que exerce pressão sobre a massa, obrigando-a a elevar-se e aumentar de volume), que continuam a funcionar.
Adquirida a Quinta do Piloto e construída a Quinta do Carvacho, Humberto da Silva Cardoso decide reservar uma dezena de barricas de 50 litros, para encher com os requintados moscatéis feitos a partir das uvas vindimadas nas suas propriedades. Esta relíquia permaneceu, desde então, na adega da Quinta do Piloto, sob a guarda da família, que, ao longo de quatro gerações, conservou o ritual, que consistiu em “atestar todos os anos com os melhor dos moscatéis produzidos na Quinta do Piloto”, afirma Filipe Cardoso, referindo-se ao Moscatel Roxo e ao Moscatel de Setúbal.
De acordo com Filipe Cardoso, a variedade de uva Moscatel de Setúbal é vindimada em duas parcelas, uma da 20 e outra de cinco hectares, sendo constituída, esta última, por varas da Quinta do Esteval (propriedade da José Maria da Fonseca) e a mais antiga. A casta Moscatel Roxo está plantada em 3,5 hectares. Ao todo, a Quinta do Piloto possui cerca de 200 hectares de vinha, “localizados na região da Península de Setúbal, nomeadamente na zona do Lau e Poceirão”, 30 dos quais são vinhas velhas.
Resultado? A família de Filipe Cardoso decide apresentar duas jóias da coroa: Quinta do Piloto Moscatel de Setúbal Colecção de Família e Quinta do Piloto Moscatel Roxo Colecção de Família (€4.500 cada). “São dois moscatéis com uma história interessante”, que nos “levam de volta à história do meu bisavô, Humberto da Silva Cardoso.”
O azul foi a cor eleita para a caixa do Quinta do Piloto Moscatel de Setúbal Colecção de Família
O primeiro tem, no ano de 1996, o último atesto, enquanto o último atesto do segundo data de 2005. Ambos os vinhos generosos denotam as características próprias de um generoso produzido pelas duas principais castas da Região Demarcada da Península de Setúbal – são melosos, concentrados, densos.
Os decanters e todos os elementos associados a esta dupla de vinhos generosos da Quinta do Piloto foram desenhados pela Omdesign
“Esperámos pelo momento certo, para apresentar este produto direccionado para um determinado nicho de mercado” e aqui estão 25 garrafas, com o formato de um decanter, de 500 mililitros de Quinta do Piloto Moscatel de Setúbal Colecção de Família e Quinta do Piloto Moscatel Roxo Colecção de Família.
Cada garrafa está disponível em caixas, semelhantes a malas de viagem, chave própria, folheto informativo sobre a história de Humberto da Silva Cardoso e da Quinta do Piloto, certificado assinado por todos os elementos da família Cardoso, uma colher, com o monograma do fundador e um copo apropriado, para degustar um moscatel. “Mais do que um vinho, é uma homenagem ao fundador”, remata Filipe Cardoso. Perfeitos para a hora da sobremesa e desfrutar em boa companhia.
Brindemos!