O terroir de um Douro repleto de memórias, tradição e saber-fazer mostra quão valioso é o património da família Alves de Sousa que, ao longo de 25 anos, brinda a uma terra que, todos os anos, dá vinhos exquisite.
A quinta mais emblemática de Domingos Alves de Sousa fica em Santa Marta de Penaguião, vila do distrito de Vila Real, na sub-região do Baixo Corgo. “É só uma parte da minha vida”, reforça o patriarca quando se refere a tão importante propriedade desta família nativa do Douro, a Quinta da Gaivosa onde, aos oito anos, “já acompanhava as vindimas”.
Hoje, “ao fim de 60 anos, continuo muito presente e continuo, passo a passo, a acompanhar a tradição”, continua o patriarca que, em 1987, passou a dedicar-se em exclusivo às propriedades vinhateiras recebidas de herança, mas só em 1992 regista a primeira colheita da Quinta da Gaivosa, localizada entre os 350 e os 500 metros de altitude e com vista privilegiada para a Serra do Marão.
12 colheitas, 12 histórias
Três décadas depois do virar da página na vida de Domingos Alves de Sousa, celebram-se, portanto, os 25 anos da Quinta da Gaivosa com uma prova que testemunha a evolução dos vinhos feitos a partir de castas tintas.
Quinta da Gaivosa tinto 1992 é o primeiro que surge no desfile. Feito a partir de Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinto Cão e Touriga Nacional (e outras), castas autóctones da mais antiga região demarcada do mundo, colhidas em parcelas de vinhas com mais de 70 anos, este vinho “representa a nossa imagem”, reforça Domingos Alves de Sousa e a Quinta da Gaivosa “é o Douro para além do Vinho do Porto”.
As mesmas castas foram utilizadas nas colheitas de 1994 – considerado um ano Vintage –, 1995 – o vinho preferido de Tiago Alves de Sousa, filho de Domingos Alves de Sousa, enólogo da casa desde 2003 e a imagem da 5.ª geração da família –, 1997 – um ano clássico para os Vintage –, 1999, 2000 – o último Quinta da Gaivosa de acordo com os padrões estipulados por Domingos Alves de Sousa e Anselmo Mendes, o enólogo da casa na altura – e 2003 – ano em que a vinha começou a ser vinificada individualmente. Para além disso, é o primeiro Quinta da Gaivosa de Tiago Alves de Sousa, formado em Engenharia Agrícola pela Universidade de Trás-os-Montes e um percurso dinâmico dentro e fora de portas e publicações de carácter científico.
Já as colheitas de 2005 e 2008 têm as castas Touriga Franca, Sousão e Touriga Nacional (e outras) na sua composição. Sobre 2005, este “poderia ter sido um ano clássico para um Vintage”, segundo o enólogo, enquanto 2008 representa a viragem para um novo ciclo no Douro no que às alterações climatéricas diz respeito, com a tendência para Verões mais amenos e maturações mais lentas.
As colheitas de 2009, 2011 e 2013 traduzem-se, por sua vez, um quase regresso às origens, com a utilização das castas Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinto Cão. Sobre 2009, Tiago Alves de Sousa adianta que se trata de “um ano de qualidade excepcional” e, quanto à colheita de 2013 compara-a a “uma verdadeira montanha russa”, devido à instabilidade climatérica registada durante a vindima, mas com uma evolução na garrafa de 15 a 20 anos, período de tempo recomendado para as colheitas anteriores.
À parte disso, é o ano em que Patrícia Alves de Sousa, filha de Domingos Alves de Sousa e irmã de Tiago Alves de Sousa, abraça o projecto vitivinícola da família, ocupando o lugar de Directora Financeira e ao qual se seguiu a construção da nova adega (para ler aqui).
Brindemos! •