“Cosemos” o Natal em harmonia com o vinho, gin, vodka… e uma tarte

A consoada reserva sempre boas novas à mesa, mas nem mesmo as velhas lembranças vínicas escapam às sugestões que celebram a quadra merecendo, de sobremaneira, a apreciação entre amigos e família com um bom corte e costura à mistura.

Gin Martin Millers © Ricardo Bernardo

Iniciemos a noite, e porque ainda são muitos os que apreciam um bom gin, comecemos por um Martin Millers (preço sob consulta). Deixemos o brexit de lado e brindemos com a bebida nacional da Inglaterra feita a partir da água das nascentes da Islândia considerada, pelos entendidos na matéria, como a mais pura e a mais suave e, por conseguinte, ideal na produção de gin. Assim, Martin Millers levou a produção final do seu gin homónimo para o “País do Gelo”, onde é engarrafado. Modo de servir: Água tónica e/ou um zest de limão, e gelo.

Absolut Facet, da Absolut Vodka © João Pedro Rato

Ou com um vodka, para quem gosta de cocktails. Falamos de Absolut Facet (preço sob consulta), com uma garrafa de edição limitada, agraciado por um design assimétrico, e dedicada à irreverência dos mui falados millennials. O desafio à criatividade no bar de sua casa.

Covela Reserva branco 2013, da Quinta de Covela © Hugo Macedo

Estrangeirismos à parte, entremos no Mundo vinícola de produção nacional. Comecemos pelos brancos, com o Covela Reserva branco 2013, um néctar de Baco da Quinta de Covela, de Tony Smith e Marcelo Lima, na Região dos Vinhos Verdes, em Baião, na fronteira com o Douro e cujo perímetro se encontra distribuído pelas freguesias de São Tomé de Covelas e Santa Cruz do Douro tendo, esta última, servido de cenário de “A Cidade e as Serras”, célebre obra de Eça de Queiroz, onde o escritor português escreve sobre o surpreendente arroz de favas. Porém, este branco feito a partir das castas Avesso, Arinto, Chardonnay e Viognier, a servir a 14° C, é desenhado pelo enólogo Rui Cunha, apresenta sinais da mineralidade granítica da região, o que vai bem com o famoso bacalhau com couve e batata regado a preceito com azeite, e crosta de broa. O p.v.p. é de €26,90.

Meruge tinto 2014, da Lavradores de Feitoria © Ricardo Bernardo

Porque entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro o polvo é rei no repasto da noite que antecede o dia de Natal, recomendamos que o acompanhe com Meruge tinto 2014, da Lavradores de Feitoria, um vinho DOC (Denominação de Origem Controlada) do Douro feito, maioritariamente, a partir da casta Tinta Roriz (80%) e de vinhas velhas (20%) – aqui com predominância de Touriga Franca e Touriga Nacional –, apesar de ter potencial para guardar mais um ano. A 11.ª edição do Meruge tinto, que demarca o desafio da equipa de enologia liderada por Paulo Ruão, é para servir a 16° C. O p.v.p. é de €20.

Quinta do Pôpa Homenagem tinto 2011, da Quinta do Pôpa © Ricardo Bernardo

Passemos para o perú assado no forno, desta feita para harmonizar com Quinta do Pôpa Homenagem tinto 2011, da Quinta do Pôpa, localizada em Tabuaço, no Douro. Eis o vinho que é um tributo ao avô Francisco Ferreira, a.k.a. Pôpa, o qual prestado pelos netos Stéphnane e Vanessa Ferreira, e cuja fórmula é composta por castas típicas da mais antiga região vinícola do Mundo – Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão. Contudo, a abertura da garrafa pode ficar adiada para o dia seguinte, 25 de Dezembro, para acompanhar o cabrito assado no forno, prato típico nas Beiras e na Estremadura, tendo de ser servido a 16° C. O p.v.p. é €40.

Azinhaga de Ouro Reserva tinto 2014, da Casa do Vinho © Lidl Portugal

Em alternativa, recomendamos o Azinhaga de Ouro Reserva tinto 2014 (preço sob consulta), um vinho DOC do Douro da Casa do Vinho, do Lidl Portugal, elaborado a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, e desenhado pelo engenheiro Carlos Lucas – também enólogo e produtor da Quinta do Ribeiro Santo, no Dão, do Baton, no Alto Douro, e de Maria Mora, no Alentejo, e consultor de vários produtores. A servir entre os 16 e os 18° C.

Secretum branco 2012, da Lua Cheia em Vinhas Velhas © João Pedro Rato

Antes de chegarmos à sobremesa, e uma vez que já é tempo de dar a devida importância aos queijos portugueses, sugerimos que os acompanhe com Secretum branco 2012 (preço sob consulta), do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas. Um duriense feito a partir da casta Arinto (ou Pedernã), de vinhas com cerca de 20 anos da zona de Murça, vila do distrito de Vila Real, na sub-região do Douro, desenhado pelos enólogos João Silva e Sousa e Francisco Baptista, e com um final de boca muito longo e persistente. “Um branco com alma”, nas palavras de João Silva e Sousa, feito para apreciar com a serenidade merecida entre os 10 e os 12° C.

Vinho do Porto Taylor’s Tawny de 20 anos, da Taylor’s © The Fladgate Partnership

Entre as típicas sobremesas que, em cada região do país, preparam para a consoada e o Dia de Natal, é imperativo haver tempo para um Vinho do Porto, Taylor’s Tawny de 20 anos (preço sob consulta), do grupo The Fladgate Partnership para acompanhar o leite creme queimado, por exemplo, e as demais iguarias doces feitas com ovos, as quais combinam com os aromas complexos e repletos de especiarias. A servir fresco e em copos não muito pequenos.

Vinho do Porto Gaivosa Tawny 10 anos, da Quinta da Gaivosa © João Pedro Rato

Na lista dos eleitos consta também o Vinho do Porto Gaivosa Tawny 10 anos (preço sob consulta), da vinhas quase centenárias da Quinta da Gaivosa projeto familiar liderado por Domingos Alves de Sousa, em Santa Marta de Penaguião, no coração do Douro. Este Vinho do Porto é uma boa companhia para os queijos curados, as sobremesas de caramelo e a doçaria típica portuguesa, por isso, abra-o e desfrute-o a uma temperatura de 15° C. O p.v.p. é de €22,90 (o da garrafa de 0,75 ml é de €24,80.

A tarte de amêndoa, d’A Tarte © João Pedro Rato

Agora há um intruso ou uma doce investida, neste caso: A tarte de amêndoa de A Tarte (preço sob consulta). Há quem diga que é a melhor tarte de amêndoa, mas o certo é que vicia a cada fatia, por isso nada melhor que a partilhar com os amigos e a família, até porque esta tarte é feita com zimbro, um dos botânicos commumente usados na produção de gin.

Brindemos à (re)união de familiares e amigos! •

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© Foto de entrada: João Pedro Rato

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