Baião, sub-região dos Vinhos de Verdes, é o centro nevrálgico desta casa, onde o biológico é um estilo de vida, a casta de eleição é singular e orgânico está implícito na imagem da sua gama premium.
Propriedade vitivinícola, a Quinta de Santa Teresa pertence à sub-região de Baião, na Região Demarcada dos Vinhos Verdes. A sua localização geográfica, em Loivos da Ribeira, junto à linha de transição para a Região Demarcada do Douro, permite que os seus 66 hectares de área total, em solo granítico, beneficie de um clima mais quente e seco, factor favorável à produção em modo biológico.
Eis o estilo de vida de Alexandre Gomes e Dialina Azevedo, fundadores da A&D Wines. Já em 1991, o casal planta, em modo produção biológico, a primeira vinha, de cinco hectares, na propriedade familiar Casa do Arrabalde. Esta partilha o mesmo tipo de solo e beneficia do mesmo clima da primeira, tal como a Quinta dos Espinhosos, adquirida por ambos em 2005, ano da constituição da A&D Wines.
“Os nossos vinhos sempre foram biológicos”, ressalva Dialina Azevedo. A aposta, estabelecida desde o início do projecto, é para continuar. Quanto à utilização de cobre, na vinha, “estamos vigilantes”. Sobre a adega, a co-proprietária da A&D Wines reforça a importância do sistema de monitorização desenvolvido por Alexandre Gomes, Engenheiro Electrotécnico – formação e profissão também de Dialina Azevedo.
Objectivo? “Ver o que se passa em cada cuba”, durante o período de fermentação e em tempo real. O sucesso das três últimas vindimas deve-se ao resultado obtido através do uso das leveduras naturais.
“A Avesso é a nossa casta de eleição e a casta de eleição do terroir de Baião”. As palavras de Dialina Azevedo determinam a forte aposta nesta variedade de uva branca tradicional da sub-região de Baião. Em particular, nas uvas vindimadas na Quinta de Santa Teresa, gama cujo rótulo apresenta, agora, uma nova imagem intrinsecamente relacionada com a sustentabilidade subjacente às práticas na vinha e na adega por parte da A&D Wines.
Resultado? Rótulos “limpos”, representativos da agricultura em modo biológico, com camélias – abundante nos jardins da quinta – estilizadas, e com a inscrição de “Baião, Portugal”. Este trabalho foi executado pela designer Rita Rivotti
A prova está, por exemplo, no Quinta de Santa Teresa Avesso 2021 (€12). Vindimado numa parcela exposta a Norte, dos 33 hectares de vinha da propriedade, este vinho denota frescura, acidez e potencial de guarda. “Queremos que represente o nosso terroir e seja fiel ao nosso terroir”, sublinha Ana Pinto, enóloga residente da A&D Wines.
Desenhado pelo enólogo consultor, Fernando Moura – reconhecida figura da enologia na Região Demarcada dos Vinhos Verdes –, o Quinta de Santa Teresa Singular branco 2019 (€12) revela a sua singularidade através de três castas: Avesso, Arinto e Malvasia. Este trio, colhido em vinhas velhas daquela propriedade duriense, conferem um vinho fresco e persistente.
O potencial de envelhecimento é notável no Quinta de Santa Teresa Esculpido Avesso 2020 (€20). Edição de 2500 garrafas, é feito a partir de uvas vindimadas em vinhas com cerca de 80 anos. Deste conjunto, é de salientar as que são apanhadas no pé de Avesso com mais de dois séculos.
Com apenas 1200 garrafas, a primeira edição da gama Quinta de Santa Teresa Essência Avesso 2020 (€20), que, até agora, estava integrado na gama Monólogo.
Para além do Avesso, é de salientar o Quinta de Santa Teresa rosé 2021. Feito a partir das castas Touriga Nacional e Vinhão – as únicas variedades de uva tintas da A&D Wines –, revela-se um vinho muito “gastronómico”, ou seja, harmonizam muito bem com a comida.
Revisão geral: todos os vinhos provados denotam, na boca, frescura, acidez equilibrada e um perfil seco, são longos e persistentes. Em suma, fazem uma excelente companhia à mesa.
Brindemos!