Há um festival de uma aldeia rodeada de vinhas que se faz de copo na mão

Novos produtores, colheitas a descobrir, conversas, tertúlias, boa comida e sonoridades a combinar. Eis o cenário da 2.ª edição do Vinhos N’ Aldeia, evento marcado para os dia 14 e 15 de junho, na Aldeia Galega da Merceana, no concelho de Alenquer.

“É um festival que decorre a céu aberto, numa aldeia histórica rodeada pelas vinhas, onde podemos caminhar, estar à mesa, onde podemos comer, quem não quiser beber, não bebe.” Esta exposição cabe a Maria Miguel, organizadora do Vinhos N’ Aldeia, que, pelo segundo ano consecutivo tem lugar na Aldeia Galega da Merceana, freguesia do concelho de Alenquer, desta vez, nos dias 14 (das 18h00 à 01h00) e 15 de junho (entre as 12h30 e a 01h00). No cartaz constam mais de 30 produtores que vão mostrar novas e antigas colheitas, entre os quais estão novos produtores, projectos da aldeia e os pessoais de enólogos da região dos Vinhos de Lisboa, território em que se centra este evento, bem como produtores convidados. O objectivo é mostrar a variedade do portefólio vínico deste território, bem como a abertura de mentalidades no que toca à criação de projectos diferenciadores. 

“Falei com alguns produtores, para perceber o que foi positivo em relação ao ano passado e o que tínhamos de ‘limar’ e adaptar este ano.” Por isso, nesta segunda edição dos Vinhos N’ Aldeia, “os produtores vão estar mais centrados em duas ruas paralelas à Praça do Pelourinho, onde vai estar a restauração, e para que fiquem mais próximos uns dos outros” e, quem sabe, partilharem as colheitas entre si. “É um evento descontraído! Fazemos as provas, sentamo-nos para ouvir o que têm para dizer sobre os vinhos, vamos buscar comida, vamos buscar o vinho, que está no bar da CVR [Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa]. Esta união entre os produtores é um convívio constante.”

Informal é predicado atribuído às tertúlias do festival Vinhos N’ Aldeia. As temáticas são “Mulheres de copo na mão” (14 de junho, das 19h00 às 20h00), “Projetos n’ adega” (15 de junho, das 16h00 às 17h00) e “Lisboa de lés a lés” (15 de junho, das 18h00 às 19h30). Apesar do acesso gratuito ao evento, estes momentos carecem de inscrição prévia. A mesma indicação é dada em relação às “Conversas no Páteo com…” “A ideia é mantermos as tertúlias e as conversas de uma forma descontraída, no pátio, como no ano passado, onde todos possam falar de uma forma ligeira sobre vinho, sem avaliar ‘flores’ nem ‘aromas’”, adianta Maria Miguel. Um dos temas é sobre o “Vinho à mesa” (14 de junho, das 20h30 às 21h30). “Podemos falar sobre que vinho escolher no supermercado ou numa garrafeira, para levar à mesa, o vinho do dia-a-dia, o vinho das festividades, de que forma podemos enaltecer o vinho e a forma como as antigas e as novas gerações vêm o vinho”, exemplifica. Estas conversas são retomadas no dia 15 de julho, sob os temas “Lisboa, novos projetos” (das 19h00 às 20h00) e “O festival de vinhos” (entre as 20h00 e as 21h00). A este programa, Maria Miguel tem agendada a visita (15 de junho, das 11h00 às 13h00) a duas propriedades vitivinícolas localizadas a dois passos do centro da Aldeia Galega da Merceana. Tratam-se da Quinta do Pinto e da Cas’Amaro, dois projetos distintos – o primeiro mais clássico, com uma abrangência de castas que vai para lá das fronteiras do país, sob a batuta da família Cardoso Pinto; e o segundo mais disruptivo em termos de imagem, mas apenas protagonizado por castas nacionais, com Paulo Amaro à frente do projecto.

Porque a comida é o par ideal do vinho, a Praça do Pelourinho da histórica Aldeia Galega da Merceana está, durante o evento, reservada à cozinha de fogo. Uma experiência gastronómica proporcionada pela Time for Grill, complementada por petiscos e presunto, este último cortado a preceito, por mestres de A Casa Ibérica, para combinar com os Vinhos de Lisboa, seja com as colheitas dos produtores presentes, seja as que estão disponíveis no bar de vinhos da CVR de Lisboa.

Este pairing fica completo com a animação de rua protagonizada pelo grupo de música tradicional Vira Vadio, pelo rancho folclórico e pelas sevilhanas. Ao Palco d’ Aldeia sobem os grupos Bemquerê (14 de junho) e Fado d’ Alma (15 de junho). Os dois espetáculos começam às 21h30 e terminam às 23h00, com mais música pela frente, até à 01h00.

O festival Vinhos N’ Aldeia é realizado com o apoio da Comissão Vitivinícola da Região dos Vinhos de Lisboa, pela Câmara Municipal de Alenquer e pela União das Freguesias de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha. O acesso é gratuito, mas as Provas N’ Aldeia carecem de compra de bilhete geral (€10 até ao dia anterior / €15 no próprio dia) e as As “Visitas às adegas” têm um custo de €25, para adquirir aqui . O copo tem uma caução €5. “O evento é muito feito para as pessoas e por causa da paixão que tenho pela região dos Vinhos de Lisboa. Da minha parte, é um querer que a região seja vista de dentro para fora e de fora para dentro”, remata Maria Miguel.

Vinhos N’ Aldeia

© Fotografia: D.R.

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