Os irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira, e o enólogo João Menezes, deram a conhecer a 5.ª edição dos topo de gama Pôpa TN 2012, Pôpa TR 2012 e Pôpa VV 2013.
O palco escolhido foi o restaurante The Insólito, situado no 4.º andar da rua São Pedro de Alcântara, 83, em Lisboa. Com uma vista fantástica para a colina do castelo, este espaço traz à memória a “janela sobre o rio Douro” da Quinta do Pôpa, localizada na encosta da Estrada Nacional 222, no concelho do Tabuaço, no Alto Douro Vinhateiro. Insólito só mesmo o nome, porque estes vinhos estão habituados a vistas singulares.
As boas-vindas começam no terraço com o Pôpa Black Edition branco 2015, uma novidade apresentada no final de 2016 e um vinho com alma do Douro mais pensado para as noites frias mas que, apesar do dia primaveril, acompanhou bastante bem com as coxas de frango panadas, previamente marinadas em nata azeda, servidas com sal de pinha. Em conjunto com o Pôpa Black Edition tinto 2015, o Pôpa Black Edition branco 2015 forma a versão de inverno da gama intermédia de vinhos da Quinta do Pôpa, a qual é complementada pelo Selection branco e tinto.
Por sua vez, à mesa desfilaram as novidades da 5.ª edição desta trilogia de vinhos que nasceu na vindima de 2007 e foi apresentada, pela primeira vez, em 2010, curiosamente, e até ao momento, o único ano em que nenhuma destas referências foi para o mercado por não ter o registo mínimo de qualidade definido pela equipa. Os vinhos desta gama – tanto os monovarietais Touriga Nacional e Tinta Roriz, como o Vinhas Velhas – são oriundos de parcelas específicas da Quinta do Pôpa, as quais são identificadas como as melhores. Com o mínimo possível de intervenção no lagar, estes vinhos “são concebidos na vinha, depois de percebermos e respeitarmos o que as uvas nos podem dar”, garante João Menezes.
O primeiro foi o Pôpa TN tinto 2012, feito exclusivamente a partir da casta Touriga Nacional – este vinho estagiou oito meses em barricas usadas, após ter sido submetido a uma fermentação monoláctica em cuba de inox. De cor rubi intensa, esta referência apresenta aromas a fruta madura – talvez menos intensas do que outros vinhos feitos a partir da mesma casta portuguesa –, folhas de chá secas, notas balsâmicas e especiarias. No palato revelou frescura e cremosidade que conjugaram com a terrine de porco ibérico, chutney de tâmaras e chalotas.
Pôpa TN tinto 2012 · DOC Douro
PVP: 16€ · Número de garrafas: 2015 · Álcool: 14,0% · Acidez total: 5,1 g/l · PH: 3,59
O Pôpa TR tinto 2012, um cem por cento Tinta Roriz, teve fermentação e estágio idênticos ao anterior. Porém, e por se revelar mais evoluído do que o Pôpa TN tinto 2012, os aromas vegetais evoluem para tons mais quentes de especiarias mantendo-se fresco e vibrante na boca. Quanto à harmonização, o Pôpa TR tinto 2012 teve a honra de acompanhar o polvo grelhado com tomate, alface romana grelhada e molho aioli.
Pôpa TR tinto 2012 · DOC Douro
PVP: 19€ · Número de garrafas: 1810 · Álcool: 14,5% · Acidez total: 4,8 g/l · PH: 3,51
Para fechar o trio, foi servido o Pôpa VV tinto 2013, um vinho oriundo de uma única parcela com mais de 80 anos, onde convivem mais de duas dezenas de castas diferentes, e um blend que estagiou em barricas de carvalho francês – 60% em cascos de primeiro e segundo anos, durante 12 meses; e 40% em barricas de terceiro ano, durante 15 meses. As notas florais misturadas com frutos vermelhos conjungam-se com uma estrutura forte e intensa no palato e, por isso, casou bem com a entremeada à Bairrada acompanhada de batata nova em manteiga, salsa, agrião e chalotas de dijon.
Pôpa VV tinto 2013 · DOC Douro
PVP: 25€ · Número de garrafas: 4436 · Álcool: 14,5% · Acidez total: 5,1 g/l · PH: 3,5
Para terminar, o trio que rumou de terras durienses apresentou o primeiro vinho tinto doce do Douro, o Pôpa Doce 2012, da categoria de topo “Special Edition”.
A Quinta do Pôpa continua a fazer um trabalho consolidado e com uma identidade própria na margem esquerda do Douro com a criação de vinhos de qualidade e apostando numa comunicação e marketing arrojado mas, ao mesmo tempo, jovem e divertida. Como dizem os netos do senhor “Pôpa” (leia artigo aqui), “o sonho continua”.