Por isso, a cadeia hoteleira Marriott aposta, agora, no consumo responsável e diversificado das espécies de peixe e marisco nos seus restaurantes. O trabalho é feito em parceria com a Associação Natureza Portugal, em colaboração com a World Wildlife Fund.
Carapau alimado sobre tosta de milho, pimentos assados, azeite de alho e hortelã da ribeira; caldo de peixe com tentáculos de polvo; e tranche de robalo com prure de ervilhas aromatizado com coentros e legumes bio salteados. Foram estes os pratos, confeccionados pela dupla de chefs António Alexandre e Gil Raposo, que marcaram o início da criação de ementas centradas no consumo responsável de pescado por parte da norte-americana Marriott. Ou seja, o quinto maior grupo hoteleiro em Portugal compromete-se a implementar, nos seus restaurantes, uma cozinha sustentável e responsável no que toca aos sabores marinhos.
Vamos por partes. Este desafio, composto por quatro fases, começou há dois em parceria com a Associação Natureza Portugal (ANP), em colaboração com a organização não governamental internacional focada na área da conservação da diversidade da vida na Terra, a World Wide Fund (WWF). Na primeira etapa, a Marriott deve interditar a aquisição de espécies que constam na chamada “lista negra”. A segunda etapa consiste em, dentro cerca de um ano, 50 por cento do robalo, da dourada e do salmão – as espécies de peixe e marisco mais consumidas nos restaurantes das duas nove unidades da Marriott localizadas no país – compradas serem certificadas. A terceira, a acontecer dentro de dois anos, confere em 20 por cento da compra do pescado ser de origem responsável, seja em relação ao tipo de pesca, seja a respeito da aquicultura. Na última fase – isto é, em um ano –, os chefs dos espaços de restauração desta cadeia hoteleira deverão apresentar um menu com, pelo menos, um prato de pescado sustentável.
Esta nova aposta tem quatro objectivos definidos: diversificar as espécies na ementa, transmitir informação sobre a origem do pescado aos clientes, escolher os produtos certificados – peixe e marisco com selo de pesca – e evitar a matéria-prima que exceda os tamanhos mínimos.
Em suma, o plano desenhado entre a Marriott e a ANP/WWF define-se como um meio promissor, sustentável e, ao mesmo tempo, defensor dos oceanos, já que a questão maior está associada à iminente extinção de espécies marinhas que constam na dieta alimentar do ser humano.
Afinal, “nem tudo o que vem à rede é peixe para comer”, diz Ângela Morgado, directora executiva da ANP/WWF. E vai mais longe: “o desafio do século XXI será mudar o consumo.” Impera, por isso, o alerta para quem toma conta da gestão – neste caso – do frigorífico de casa. Afinal, somos todos nós, enquanto consumidores, que devemos enveredar pelo consumo sustentável – encontrar informação fidedigna acerca da sazonalidade das espécies de pescado para, deste modo, as adquirir nas estações do ano em que as há em abundância. De acordo com as recomendações da WWF, há quatro cores a seguir: o azul, o verde, o amarelo e o vermelho. Consulte o significado de cada uma aqui e bom apetite!
Bom apetite!