A Quanta Terra propõe a simbiose entre o vinho e a arte de Vhils, HelioBray e Paulo Neves. A mostra “Quanta Terra Quanta Arte” está patente até ao fim do ano, no espaço dos enólogos Celso Pereira e Jorge Alves em Favaios, concelho de Alijó, em pleno Douro Vinhateiro.
O Espaço Quanta Terra confirma-se como um centro difusor de cultura no interior do país, com a exposição “Quanta Terra Quanta Arte”, composta por 25 obras de Vhils (Alexandre Farto), HelioBray e Paulo Neves.
A marca dos enólogos Celso Pereira e Jorge Alves destaca a necessidade de investimento e usufruto da cultura, com uma mostra que estabelece a sinergia entre vinho e arte.
Os fundadores da Quanta Terra querem realçar «a importância da valorização do interior», abrindo as portas da antiga destilaria da Casa do Douro a várias formas de arte.
Em declarações aos jornalistas, Celso Pereira lembra que, inicialmente, o local «estava para ser uma adega, mas transformou-se num espaço cultural de coexistência entre vinho e arte».
O enólogo confessa que a promoção de iniciativas culturais lhes «enche a alma». «Isto é amor, é partilhar o conhecimento com o meio onde estamos inseridos. E isto dá-nos muito orgulho e esperança num futuro muito promissor», declara.
Celso Pereira explica que acreditam na «narrativa de associar o vinho e a arte». «Não nos podemos esquecer que também fazemos vinho, com muita paixão e também com muito amor», confessa.
Por seu turno, Jorge Alves salienta a disponibilidade que os artistas têm demonstrado em relação a este projeto, levando a cultura a um território distante dos grandes centros urbanos. «Os artistas estão disponíveis. A cultura está disponível», afirma.
Nesta exposição, é possível apreciar sete obras de Vhils, sete de Paulo Neves e onze de HelioBray, entre barricas e antigas cubas de armazenamento de aguardente, revestidas com ladrilhos espelhados, tendo como envolvente um território Património Mundial da Humanidade.
«Vhils escava camadas que revelam a história, como um pintor na tela. HelioBray mistura técnicas e pigmentos, que levam a formas que se conectam à natureza e, por sua vez, Paulo Neves une a escultura e a arte, com uma forte ligação à madeira e materiais orgânicos», explica Rui Pedro, responsável pela curadoria, a cargo da Galeria Contagiarte.
Desde que abriu, em 2022, tendo como lema “o lugar onde o vinho e arte se encontram”, o Espaço Quanta Terra recebeu obras de Joana Vasconcelos, Leni van Lopik e de artistas como Vhils, AkaCorleone, Pedrita Studio, PichiAvo, Raquel Belli e Vasco Maio, com curadoria da plataforma Underdogs Gallery. Foi também palco de concertos e conferências.
Estas atividades traduziram-se na obtenção de duas distinções “Best of Wine Tourism” (2023 e 2025), na categoria Arte e Cultura, atribuídas pela Great Wine Capitals.
A inauguração da nova exposição, que decorreu a 21 de março, contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos, e do presidente da Câmara Municipal de Alijó, José Rodrigues Paredes, entre outras personalidades.
O evento incluiu a conferência subordinada ao tema “Enoturismo exclusivo: a procura crescente pelo interior” e um momento de harmonização dos vinhos Quanta Terra com as propostas do G Restaurante (uma estrela Michelin), de Bragança, sob a liderança do chef Óscar Geadas.
A mostra pode ser apreciada até ao dia 31 de dezembro de 2025, de quarta a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, com reserva aconselhada. À segunda e terça, a reserva é obrigatória. A visita inclui uma prova de vinhos.