Burrata é o nome da pizzaria artesanal fundada por quatro sócios. Um é mestre pizzaiolo que, ao fim de duas décadas dedicadas à pasteleria, decide trocar a farinha e pôr a mão em outro tipo de massa.
Fundada em 2017, na porta ao lado, a Burrata muda, em Setembro de 2019, para o n.º 591A da Estrada de Benfica, em Lisboa. “No início mantivemos a pastelaria de fabrico próprio aqui e a pizzaria na porta ao lado. O Nuno fazia tudo sozinho, todos os dias. Tem mais de mil receitas na cabeça!”, explica Vera Lopes. “Mas o negócio tem de ser rentável, por isso, encerramos a pastelaria e mudamos a pizzaria para aqui”, continua Diogo Branco, “adepto do monoproduto”, como se auto-define. “Estive três meses a elaborar as receitas e mais de um mês na cozinha com o Nuno e a restante equipa”, continua enquanto fala do empenho dos restantes sócios deste negócio criado em família.
Diogo Branco é empresário de restauração há mais de uma década e tem como sócios o cunhado, Nuno Teixeira, o chef pasteleiro que se torna pizzaiolo, marido de Vera Lopes, cunhada, que troca a consultoria de moda – mas não totalmente – pela de relações públicas e arte de servir à mesa, e a mulher, Raquel Lopes, irmã de Vera, que também marca presença na sala sempre que é preciso.
Todos passaram por um período de adaptação, mas ser pizzaiolo é muito diferente para Nuno Teixeira, “já para não falar na farinha tipo 00 (zero zero)”. Pasteleiro autodidacta, trabalhou em duas casas ligadas a este sector, na Grande Lisboa, e numa panificadora, em Marvila, antes de assumir a função de pasteleiro em casa própria. “Agora é mais fácil.” A massa demora oito horas a levedar – “de manhã preparam a massa para a noite e à noite preparam a massa para o outro dia, de manhã” – e, além de Nuno Teixeira, há dois outros pizzaiolos. Já o processo de cozedura está no segredo dos deuses.
A decoração também foi pensada ao pormenor por Diogo Branco. As cadeiras em metal, a parede a simular os tijolos dos fornos a lenha, os candeeiros dispostos em fila sob as mesas com tampo em mármore e o sofá corrido num dos lados conferem conforto e convidam a uma refeição descontraída. Os pedidos oscilam entre as mais de uma dezena de pizzas artesanais de massa fina e rebordo estaladiço, muito apreciadas por todas as idades. “Vêm muitas famílias, seja à semana, seja ao fim-de-semana. Tenho clientes que vêm três a quatro vezes por semana”, revela Vera Lopes. “É porque gostam muito das nossas pizzas”, assegura.
Talvez o outro segredo, desta feita, revelado passe pela utilização da mozarella da Maestrella. “O queijo é a essência da pizza. Houve várias tentativas com outros queijos, isto é, de outras marcas e nenhum se compara a este da Maestrella”, declara Vera Lopes. A escolha foi feita quase logo de início da abertura da pizzaria, em 2017, e já depois de terem testado outros queijos.
“Tem a ver com o comportamento deste queijo na própria pizza e no forno. É um queijo de grande qualidade e tem a ver com o tipo de mozarella ralada que, ao ser submetida a altas temperaturas, é que se vê se é boa ou não. Não podemos deixar que o queijo perca qualidade no takeaway e no delivery porque, ao chegar a casa, o nosso cliente quer ver a elasticidade do queijo ao tirar uma fatia e isso tem muito a ver com a qualidade deste produto”, explica. “O sabor é mais neutro, para não se sobrepor aos restantes ingredientes que também têm de ser saboreados. Por isso, há que encontrar um equilíbrio neste conjunto de ingredientes e achamos que era este produto era o mais indicado.”
Na lista cabem a clássica Margarita, a La Burrata, criada em nome desta pizzaria, a Diavola, outras das pizzas preferidas dos clientes, entre as demais inscritas numa carta curta, para possibilitar “uma maior rapidez e fluidez no serviço e que consigamos estar mais focados na qualidade, o que permite ter a gestão controlada”, esclarece Vera Lopes.
Das três saladas, destaque-se a de chèvre e mel feita com queijo de cabra com um sabor e uma cremosidade doa agrado da equipa “e que poderá entrar numa pizza”, por exemplo. As três sugestões de massas fazem parte igualmente da lista.
“Iremos, em breve, ter uma nova carta, com outros pratos”, diz-nos Vera Lopes como um bom pretexto para (re)descobrir as pizzas artesanais da Burrata que, a partir deste mês de Maio, estará de portas abertas todos os dias, das 12h00 às 23h00, sem descurar do takeaway a pedido através do telefone 217161766.
No final, é escolher uma das sobremesas feitas por Nuno Teixeira que, deste modo, continua a pôr em prática o ofício de pasteleiro, e ir à croissanteria, na porta ao lado, onde fica O Meu Croissant e levar croissants franceses, de massa folhada simples, doces ou salgados, para o lanche ou voltar para lanchar neste pequeno espaço acolhedor.
Bon appétit! •