O butelo e as casulas à mesa dos bragançanos

De 22 a 24 de janeiro, a 4.ª edição do festival celebra o receituário transmontano com o butelo e as casulas, os protagonistas da semana gastronómica que começa amanhã, dia 15, na cidade que é capital de distrito para lá do Marão.

Para os amantes da cozinha tradicional eis a boa nova: A 4.ª edição do Festival do Butelo (enchido artesanal) e das Casulas (cascas de feijão secas) de Bragança 2016 que, depois do anunciado êxito do ano passado, o qual se refletiu no “aumento da produção do butelo e da casula”, segundo palavras proferidas pelo presidente do município, Hernani Dias que, ontem, no decorrer da apresentação do evento, no restaurante O Nobre, em Lisboa, regressa a terras de Trás-os-Montes, com o epicentro em Bragança. Durante três dias, a Praça da Sé, em Bragança, é uma porta aberta para os produtores locais mostrarem o butelo, as casulas e os produtos da terra, e palco das cerimónias da Confraria do Butelo e da Casula, bem como de animação de rua.

Entretanto, 25 restaurantes abrem o apetite aos apreciadores desta dupla iguaria do receituário regional do nordeste de Portugal ao longo da Semana Gastronómica do Butelo e das Casulas, que começa amanhã, dia 15 de janeiro e termina a 24 deste mês. Tome nota da lista: Académico, Ares de Serra, Casa Nostra, Emiclau, Nordeste, O Abel, O Acácio, O Copinhos, O Geadas (ler artigo aqui), O Grelhador, O Javali, O Pote, Panorama, Poças, Quinta das Covas, Restaurador, Rochedo, Rota dos Sabores, São Lázaro, Solar Bragançano, Tia Rita, Tic Tac, Restaurante Típico D. Roberto (ler artigo aqui), Turismo e Xavier.

Aos que ficarem por Lisboa, mas queiram experimentar tão apreciado manjar, fica a informação de que a cada 15 dias e até ao final de fevereiro, as casulas são servidas a preceito n’O Nobre de Justa Nobre, a reconhecida “cozinheira de profissão” e, agora, embaixadora da casula e do butelo, motivo de orgulho da mulher que nasceu em Macedo de Cavaleiros, Trás-os-Montes, há cerca de 58 anos.

Em jeito de glossário, o butelo, o enchido artesanal envolvido pela bexiga ou pelo bucho do porco – falemos do bísaro (ler artigo aqui), a raça autóctone transmontana, que serviu de pretexto para a apresentação do livro “Porco Bísaro – Qualidade da carcaça e da carne”, a 1.ª edição da Quinta do Bísaro, de Alberto João Fernandes, ontem, n’O Nobre, pela irmã e editora, Alexandrina Fernandes – cujo recheio é composto pelos pequenos ossos do espinhaço e das costelas com carne, manda a tradição que é servido à mesa dos bragançanos na companhia das casulas – as cascas de feijão secas que também são conhecidas, na região, por palhada –, no sábado de carnaval.

Sobre o festival, este é promovido pela Câmara Municipal de Bragança, que conta com o apoio da Fundação Rei Afonso Henriques e da Confraria do Butelo e da Casula.

Há, portanto, boas razões para (re)descobrir Bragança, com o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, edifício, da autoria do arquiteto Souto de Moura, o Centro de Fotografia Georges Dussaud, o Museu Abade de Baçal e, claro, o castelo a complementar o roteiro gastronómico. Boa viagem e bom apetite! •

+ Festival do Butelo e das Casulas
© Fotografia: Mário Cerdeira Photography

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