Férias são, ainda para muitos, sinónimo de descanso, de momentos de partilha. Se houver crianças este é, certamente, um dos lugares recomendados para uma demorada pausa em família.
Bernardo, o cicerone de quatro patas da Herdade Ribeira de Borba
Feita a curva para entrar na estrada de acesso à Herdade Ribeira de Borba descobre-se, a pouco e pouco, a paisagem frondosa desta propriedade de cerca de 24 hectares. Passado o portão, eis que se avista Bernardo, o guarda fiel de quatro patas que, simpaticamente, dá as boas-vindas aos hóspedes de todas as idades. Ao mesmo tempo, Antónia, uma apaixonada pelo seu trabalho, cumprimenta amavelmente cada um, dando início ao processo de entrada neste pequeno paraíso idílico e sereno localizado a escassos quilómetros de Vila Viçosa.
A horta explorada por Pedro Mendes, chef do restaurante Narcissus Fernandesii, em Vila Viçosa
A Herdade Ribeira de Borba é, desde 2006, uma propriedade de turismo rural que, em Julho de 2018, foi adquirida por Artur Marques. Desde então, ganhou um novo fôlego, graças à decoração dos três estúdios com mezannine, situados junto à casa-mãe, onde se encontra, ainda, a piscina infinita, e das três casas individuais com cozinha equipada com o essencial.
O alpendre da casa Azenha tem uma vista apaziguadora sobre a paisagem alentejana
Comecemos pela Azenha, a casa mais recatada desta herdade. Espaçosa por dentro – desde o quarto principal à enorme casa-de-banho –, tem a particularidade de um dos quartos ser no nicho da sala, frequentemente requisitado pelos mais novos. Na decoração, destacam-se o mobiliário moderno e as peças decorativas, bem como o cesto de fruta diversa e o arranjo campestre que Antónia faz questão de arranjar, para dar as boas-vindas aos hóspedes.
Tomar o pequeno-almoço ao ar livre é sempre um privilégio
Por fora, o terraço, privilegiado pela sombra em dias de sol, convida à leitura e aos pequenos-almoços ao ar livre, já que, para as românticas pausas a dois ou as férias em família ou, simplesmente a sós, há a opção de receber, na casa, uma cesta com tudo o que precisa para a primeira refeição da manhã.
Os cavalos, que não descuram de “cumprimentar” quem passa, fazem as delícias dos mais novos
Pombal e Caseiro são os nomes das outras duas casas. A primeira, arredondada, é a mais pequena, mas igualmente acolhedora. Está a dois passos da horta, ideal para mostrar à pequenada a diversidade de alimentos que existe no meio rural e, à semelhança da Azenha, tem vista privilegiada para o arvoredo frondoso da ribeira que atravessa a herdade.
A segunda, situada no cimo do monte sobranceiro à vinha, recentemente plantada – cujo acesso merece um passeio a pé, durante o qual vai dar de caras com os três cavalos da propriedade –, é a maior das três e apresenta uma arquitectura mais fiel ao traço alentejano.
A sala de refeições é contígua ao terraço de acesso à “Malhada”
Se continuar a caminhar em frente, encontra a sala dos pequenos-almoços reservada, também, para o jantar dos hóspedes que solicitem esta refeição confeccionada, por sua vez, pela D. Deolinda, a cozinheira de serviço. Luminoso em dias soalheiros ou de lareira acesa no Inverno, este espaço é contíguo a um terraço, ao ar livre, que converge num corredor exterior. Ao fundo deste, uma escadaria dá acesso a outra piscina rodeada pela singela Natureza característica do Alentejo onde, certamente, não quererá perder a oportunidade de fazer um piquenique feito mediante reserva e caminhadas em família.
O traço rectilíneo do mais recente edifício deste turismo rural coabita, na perfeição, com a envolvente
Esse mesmo corredor passa entre a parte superior dos espaçosos quartos suítes que, no seu conjunto, dão corpo a um edifício em espinha de arquitectura contemporânea, denominado de Malhada, igualmente apaziguados pela acalmia. Este é, sem dúvida, um excelente pretexto para fazer caminhadas ou pegar na bicicleta – estão umas quantas disponíveis junto à recepção – e explorar a herdade, que vale bem a pena palmilhar, sobretudo, pela sua beleza selvagem.
De um dos lados deste edifício estão dispostos, a uma distância considerável, dois domes, perfeitos para quem aprecia fazer campismo com mais conforto. Cada um é contemplado com terraço de madeira e uma vista singular sobre a paisagem, a observar durante a primeira refeição da manhã.
Os domes são escolhidos por quem tanto aprecia o contacto directo com a Natureza
“É já ali!”
A expressão commumente utilizada no Alentejo serve, desta feita, para indicar quão perto ficam dois espaços de restauração a (re)descobrir. E uma visita a agendar.
7160 é o código postal de Vila Viçosa é o número associado a esta adega onde a tradição é, ainda, uma inspiração
Reserve a Adega 7160 para o almoço. O espaço, instalado numa antiga adega, é descontraído e tem na decoração a tipicidade de uma tasca da região. A proprietária, Sofia Figueiredo, dona de um sorriso afável, é quem comanda a cozinha, de onde saem petiscos feitos como manda a cartilha. Recomendados estão os peixinhos da horta e a típica açorda alentejana. O Bacalhau 7160 não fica atrás, mas não deixe de passar os olhos pela lista da carne nem de escolher o pratos para o mais doce final da refeição.
Os pãezinhos de coentrada do chef Pedro Mendes continuam a dar que falar
O Narcissus Fernandesii, restaurante do Alentejo Màrmoris Hotel & Spa, é imperativo para um jantar mais intimista e a oportunidade de conhecer a cozinha do chef Pedro Mendes, que tem já os pezinhos de coentrada como a mais emblemática entrada da sua carta, bem como a língua de novilho com batata ao sal e legumes da estação como prato recomendado.
Os vinhos Lima Mayer contam com as castas tintas plantadas nesta vinha com cerca e 20 anos
A ambos, juntamos a visita à Quinta de São Sebastião, em Monforte, casa agrícola localizada no Alto Alentejo pertencente à família Lima Mayer, onde a vinha é, desde há duas décadas, uma das grandes apostas de Thomaz e Maria José Lima Mayer. Em cerca de 20 hectares, sob a responsabilidade de Joaquim Manuel Bento estão plantadas, apenas, castas tintas: Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Suavignon, Petit Verdot e Syrah. A vindima é manual e as uvas são levadas para a adega antiga, onde o trabalho é acompanhado por Teresa Serra, a enóloga residente, e supervisionado por Rui Reguinga, enólogo consultor. Equipada com a mais moderna tecnologia, onde não faltam, também, as barricas de carvalho francês para os topos de gama das referências vínicas.
Boas férias!