Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos é a boa nova da Real Companhia Velha, que, há 40 anos, dispõe do saber-fazer de Pedro Silva Reis, e conta, agora, também com o empenho de Tiago Silva Reis.
A apresentação começa com o Espumante Real Companhia Velha Bruto feito a partir de Pinot Noir e Chardonnay, duas das três castas autorizadas para fazer Champanhe, na região homónima de França (a outra é a Pinot Meunier). Uma espécie de brinde para o vinho anunciado a posteriori, o Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos.
“Não é um vinho com 50 anos, mas um lote composto por várias idades.” O comentário é feito por Pedro Silva Reis, Presidente da Real Companhia Velha – empresa fundada, a 10 de Setembro de 1756, por Alvará Régio de D. José I, sob os auspícios do Primeiro-Ministro de então, Sebastião José de Carvalho e Mello, mais conhecido por Marquês de Pombal – e master blender, sobre esta categoria recentemente legislada pelo Instituto do Vinho do Douro e Porto – entidade reguladora dos vinhos produzidos na região vitivinícola duriense.
Na composição do Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos constam vinhos seleccionados das décadas de 1970, 1960 – há cerca de 30 por cento do Tawny de 1967 neste lote – e uma pequena percentagem de vinho do Porto dos anos 1920’. Trata-se, portanto, de um Vinho do Porto feito a partir de vários vinhos do Porto elaborados com castas autóctones vindimadas na referida propriedade situada na margem esquerda do Rio Douro, às portas do Pinhão, na sub-região do Cima Corgo, no Douro.
Neste processo de loteamento, Pedro Silva Reis, salienta o trabalho do seu filho mais novo e provador da casa, Tiago Silva Reis. “Sorte de principiante”, declara o Presidente da Real Companhia Velha, mas o saber-fazer está implícito nesta nova referência do portefólio da Real Companhia Velha.
A arte de lotear está no cerne da produção de um Tawny, seja de 10, 20, 30, 40 ou 50 anos, tendo sempre em conta a média de idades de cada um. Este processo “tem regras, mas diria que quase toda a regra tem uma excepção”, sublinha o Presidente da Real Companhia Velha, para quem “lotear é uma ciência que está longe de ser exacta”, daí que pese “uma dose de intuição na criação de cada lote de um Tawny”. A este factor, Pedro Silva Reis soma a sabedoria e a subjectividade.
Por outro lado, há um perfil a respeitar de acordo com a legislação implementada pelo IVDP. No entanto, cada casa duriense possui um estilo próprio, que define a sua identidade. Assim acontece com a Real Companhia Velha que, segundo Pedro Silva Reis, apresenta, hoje, um estilo diferente quando comparado com o de há quatro décadas, quando entra para a empresa (em 1982) como provador – assume a gestão, em finais da década de 1990, e conquista a presidência da mesma no início do século XXI. Na altura, falava-se em “meter velhice nos vinhos”, característica que considera antagónica a qualidade, esta sim, tida como uma mais-valia para os vinhos do Porto, “pelo que comecei a introduzir na sala de provas o termo agradabilidade”. E este Porto Quinta das Carvalhas 50 Anos ganha em complexidade, frescura, acidez, final de boca e persistência.
Brindemos!