A ruína recuperada e a vindima na Quinta das Carvalhas

Há um novo spot no Douro que promete bons momentos a quem a visita e quiser conhecer de perto os vinhedos que, em setembro, estarão prontos para a colheita das uvas.

A ruína recuperada com vista para o Douro vinhateiro

De olhos postos nos socalcos que tecem o Douro vinhateiro, na margem esquerda do rio, a casa, com janelas sem vidros e sem teto, dá o mote para a criação do programa “A ruin with a view”, o novo programa da Quinta das Carvalhas composto por degustação de petiscos e prova de vinhos topo de gama – Carvalhas branco, Carvalhas tinto e um cálice de vinho do Porto – num cenário digno de um filme, onde os protagonistas são os apreciadores dos néctares de Baco de uma das marcas pertencentes à antiga Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro – hoje, Real Companhia Velha – instituída sob os auspícios de Sebastião de Carvalho e Mello, primeiro-ministro D. José I, e mais conhecido por Marquês de Pombal, em 1756, aquando da distinção do Douro como região demarcada, a Quinta das Carvalhas, no Pinhão.

Uma casa que, por dentro, é também um jardim, salpicado de flores coloridas e uma fonte que, em cascata, leva a água a acompanhar um percurso traçado no chão de granito, numa alusão ao Douro que compõe a paisagem no exterior.

Erigida há cerca de três séculos e pertence de uma outra família, outrora, dona desta parcela de terra que, nas décadas de 1950’ e 1960’ foi adquirida – junto com outras quintas de então –, a ruína de uma casa recuperada é o ponto de encontro para este verão, no Douro, e cuja inauguração foi acompanhada pelas história da vinha e do vinho, e das gentes que se entregam, todos os dias, de corpo e alma, ao que o Douro lhes dá, contadas por Álvaro Martinho, o responsável pela viticultura e o coordenador das ações de enoturismo da jóia da coroa da Real Companhia Velha.

Álvaro Martinho, o agrónomo que é um contador de histórias e o responsável pelo enoturismo da Quinta das Carvalhas

As boas-novas da Quinta das Carvalhas não ficam por aqui. Em setembro é dado início ao “Harvest experience”, um bom pretexto para dar rumo a uma experiência do Douro e conhecer o universo da Real Companhia Velha depois das triviais férias estivais ou para quem dispensa a habitual pausa de veraneio.

No alinhamento do programa há uma visita à Quinta das Carvalhas, uma propriedade com 600 hectares, do quais 120 são compostos por vinha – há o registo de vinhas velhas com quase 100 anos –, e onde será feita a experiência de corte na apanha da uva, uma tarefa manual praticada, sobretudo, por mulheres. Portanto, desculpas não há para, na mala, levarem roupa confortável, calçado confortável, chapéu, protetor solar e calções (para a lagarada), sem esquecer a água, a fim de pôr “mãos à obra”.

Chegada a hora do almoço, na Casa Redonda – o antigo retiro do avô de Pedro Silva Reis, filho do atual presidente da Real Companhia Velha – no topo da Quinta das Carvalhas, a ementa reserva uma feijoada transmontana acompanhada por uma trilogia de néctares de Baco – um branco, um tinto e um Porto – à escolha. Segue-se a adega da Quinta do Casal da Granja, com direito a visita, à experiência na mesa de escolha, onde será feita a seleção das uvas, e à lagarada, com o tradicional pisa pé nos lagares de granito e um brinde com Vinho do Porto. De volta à Quinta das Carvalhas, haverá prova de vinhos na loja, para a despedida.

Pedro Silva Reis, filho do atual presidente da Real Companhia Velha, no dia da inauguração do programa “A ruim with a view”

O valor do programa “A ruin with a view”, que acontece todos dias (mediante marcação), a partir das 10 horas, é de 38 euros por adulto, 5 euros por criança (dos 4 aos 11 anos) e grátis para os mais pequenos até 3 anos.

Quanto ao “Harvest experience”, o programa ainda não tem preço definido nem data marcada, mas terá um técnico da Real Companhia Velha a acompanhar e inclui equipamento de vindima, bem como transporte entre quintas.

+ Real Companhia Velha
© Fotografia: João Pedro Rato Fotografia

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