Eis a nova referência da Sogrape. A estreia cabe à casta tinta da Alicante Bouschet, que, vindimada em duas parcelas diferentes e vinificada de formas distintas conferem o todo a um vinho elaborado com a minúcia de que sabe.
O conhecimento é válido pela soma do saber empírico com a experiência e a vontade infinita de descobrir. O resultado é expressado através da paixão, do trabalho realizado ano após ano e da ininterrupta capacidade de ir mais além no pormenor. Assim é Parcelas, a boa nova da Sogrape, que tem nesta estreia a Alicante Bouschet como casta eleita da colheita de 2018 (€50), da Herdade do Peso, propriedade vitivinícola da Sogrape localizada em Pedrógão, no concelho de Vidigueira, Alentejo, comprada por Fernando Guedes,
Esta acção partiu da iniciativa de “experimentar castas diferentes”, o que foi possível através do processo de microzonagem, que permitiu recolher “12 tipos de solos, para dar uma nova dinâmica aos vinhos da Herdade do Peso”, conta Luís Cabral de Almeida. O Director de Enologia da Sogrape no Alentejo, que abraçou este desafio em 2012 – depois de oito anos intensos em Mendoza, Argentina –, revela-se um entusiasta da referida casta tinta. “A Alicante Bouschet, na minha opinião, é a rainha das catas do Baixo Alentejo.” Foi vindimada à mão, na vinha, de 160 hectares, que tão bem conhece, como se fosse a sua casa.
Na adega, “fez diferentes fermentações”. Foi submetida a estágio em tonéis de carvalho francês. No final, Luís Cabral de Almeida optou por um que continha 30 por cento de engaço e outro sem engaço. O resultado? Frescura, estrutura e complexidade são as características principais deste Parcelas Alicante Bouschet 2018.
O Parcelas é uma das quatro referências da Herdade do Peso, a par com o Revelado, o Reserva e o Ícone, “que sairá sempre e quando a Natureza nos der essa sorte”, esclarece o enólogo. “Foi o Sr. Fernando Guedes, que, com a sua visão, quis estar na Vidigueira”, acrescenta, dando ênfase ao trabalho que tem vindo a ser efectuado ao longo de três décadas, nesta propriedade alentejana, pela Sogrape.
A sustentabilidade é outro dos aspectos a ter em conta. “Vamos recuperar a biodiversidade do Alentejo”, garante Luís Cabral de Almeida, destacando a plantação de mais 40 hectares de vinha. “Vamos ter vinha no meio de azinheiras”, acrescenta, com a certeza de que “a razão de estarmos aqui é a terra”.
Da mesma região, mas com a bússola apontada para o Alto Alentejo, ficou a prova do Série Ímpar Retorto 2018, Feito a partir de arinto, Bical, Fernão Pires, Roupeiro e Tamarez, este branco da Quinta do Centro, situada na Serra de São Mamede, no distrito de Portalegre. A Série Ímpar foi um desafio de Fernando da Cunha Guedes, actual Presidente da Sogrape dirigido “à equipa de enologia” e “que consiste em procurar castas novas. São os próprios enólogos que decidem as castas”, declara Luís Cabral de Almeida. O primeiro remonta à colheita de 2017 e foi feito a partir de Sercialinho, vindimado numa parcela existente na Quinta de Pedralvites, que a empresa detém, na Bairrada.
Brindemos!