A guesthouse, localizada na zona ribeirinha do Porto, está instalada num edifício do século XVI. A composição inclui sete quartos diferentes, desafio superado pela Nano Design, e um restaurante de cozinha delicada, O Casario.
A graciosa recepção revela a elegância deste alojamento local em pleno centro histórico da cidade Invicta
A Gran Cruz, tida como a maior empresa exportadora de Vinho do Porto, estreia na hotelaria com a Gran Cruz House. Abriu em Setembro de 2018 num imóvel secular reabilitado pelo arquitecto Miguel Nogueira, na icónica Praça da Ribeira, uma das mais antigas da cidade do Porto e classificada como Património Mundial pela UNESCO.
O tom claro da escadaria funde-se no tapete dispostos sob os degraus, para conforto dos hóspedes
O rigor do projecto expressa o respeito pelo traço deste prédio pintado de vermelho escuro. Os interiores assumem os detalhes de outrora, como os bancos dos namorados dispostos junto às janelas dos aposentos, as grossas paredes em pedra, as portadas em madeira ou a escadaria ao centro.
Os azulejos da parede da cabeceira do quarto Vintage, com uma obra da autoria do pintor portuense Jorge Curval intitulada “A Espera”
Pink, White, Ruby, Tawny, Reserve, LBV e Vintage são a nomenclatura atribuída aos sete quartos distribuídos pelos quatro pisos desta casa de charme, como se de uma homenagem às diferentes categorias do Vinho do Porto se tratasse.
Todas as divisões da Gran Cruz House exibem peças de mobiliário singulares, mas sempre com uma função
Cada aposento é, talvez por essa razão, único, quer na sinfonia harmonizada pelos pantones, quer nos detalhes, como o leito da cama ou as peças decorativas e de mobiliário concebidas para este alojamento local localizada à beira-rio.
Sem esquecer o conforto nem a elegância, dupla partilhada em todos os espaços da casa, com vista privilegiada sobre o rio Douro. Ou os varandins e as cores de veraneio do Pink; o corrimão de janelas e os antigos barrotes de madeira do tecto, pintados de branco, do White e do LBV; os azulejos azuis e brancos do Vintage; os tons terra do Tawny; os pratos de cerâmica do Rubi; e os quentes atributos do Reserve.
“Sereno Sonho” é o nome da pintura de Albuquerque Mendes exposta no quarto Tawny
A concepção dos interiores foi mais além. É de salientar, ainda, o trabalho conjunto das ilustradoras Ângela Ferreira (a.k.a. Kruella D’Enfer) e Tamara Alves, dos artistas plásticos Albuquerque Mendes e Rui Anahory, dos pintores Jorge Curval e José Emídio (presidente do Conselho de Administração da Cooperativa de Actividades Artísticas Árvore, no Porto), e de João Jales.
Os sete artistas contemporâneos portugueses reinterpretaram a Mulher de Negro – célebre figura central da campanha da Porto Cruz, com o slogan “País onde negro é cor” – exibida, agora, no exterior da porta da casa-de-banho de cada quarto da guesthouse. O ponto de partida para (re)descobrir a cidade Invicta, mas não sem antes de uma noite bem dormida e de um pequeno-almoço de truz.
N’O Casario, o restaurante partilhado por dois chefs portuenses cujo trabalho denota o total respeito pelo sabor – Miguel Castro e Silva e José Guedes –, é servida a primeira refeição da manhã. À mesa recebe-se o pão, os croissants e o bolo, as compotas e a manteiga, o café, o chá ou o chocolate. À carta escolhe-se o que mais se gosta de uma lista imensa de sugestões: salmão fumado, presunto ibérico, queijos (dos Açores, de ovelha ou requeijão), as panquecas (com maçã; requeijão e mel; ou Nutella), os ovos (cozidos, omeleta, mexidos, estrelados; simples ou com salmão fumado, bacon, tomate ou cogumelos salteados), fruta laminada e iogurte com cereais.
O ciclo fecha com o Vinho do Porto deixado, por cortesia da casa, em cada quarto ou não estivéssemos a falar acerca da Gran Cruz House, onde também o vinho de mesa do Douro é protagonista. Desde a recepção, decorada a preceito, a O Casario. Eis o convite bem agradável e tranquilo para embarcar numa viagem superada pelos sabores e sempre bem acompanhada pelo portefólio vínico da casa-mãe. Para ler aqui.
A ir! Boa viagem!